Equipe de afiliada da Band é feita refém por integrantes do MST no Paraná
Publicado em 10/03/2016 às 15:18
Um dia após a invasão à sede da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiânia, o Movimento Sem Terra (MST) é mais uma vez notícia em atos contra a imprensa.
Os alvos de integrantes do grupo desta vez são os jornalistas Davi Ferreira e Patricia Sonsin, respectivamente cinegrafista e repórter da TV Tarobá, parceira da Band em Londrina e Cascavel, no Paraná. A dupla foi feita refém na tarde desta quarta-feira (9).
A ação contra os profissionais durou aproximadamente 20 minutos, segundo a própria emissora divulgou em nota em seu site oficial. De acordo com o canal, os dois jornalistas se dirigiam à propriedade rural ocupada pelo Movimento durante a manhã no município de Quedas do Iguaçu (PR). A presença, porém, não agradou parte dos integrantes do MST. Ainda conforme relatado pela TV Tarobá, repórter e cinegrafista foram abordados por cerca de 50 pessoas, que estariam “armados com escopetas, facões e pedras”.
Ao noticiar o ocorrido, a equipe da emissora ainda ressaltou que os manifestantes ameaçaram quebrar equipamentos de gravação e os celulares de Patricia e Davi. “A equipe foi obrigada a seguir os integrantes do movimento até uma espécie de acampamento onde receberam novas ameaças de agressão física”, informou em comunicado.
A história teve desfecho com os jornalistas sendo liberados pelos militantes após uma “reunião”. Comunicada do ato contra a dupla de funcionários da TV Tarobá, a Polícia Militar paranaense informou não ter acesso à propriedade ocupada, impossibilitando alguma atitude por parte da corporação. A direção do Movimento Sem Terra ainda não se pronunciou a respeito do episódio contra a liberdade de imprensa.
“A TV Tarobá repudia veemente este tipo de ação de violência e enfatiza que isso é tirar a liberdade de imprensa”, reclama a emissora em tom de editorial. “A equipe da Tarobá tentava se aproximar para fazer imagens e para tentar uma entrevista com alguém do MST, exatamente para que o movimento pudesse ter espaço de defesa das acusações de ocupação de fazendas naquela região”, finalizou.