TVs de tubo atrapalham trabalho da GfK no Brasil, diz revista
Publicado em 10/07/2015 às 11:05
Esperado para o primeiro semestre, os primeiros relatórios de audiência da GfK atrasaram muito por diversos fatores que não competiram ao instituto alemão.
Segundo a revista Veja, um deles foi a realidade de que muitas casas - cerca de 35% - que a GfK visitou em São Paulo, ainda utilizam exclusivamente a velha TV de tudo como sua principal televisão, devido ao baixo poder aquisitivo.
Porém, sem prever que o número seria tão alto na principal cidade do Brasil, e imaginando que no restante do país este número deve ser ainda maior, o instituto alemão teve que importar novos medidores que se adaptem a esta realidade, já que os que estavam a disposição eram adaptáveis apenas ao estilo de TV digital.
Vale lembrar que em algumas comunidades do Rio de Janeiro, homens armados impediram que funcionários entrassem nas casas selecionadas para instalar os aparelhos que coletam os dados nos televisores, o que também atrasou bastante o início da medição.
Outro lado
Procurada pelo NaTelinha, a GfK explicou a situação envolvendo as TVs de tubo.
O instituto nega que não tenha previsto um número tão alto de televisores mais antigos e tampouco precisou importar novos medidores.
"A GfK fez um extenso estudo sobre a realidade brasileira (um levantamento socioeconômico baseado em 67 mil entrevistas) e havia previsto desafios para a implementação de seu serviço no Brasil, incluindo questões técnicas ligadas ao tipos de aparelhos de TV nos domicílios participantes do painel", disse a assessoria da empresa.
E ainda esclareceu: "de forma inédita, o moderno sistema de medição de audiência trazido pela GfK ao Brasil medirá em todo o painel o streaming contínuo do áudio, não uma amostra. Isso garante um nível de confiabilidade altíssimo para a medição. Esse sistema exige uma conexão de áudio de qualidade. O fato de uma TV ser de tubo não é necessariamente limitador, pois há muitas TVs de tubo com conexão de áudio - e muitas TVs LCD sem nenhuma conexão. Assim, é natural na construção de um projeto desta dimensão que ajustes nos aparelhos precisem ser feitos. De fato, esses ajustes serão contínuos: com a entrada da TV digital, por exemplo, novos ajustes deverão ser efetuados".
Por fim, em relação aos problemas em comunidades, a GfK informou que tudo já foi superado.
O instituto, que foi contratado por Record, SBT, Band e RedeTV! para iniciar seus serviços, promete medir todas as formas de conteúdo, inclusive em ligações piratas de TV paga.