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Formato do Carnaval carioca gera polêmica e escola de samba critica a Globo


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Divulgação

Nesta semana, a Globo gerou uma grande polêmica entre as escolas de samba do grupo especial do Carnaval no Rio.

Tudo começou numa reunião na última quarta feira (16), entre os representantes da Globo e da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro). Boninho, o diretor artístico LP Simonetti e o diretor-geral Mário Meirelles deram a notícia de que a emissora não iria transmitir os dois primeiros desfiles das agremiações no domingo e na segunda-feira de Carnaval. O motivo alegado seria audiência e a tentativa de dinamizar a cobertura das escolas de samba.  

A notícia caiu como uma bomba no meio carnavalesco. Com a decisão, escolas grandes como Salgueiro e União da Ilha não teriam seus desfiles transmitidos ao vivo, apenas por um compacto.

Houve uma grande chiadeira entre as escolas. A pressão foi tão grande que na manhã da última sexta-feira (18), a Rede Globo comunicou a todos que a transmissão de 2016 seria igual a 2015. Ou seja, apenas a primeira escola estaria de fora.

Fontes ouvidas pela reportagem informaram que o real motivo da tentativa de encurtamento da transmissão das escolas de samba em 2016, seria a dificuldade da emissora em vender as cotas de patrocínio. A mesma fonte diz que a Globo injeta R$ 2 milhões para cada escola pelos direitos de transmissão e que o ocorrido serviu para abrir os olhos das agremiações para o futuro do carnaval na TV.

Então, seguindo o formato da Globo, as escolas Unidos de Vila Isabel e Estácio de Sá não terão seus desfiles mostrados na íntegra ao vivo. Procurada pela coluna, a primeira agremiação se pronunciou na tarde deste sábado (19) por meio do Facebook.

"Queridos componentes, torcedores, apaixonados por nossa Vila Isabel. Queremos dar a todo o povo do samba uma satisfação sobre o assunto que dominou, nos dois últimos dias, as conversas no mundo do samba: a não transmissão ao vivo, pela TV Globo, da primeira escola de cada dia de desfile, Estácio de Sá e nossa Vila Isabel. Esta é uma decisão que envolve um contrato - com contrapartidas e penalidades comerciais - do qual são signatárias as 12 escolas do Grupo Especial. Não se trata de não querermos, mas simplesmente de não existir no contrato uma forma de modificar este formato de transmissão através de qualquer iniciativa nossa. E este formato de transmissão não foi criado este ano. Os moldes do contrato entre escolas de samba e Rede Globo também não, pois foram estabelecidos há anos", iniciou a nota.

A Vila Isabel criticou a Globo: "Queremos o melhor para a Vila Isabel e não concordamos com este formato. Não ficamos nem um pouco satisfeitos. Perde o Carnaval como um todo, não só a Vila e a Estácio. Mas a Vila Isabel tem que agir dentro da legalidade e do respeito aos contratos, e não com bravatas ou ludibriando seus torcedores e componentes com o que não é possível à Vila ou a qualquer outra agremiação fazer para reverter a realidade atual".

E finalizou: "O que vamos fazer - e queremos ter VOCÊ JUNTO com a gente quando isso acontecer - é um carnaval inesquecível, como o POVO DO SAMBA SABE, PODE E VAI FAZER. Tão inesquecível e arrebatador ao ponto de impor uma reflexão profunda sobre formatos de transmissão versus a força do carnaval, do samba e do sambista. RUMO À VITÓRIA!".

Já para Nelsinho, diretor da Estácio de Sá, não houve mudanças. "Para nós não muda muita coisa, sempre soubemos que ficaríamos de fora por ser a primeira escola. As pessoas falam de exclusividade na transmissão, mas quando tem negociação nenhum emissora se interessa em conversar com gente", desabafa.

Consultada, a Globo respondeu com a seguinte nota: "A informação não procede. Todas as cotas do Carnaval Globeleza foram vendidas. A transmissão do Carnaval 2016 deverá seguir o mesmo modelo de 2015".

No começo do ano no sambódromo do Rio, em conversa com o NaTelinha, o ex-todo poderoso da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, falou sobre a transmissão da emissora.

Sem rodeios, ele deu sua opinão: "Eu acho que o Carnaval deveria começar mais cedo, começa tarde demais. Muitas outras coisas deveriam ser mexidas. Por exemplo, o sambódromo tem quer ser modernizado, encher de telões, deveria ser mais eletrônico".

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