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Sindicato critica demissões no RecNov e acusa Record de não ser séria


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Divulgação
A Record, conforme já noticiado, arrendou o seus estúdios de dramaturgia no Rio de Janeiro, o RecNov, para a produtora Casablanca
 
Com isso, a emissora demitiu mais de 700 funcionários, entre técnicos, contra-regras, cinegrafistas e outros profissionais. A maioria deverá ser recontratada pela produtora paulista, que terceirizou os estúdios. Neste fim de semana, colunista do NaTelinha, Sandro Nascimento, trouxe a informação de que a Casablanca quer reduzir os salários em até 60%, o que tem causado muita revolta.
 
Já nesta quarta-feira (25), o Sindicado dos Radialistas do Rio de Janeiro lançou uma nota oficial, onde lamenta profundamente a demissão em massa. O órgão afirmou que muitos "pediram demissão de antigos empregos, mudaram filhos de escolas, arriscaram suas carreiras e, lamentavelmente, se frustaram".  
 
Segundo a entidade, "a empresa que foi administrada por pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (...) provocou práticas antissindicais, assédio moral e desrespeito a leis econômicas e trabalhistas durante toda a sua existência e reforçou suas práticas neste momento". O sindicato pretende entrar na Justiça contra a estratégia da Record de terceirização do RecNov. "Aos trabalhadores, o que fica, é a certeza que cada radialista deve reivindicar seus direitos via justiça trabalhista", diz.
 
Procurada pela reportagem do NaTelinha, a Record através da sua assessoria informou que não vai comentar a nota.
 
Leia a nota na íntegra: 
 
 

Logotipo da Record foi retirado da fachada do Recnov
 
 
"1. DA AVALIAÇÃO GERAL SOBRE A EMPRESA:
 
Hoje, temos conhecimento do encerramento das atividades e da demissão dos últimos 700 companheiros(as) da RecNov (Record Novelas), porém, além de lamentarmos o fim dos postos de trabalho, ressaltamos um ponto negativo em especial: a forma como a empresa iludiu seus empregados durante sua existência. A RecNov, surgiu em 2005 como um braço de teledramaturgia do Grupo Record capaz de oferecer uma disputa de mão de obra com o Projac (Setor de produção da Rede Globo). Infelizmente sucessivos equívocos na administração fizeram com que nesses 10 anos, a empresa acumulasse saldos negativos no que diz respeito a relações de trabalho e ao cumprimento de leis trabalhistas. 
 
Muitos companheiros, ao serem angariados pela empresa, pediram demissão de seus antigos empregos com a promessa de uma valorização profissional. Muitos mudaram de endereço, mudaram filhos de escola e chegaram até a pedir que seus cônjuges mudassem radicalmente seus estilos de vidas, tudo isso, para estarem perto da RecNov, que era localizada a 41 Km de distância do Centro do Rio de Janeiro e se localizava numa região da cidade com infraestrutura ainda pouca desenvolvida. Tais trabalhadores arriscaram suas carreiras e lamentavelmente, se frustraram. 
 
A empresa que foi administrada por pessoas ligadas a Igreja Universal do Reino de Deus se despede do mercado sem deixar muitas saudades aos radialistas que ali trabalharam. Práticas antissindicais, assédio moral e desrespeito a leis econômicas e trabalhistas marcaram o perfil da empresa durante sua existência.
 
2. DAS AÇÕES SINDICAIS NA EMPRESA:
O nosso sindicato trava uma luta com a RecNov através de duas frentes de batalha: Uma política e outra jurídica. 
 
Na justiça, além da investigação do MP sobre as terceirizações na área fim da empresa, está em andamento o processo movido pelo sindicato, sobre as demissões em massa de 2013 e que não houveram negociações com nosso sindicato. Também em andamento, está a Ação de Cumprimento da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). Mesmo com o fim da empresa, iremos até o fim em cada uma das ações.
 
Na luta política, o sindicato fez e continua fazendo o trabalho de conscientização dos trabalhadores para que estes unam-se a luta. Infelizmente, em assembleia realizada no dia 27 de setembro deste ano, empregados ligados a Igreja Universal, que são maioria do quadro, conseguiram através do voto impedir que fosse estabelecido uma operação padrão dos funcionários com o objetivo de abrir uma negociação com os trabalhadores sobre o fim das atividades.
 
3. DA FALTA DE SERIEDADE DOS DIRETORES DA RECORD
 
Em reunião realizada no dia 14 de setembro de 2015 com diretores do nosso sindicato, a diretoria do Grupo Record se comprometeu em dialogar com o sindicato se houvesse qualquer tipo de demissão em massa ou encerramento de atividades na RecNov. Trato feito e descumprido por homens que se dizem de palavra e pregam para milhões de pessoas a honestidade e seriedade. Os tratantes da diretoria do Grupo Record, senhores Edinomar Luís (Diretor Jurídico) e Márcio Santos (Diretor de RH), desrespeitaram a diretoria do sindicato e também os radialistas que tanto se dedicaram na prestação de seus serviços.
 
4. DOS PRÓXIMOS PASSOS:
O Sindicato entrará com contestação jurídica contra a estratégia do Grupo Record, que pretende terceirizar os serviços de teledramaturgia, inclusive entregando a produção de novelas, programas de auditório e séries, para produtoras terceirizadas, que inclusive “quarterizam” a mão de obra, contratando Radialistas em regime de PJ. 
 
Aos trabalhadores, o que fica, é a certeza que cada radialista deve reivindicar seus direitos via justiça trabalhista, e para isso cada sindicalizado possui o direito de utilizar o Departamento Jurídico do Sindicato.
Ressaltamos, contudo, que a valorização profissional da nossa categoria vai além da luta particular na RecNov. Reivindicamos a verdadeira democracia nos meios de comunicação, o fim do monopólio e do oligopólio existente na comunicação brasileira atualmente. De forma que, quando atingirmos nosso objetivo de descentralizar os meios de comunicação, teremos com certeza, mais postos de trabalho e uma disputa saudável da mão de obra existente, o que acarretará em mais valorização profissional.
 
A LUTA CONTINUA SEMPRE!
 
DIRETORIA DO SINDICATO DOS RADIALISTAS-RJ"
 
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