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No Dia Internacional da Mulher, veja cinco mulheres que se destacam na TV


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Fotos: Divulgação

Comemorado em todo o planeta há exatos 40 anos, por oficialização da ONU, o Dia Internacional da Mulher tem uma história muito mais longeva - com mais de um século de existência.

Independente das várias raízes que levaram à criação do dia, é unânime a todas as histórias a união das mulheres em prol de uma sociedade mais justa, igualitária, com mais reconhecimentos e direitos.

Na TV brasileira, no entanto, o amadurecimento veio mais cedo que em outros segmentos da sociedade. São vários os exemplos de mulheres que despontaram, cresceram, vencendo os mais diversos obstáculos e tornando-se referências. Hebe Camargo, que faleceu em 2012, pode ser considerada o principal ícone neste quesito - e que inclusive nasceu em um 8 de março.

Para comemorar o Dia da Mulher, o NaTelinha selecionou cinco mulheres atualmente na ativa na TV e que, por algum motivo ou razão, merecem ser lembradas por este dia tão especial.

Xuxa

Maria da Graça Meneghel, a Xuxa, é uma gaúcha de 53 anos, sendo mais de 30 de carreira. É conhecida por todos como a Rainha dos Baixinhos.

Xuxa coleciona superlativos ao longo de mais de três décadas dedicados tanto ao público infantil quanto ao adulto. Existe um verdadeiro império sobre seu nome, envolve DVDs, CDs, filmes, licenciamento de produtos, além de atuação em outras áreas, como na Fundação Xuxa Meneghel.

A carreira de sucesso da loira não se limita ao Brasil. No começo dos anos 90, ela chegou a comandar um programa infantil na Argentina pela Telefé e posteriormente no Canal 13 - hoje El Trece.

Mesmo tendo optado por concentrar sua carreira no Brasil em 1993, Xuxa ainda é reconhecida no país vizinho e em vários outros da América Latina. A notícia de seu desligamento da Globo e ingresso na Record ganharam as páginas dos principais veículos de imprensa locais.

Ao longo dos últimos anos, Xuxa teve uma presença mais discreta na TV. Sem programa desde o começo de 2014, ela voltou à tona nesta última semana após assinar um contrato de três anos com a Record.

Ela chega ao canal com status de estrela e com promessa de dois programas: um diário, possivelmente às tardes, e outro semanal. Mas não são descartadas as possibilidades duas atrações semanais, ou qualquer outro esquema.

Ana Maria Braga

Paulista e com 65 anos de idade, Ana Maria Braga é um dos nomes mais respeitados da televisão brasileira.

Sua carreira foi iniciada na extinta TV Tupi, onde chegou a ancorar jornais, mas sua verdadeira vocação só veio a ser descoberta anos mais tarde à frente de programas femininos.

Ana Maria está no ar desde o começo dos anos 90, quando assumiu as tardes da Record no “Note e Anote”. Com a companhia de Louro José, um boneco de espuma que é seu parceiro até hoje, a apresentadora se tornou referência quando o assunto é comunicação com o público feminino.

Em 1999, Ana Maria assinou com a Globo, onde passou a comandar o novo “Mais Você”.

Ao longo de 16 anos na atração, ela enfrentou uma série de desafios. O segmento de programas femininos se tornou cada vez mais restrito e Ana teve que inovar para se manter no ar. Em 2001, começou uma das maiores lutas: contra o câncer e pela vida.

Uma das etapas do tratamento era a quimioterapia, período o qual teve que raspar o cabelo. Tal fato, no entanto, não a impediu de trabalhar.

Recuperada, Ana Maria também conseguiu contornar outros problemas, ainda que bem menores que o câncer. Sua liderança, que foi ameaçada por diversas vezes por SBT e Record, passa por uma etapa estável e seu faturamento é considerado bastante satisfatório.

Fernanda Montenegro

Arlette Pinheiro Esteves Torres talvez não seja um nome comum à maioria dos brasileiros. No entanto, certamente em algum momento, a maioria foi impactada pela performance dela na TV.

Arlette é conhecida por todos como Fernanda Montenegro, que por muitos é considerada a maior atriz do Brasil. São mais de 50 anos de carreira, com papéis marcantes no cinema, TV e teatro, que lhe deram tal título.

Ainda que o país conte com vários nomes brilhantes na dramaturgia, como Glória Pires, Vera Holtz, Nathalia Timberg, Regina Duarte, Adriana Esteves e Aracy Balabanian, Fernanda foi a única a ser indicada para o "Oscar" de melhor atriz - fato ocorrido por sua personagem em “Central do Brasil” (1998).

Ela é uma das poucas atrizes que há anos têm a prerrogativa de poder recusar trabalhos na Globo sem ser prejudicada por tal. Caso quisesse, poderia se aposentar que ainda assim continuaria recebendo para isso e seu respaldo não seria atingido, afinal foram várias atuações de prestígio e renome.

Mesmo assim, ela segue inovando e se reinventando. A maior prova disso foi sua indicação e vitória no "Emmy Internacional" como melhor atriz por sua atuação em “Doce de Mãe” (2013).

Agora, Fernanda Montenegro promete mexer mais uma vez com os brasileiros. Ela interpretará uma lésbica em “Babilônia”, a próxima novela das nove e com estreia marcada para o dia 16. Teresa, sua personagem, terá um relacionamento homoafetivo com Estela, papel da também renomada Nathalia Timberg. Essa será a primeira vez que um casal homossexual de idade avançada será tratado na TV. “Tenho certeza que pessoas como Estela e eu ainda vamos mudar a sociedade”, é uma das falas de Teresa.

