20 anos

Kajuru e Marinho Soares: O dia que o apresentador quase apanhou de um lutador ao vivo na Band

Cena da briga entre Kajuru e Marinho faz sucesso até hoje


Marinho Soares e Kajuru brigando
Marinho Soares e Kajuru ao vivo na Band; treta aconteceu em 2004 - Foto: Reprodução/TV Bandeirantes
Por Thiago Forato

Publicado em 27/04/2024 às 08:56,
atualizado em 27/04/2024 às 12:56

Em 28 de abril de 2004, Jorge Kajuru e o então pugilista Marinho Soares protagonizaram uma das cenas mais antológicas dos programas esportivos da TV brasileira. Durante o Esporte Total na hora do almoço, o lutador chamou o jornalista de "burro" e reagiu quando foi classificado como "covarde" pelo apresentador.

Quatro dias antes, Marinho nocauteou seu então adversário Fábio Garrido no ringue. O aguardado embate realizado no Hotel Unique era cercado de rivalidade. Garrido entrou em coma devido a uma hemorragia cerebral e estava hospitalizado no dia da briga que aconteceu há 20 anos.

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"Você não precisava dar os dois últimos socos nele. Ele já estava caído", disparou Kajuru, que disse que também o puniria por um ano pela conduta. Marinho considerou isso uma "burrice". "Eu tenho que nocautear meu adversário. [...] Você é burro", respondeu o pugilista. "E você é covarde", acusou o Kajuru.

A partir daí, houve uma discussão generalizada (vídeo ao fim da reportagem) e um material que sequer deveria ter ido parar na internet nos primórdios do YouTube.

Os bastidores da briga de Kajuru e Marinho

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Em conversa com o NaTelinha, Marinho recorda que recebeu um telefonema de Johnny Saad, presidente da emissora, para esclarecer o que havia acontecido na luta. Ele ficaria frente a frente com Kajuru no Esporte Total e dar sua versão naquela que era a polêmica da semana.

Hoje diretor de esportes do SBT e também do É Tudo Nosso, de Benjamin Back, Tiago Galassi era editor de textos da Band na época, mas relatou que Marinho só esteve na sede do Morumbi por intermédio de Fernando Teti, que era amigo do lutador e atuava como coordenador de eventos na casa. Ele, aliás, foi um dos responsáveis pela transmissão da luta. "O Kajuru passou alguns dias dizendo que o Marinho não precisava ter dado o último golpe, que aquilo não era legal", recorda Galassi à reportagem.

"O Fernandinho fez a ponte, marcou um dia, e chegou o dia D [quarta-feira, 28 de abril]. De manhã, era umas 9 [horas] e pouco, tinha editado um VT meu e tal. Desci pra tomar um café, estava o Marinho lá, e o Fernandinho me apresentou: 'É o Marinho e etc'. O Marinho olhou pra mim e falou: 'Quero ver o que esse gordinho vai falar na minha cara hoje'."

Galassi levou o clima já quente para o diretor do programa imaginando os rumos que aquela edição poderia tomar. Para Fernando Teti, profissional que também tem participação no célebre vídeo, Marinho teve sua postura correta como boxeador. "Se eu não estiver equivocado, o Kajuru nem assistiu a luta! O Kajuru foi lá, entrou no estúdio e cumprimentou o Marinho. Nessa época, tinha um editor executivo que começou a falar muita besteira no ouvido do Kajuru de 'não devia ter feito isso, de ter dado o último soco'", diz ele.

O então coordenador de transmissões sentiu que o clima ia esquentar e desceu correndo para o estúdio. Era tarde demais.

Marinho diz que Kajuru o ajudou

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Antes de começar o programa, Marinho confirma que cumprimentou Kajuru. "Ele puxou meu saco, mas o programa começou e ele passou a falar besteira. Quando chamei ele de burro, eu estava olhando o nocaute na TV."

Marinho diz que o fato de ter sido chamado de covarde o irritou, mas nega que partiria para as vias de fato. "Eu não ia sujar a minha mão. Se eu tivesse partido pra cima, tinha arrebentado ele. Tenho pena de um frouxo desse", afirma.

