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Richard Rasmussen sobre Nat Geo: "não temos a pretensão de ser uma BBC"

Apresentador estreia nesta quinta (23) a segunda temporada do programa "Mundo Selvagem"


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Fotos: Divulgação/Nat Geo

Richard Rasmussen é do tipo aventureiro, que gosta e tem prazer no que faz. Viaja o mundo mostrando os mais incríveis animais, com um propósito sempre nobre.

Nesta quinta-feira (23), mais uma etapa da sua vida vai ao ar: a segunda temporada do programa "Mundo Selvagem" estreia às 22h30 no canal Nat Geo. Nesta nova edição, composta por seis episódios, Richard foi até a África e mostrou incríveis histórias sobre o povo local e também animais que estão entrando em extinção por conta da caça sem controle.

O NaTelinha, numa sessão para convidados no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, assistiu ao primeiro episódio que chama a atenção pela qualidade e por misturar extremamente bem entretenimento com conhecimento.

Nesta entrevista exclusiva, realizada na mesma ocasião, Richard Rasmussen fala sobre a nova temporada do programa, também comenta sobre o "Sábado Animal", que comanda nas tardes de sábado na Band e conta o que aprendeu na TV nestes 11 anos: "Se teve uma coisa que aprendi nestes 11 anos, é que a TV aberta só dá o que o povo quer".

Confira a entrevista na íntegra:

NaTelinha - Richard, qual o conceito dessa segunda temporada? O que você pretende?

Richard Rasmussen -
Essa temporada espero que seja um fio condutor das próximas que a gente fizer no NatGeo. O mais difícil de montar uma série é dar a ela um sentido. Não no roteiro de cada um dos problemas, de dar um sentido para a série. E nós encontramos um sentido que agora fica fácil a gente pular de continente para continente. Buscar os animais ameaçados nos continentes, o que está sendo feito para proteger, quais as ameaças, e associar essa cultura local que esteja desaparecendo por conta homogeinização do ser humano.

NaTelinha - Muitos dizem que o Nat Geo educa. Você tem essa pretensão?

Richard Rasmussen -
Não. Televisão é entretenimento. Eu não acho que as pessoas que queiram buscar educação formal vão até a televisão, até porque o "Telecurso" não existe mais. Eu acho que as pessoas vão à televisão para buscar entretenimento. Mas isso não significa que você não possa ganhar conhecimento. Não temos a pretensão de ser uma BBC, não é isso que a maioria procura na TV, mas queremos dar um bom conteúdo que seja inteligente.


NaTelinha - Você está num canal que é mundialmente conhecido por essa ligação com a África. Como é o sentimento de estar num canal que valoriza tanto essa cultura com os animais, protege, educa e ainda entretém?

Richard Rasmussen -
É mais fácil. Eles já têm esse DNA. Fazer TV não é fácil, principalmente aberta, porque existe uma cobrança de ser o mais sensacionalista possível, por quê? Porque isso é o que dá audiência. E nós somos os culpados, que assistimos. Não a emissora, a emissora entrega o que a gente quer. Nós que procuramos assistir a esses programas que não prestam, e depois falam que a TV só passa porcaria. A gente assiste a essa porcaria.

Eu acho que no canal fechado, no Nat Geo, entendem um teor mais clássico. Tem um momento descontraído, mas é um assunto muito sério. Faz parte da televisão.


NaTelinha - Qual foi a história mais sensacional nessa viagem na segunda temporada?

Richard Rasmussen -
Foi percorrer o centro da África de carro. Estávamos com US$ 300 mil de equipamento passando por lugares que não são turísticos onde eu era o único branco. Tem gente do mundo inteiro, mas quando você vai em lugar que turista não vai, está exposto. Apesar de ser receptivos, a pobreza é muito grande. Foi o maior choque pra gente.

NaTelinha - Você também está na Band aos sábados à tarde, no "Sábado Animal", e não tem conteúdo seu. Há essa possibilidade de ter?

Richard Rasmussen -
Tem. Estamos chamando de temporada a partir do segundo módulo, e nosso conteúdo é caro. Você pode passar ele às 19h, 20h, se passar às 7h de domingo igual no SBT, o custo é o mesmo. Mas a receita é diferente. Para fugir disso é um projeto de sociedade com a emissora onde a gente traz a parte comercial, ajuda pagar conta e conseguimos então entrar na Band.

Não tínhamos ainda, já que só se consegue vender o programa quando ele está no ar. Entramos com alguns patrocinadores e a conta começou a ser paga e começamos a ter mais credibilidade.

A partir de setembro, vamos tirar o conteúdo de lá e colocar o nosso, exclusivo. Não vai ser aquele "Aventura Selvagem" de uma hora, vamos deixar isso para o NatGeo. Vai ser uma coisa mais dinâmica com diversos apresentadores, inclusive.


NaTelinha - Você se preocupa com audiência em TV aberta?

Richard Rasmussen -
Me preocupo porque paga conta. Tem que dar audiência em qualquer TV. Você acha que a NatGeo não cobra audiência? Só estou na segunda temporada porque a primeira foi bem, e essa vai ser e iremos para uma terceira. Audiência atrai patrocinador, atrai interesse de quem vai investir no programa também. É uma roda. Está tudo ligado.

Na Bandeirantes triplicamos a audiência mesmo com um programa longe do ideal, mas que vamos chegar lá. É passo atrás de passo. E vai manter. É importante estar na TV aberta, porque entregamos um conteúdo para quem não tem condições de estar na TV fechada.

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