Amora Mautner

Com apenas 39 anos de idade, Amora Mautner entra no rol de mulheres mais importantes da TV brasileira por quesitos diferente dos outros nomes selecionados.

Diretora de núcleo da TV Globo, Amora não é facilmente reconhecida nas ruas e muitos sequer sabem seu nome - ainda que sua fama seja superior a de outras diretoras de TV. No entanto, milhares de pessoas, por todo o mundo, foram impactados por seus últimos trabalhos.

Amora começou sua carreira como atriz em 1991, em “Vamp”. Diferente de outras adolescentes, Amora não gostava de atuar e só havia ido ao teste por influência de Preta Gil, uma de suas melhores amigas. Ela chegou ao ponto de ligar para o autor Antonio Calmon pedindo para sair da trama.

Anos mais tarde, disposta a investir na carreira como diretora, Amora entrou em contato com o diretor Roberto Talma, um dos mais prestigiados da Globo, e conseguiu voltar ao canal. Seu primeiro trabalho foi como assistente de direção de “Malhação” em sua temporada inicial.

De lá para cá, Amora cresceu na Globo. De assistente de figurino ou cenografia, tornou-se assistente de direção, diretora, diretora-geral e hoje é diretora de núcleo - nicho amplamente dominado por homens, como Ricardo Waddington, Luiz Fernando Carvalho, Jorge Fernando, Rogério Gomes, Dennis Carvalho e apenas com Denise Saraceni como representante feminina.

O crescimento de Amora Mautner foi mais nítido nos últimos cinco anos. Seu nome chegou ao status de primeiro time após a direção de “Cordel Encantado”, uma fábula que mesclava o reinado com o cangaço na faixa das 18h. Os ares de cinema nas imagens e os cuidados com cenografia e figurinos, que foram complementares a um texto de Thelma Guedes e Duca Rachid, o qual era totalmente diferente do que se era exibido até então, fez grande sucesso.

Amora, no entanto, ainda não havia chegado ao seu auge. No ano seguinte foi diretora de “Avenida Brasil”, um dos maiores sucessos dos últimos anos e a novela mais exportada da história da Globo - o que justifica o fato de milhares de pessoas por todo o mundo já terem sido impactadas pelo trabalho da diretora.

Após “Avenida”, Amora dirigiu “Joia Rara”, também de Thelma Guedes e Duca Rachid. Apesar de não ter sido considerada um sucesso de audiência como “Avenida Brasil”, a técnica e a narrativa agradaram a ponto de levar o "Emmy" de melhor novela em novembro do ano passado.

O perfil de Amora Mautner conta com diversas particularidades. Ela, por exemplo, foi uma das maiores defensoras da instauração do “caco” (quando atores podem improvisar o texto em cena), algo totalmente vetado por autores como Walcyr Carrasco e que não era muito bem visto pela maioria.

Ela também costuma ser bem direta. Em entrevista à Marília Gabriela, Amora confessou ter dito a duas atrizes: “Eu não tenho prazer nenhum de dirigir vocês”. Na época, a sua queixa era em relação a elas virem prontas e não estarem se entregando ao texto. Uma delas, garante, mudou completamente e inclusive foi chamada para trabalhos posteriores. A outra, no entanto, teria chorado por dias.

Ainda neste ano, Amora Mautner voltará às novelas das 21h. Ela será a diretora de “Favela Chique”, título provisório da trama de João Emanuel Carneiro. Será sua segunda parceria seguida com o autor, porém a primeira como diretora de núcleo.

Eliana

Ainda que com apenas 41 anos, Eliana detém de um grande patrimônio artístico. Assim como Xuxa, ela conversou com os mais novos e depois passou a focar sua carreira nos adultos. Eliana não chegou a abandonar seu público: apenas cresceu junto com ele.

A loira atualmente está no SBT, mesma emissora que foi responsável por apostar em sua carreira no início dos anos 90.

Em 1993, foi lançada no “Bom Dia & Cia” após ter caído nas graças de Silvio Santos e posteriormente de Nilton Travesso. Na época, infantis tinham grande força na TV e Eliana se consagrou tornando-se referência diante das crianças e adolescentes.

Anos depois, mais precisamente em 1998, migrou para a Record com status de estrela. Sua saída fez parte de uma série de desfalques mútuos existentes na época. Bóris Casoy, então SBT, também havia migrado para a Record, e Ratinho, no auge de sua carreira, havia feito o caminho inverso.

Na Record, Eliana ganhou mais espaço e investimentos. Em 2005, no entanto, passou a comandar um programa semanal e voltado para o público adulto, o “Tudo é Possível”. Apesar de não ter sido pioneira no dia, que é um dos mais concorridos, conseguiu se posicionar na vice-liderança e inclusive a vencer seu ex-patrão Silvio Santos.

Em 2009, assim como em 1998, Record e SBT iniciaram uma nova série de desfalques - a partir da saída de Gugu em direção à emissora de Edir Macedo -, e Eliana foi convidada para voltar à sua antiga casa. Ela está há quase seis anos à frente de um dominical que também se destaca no Ibope.

Eliana disputou com Gugu Liberato durante aproximadamente quatro anos e, mesmo o colega tendo mais força, investimentos e presença aos domingos, lhe impôs uma série de derrotas. Gugu saiu da Record, foi substituído por Rodrigo Faro e a concorrência voltou a ficar balanceada. Atualmente nenhuma das produções pode se dar ao luxo de se acomodar devido à acirrada disputa.

Diferente de Xuxa, Ana Maria, Fernanda Montenegro e Amora Mautner, Eliana se destaca por nunca ter precisado da TV Globo, de sua vitrine ou de seus contratados, para chegar ao atual patamar de sua carreira. Os méritos de seu sucesso são exclusivamente dela e dos profissionais de bastidores.

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