Questionado se isso o atrapalhou depois, nega e conta que pelo contrário, o ajudou. "Ele [Kajuru] só me ajudou. Não preciso mais reservar lugar em avião, os jogadores de futebol... Sou idolatrado pelos profissionais [jogadores]", orgulha-se ele, que é são-paulino.

"Foi um absurdo eu ter ido lá a pedido do dono da televisão [Johnny Saad]... Tanto é que ele foi mandado embora. Esse Garrido [com quem Marinho lutou] é um merda, processou o Hotel Unique, a Band, tentou tomar dinheiro de todo mundo. Um advogadozinho de porta de cadeia deve ter convencido ele. Ele deve estar me devendo R$ 3 ou R$ 4 milhões. Era R$ 200 mil há 20 anos atrás."

Marinho diz que a luta deveria ter sido parada antes. "O cara estava mal. Não parou. Eu falei: 'Vou matar ele'. Para a luta porque se não vou matar ele", relembrou.

Em 2004, o pugilista se gaba de ter sido protagonista do segundo vídeo na internet mais visto do ano. "Foram uns 20 milhões de downloads, eu só perdi pra Cicarelli [Daniela] dando pro Tato [Malzoni, seu ex-namorado", diverte-se.

A confusão depois da treta

Logo que Marinho saiu da frente de Kajuru, Fernando Teti detalha ao NaTelinha que conversou com Marinho. "Ele estava desnorteado. Chamaram a Marlene Mattos, fomos para a sala dela, e ela queria saber o que tinha acontecido. Se termina, o Marinho vai embora e a Marlene me procura para que eu agendasse com o Marinho para fazer as pazes com o Kajuru no programa do Gilberto Barros", revela.

"Liguei para ele [Marinho] depois de umas três horas, conversei e estava mais calmo. Ele disse 'vou, mas vou levar meu pessoal'. Eu fazia transmissão de boxe para o BandSports e tinha o conhecimento dessa turma toda. 'Se o cara me desrespeitar, vou quebrar o estúdio. E você vai ter que estar presente também'. E a Marlene ficou de me retornar, não me retornou. Não sei se o Kajuru não quis, o que aconteceu depois disso não sei te falar."

Fernando Teti, ex-coordenador de transmissões da Band

Marinho, quando questionado sobre o convite para fazer as pazes com Kajuru no palco de Gilberto Barros, diz desconhecer o assunto. "Não sei nem quem é Gilberto Barros", garante ele.

Como esse material foi parar na internet?

Segundo Tiago Galassi, ninguém faz a mínima ideia de como isso foi parar no YouTube, que estava engatinhando ainda. "O lábio do Kajuru estava roxo. Ficou em pânico! Roxo, roxo... E aí morreu essa história, ficou tudo no break [intervalo]. E o que aconteceu? Naquela época se chamava exibição, pegou-se a beta de arquivo, e descarregaram no YouTube. Pegou sem nenhuma autorização e quando a gente percebeu... Era um arquivo que deveria ter ficado na Bandeirantes", conta ele.

Apesar do vídeo ter viralizado, não existe registros do que aconteceu na volta do comercial. Galassi confessa também não se lembrar. "O Kajuru tomou uma água e não tocou mais no assunto. Acho que ele chamou o VT do Corinthians que eu tinha editado. Morreu o assunto. Tentaram obviamente [encontrar o responsável pelo vazamento], mas nunca se chegou a quem pegou a fita. Não tinha aquela preocupação que aquilo iria para a internet. Era uma coisa muito simples, ninguém... Foi uma sucessão [de acontecimentos], o diretor de TV poderia ter deixado, ele continuou cortando como se tivesse ao vivo, só que a gente tá no break. Aquilo só tá gravando porque a fita não para, e alguém teve a brilhante ideia de descarregar e ver o que acontece."

Fernando Teti também diz que nunca soube se existiu algum tipo de "caça às bruxas" para descobrir quem vazou o material.

Jorge Kajuru foi procurado para relembrar o fato, mas não quis se pronunciar. 

Relembre o vídeo da briga entre Kajuru e Marinho:

Imagem da thumbnail do vídeo

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