Documento NT visita a Record Brasília e entrevista seus grandes destaques
Publicado em 20/08/2014 às 16:10
Na última edição desta série de reportagens do Documento NT em Brasília, onde já apresentamos os bastidores do SBT e da TV Brasília/RedeTV!, o NaTelinha foi até a Record Brasília, filial da rede de Edir Macedo na capital federal.
Esta emissora passa por uma fase estável em audiência, brigando pela vice-liderança com o SBT, obtendo vantagem na média-dia, das 7h às 0h. Atrações como "DF no Ar", apresentado por Giuliano Cartaxo, e o "Fala Brasil" brigam pelo primeiro lugar com a Globo Brasília, além de, na faixa do almoço, ter o forte "Balanço Geral DF". O programa de Henrique Chaves marca uma boa audiência nos tempos de hoje, mas nada muito comparado aos outros tempos, quando ele brigava com a Globo pela liderança. Henrique, porém, continua com prestígio, e ainda é o maior faturamento local da emissora, como ele mesmo informa.
Outros destaques da Record Brasília são a repórter Narla Aguiar, a "boquinha de lacre" do "Cidade Alerta", apresentado por Marcelo Rezende, e o "DF Record", ancorado por Luiz Carlos Braga e Vanessa Lima, e que tem como editor-chefe o próprio apresentador.
Visita do repórter
Esta visita foi dividida em dois dias, para entrevistarmos o máximo de apresentadores possíveis. A Record DF ocupa seis andares de um prédio no Setor de Rádio e TV Sul, e me impressionou pela seriedade que o trabalho é feito, já que a concentração na redação é bem grande.
No primeiro dia, entrevisto Giuliano Cartaxo (foto), do "DF no Ar", que naquele dia estava apresentado o "Balanço Geral DF" no lugar de Chaves, de férias. "Estou só dando uma ajudinha aqui", me disse aos risos.
Cartaxo falou sobre sua missão do "DF no Ar", que é entregar na liderança para o "Fala Brasil": "Minha missão é entregar em primeiro lugar para quem vem depois, que é o 'Fala'. E na maioria das vezes, eu consigo isso. Trabalhando, me esforçando, chego aqui bem cedo, por volta de 4h30 da manhã. E eu confesso, não troco essa vidinha por nada. É tranquilo chegar aqui, não tem trânsito... (risos)".
Giuliano também falou sobre o seu trabalho no canal, e deu uma cutucada no concorrente do "Balanço", o "DF Alerta", da RedeTV!: "Estou aqui desde 2004. Por uma hierarquia da empresa, acredito eu, sempre faço o 'Balanço' quando o Henrique tá de férias. Ajudei a implantar o 'Balanço'. A audiência caiu nos últimos tempos, porque se dividiu o público com a chegada do 'DF Alerta', que copia a gente descaradamente".
No segundo dia, entrevisto três destaques da emissora: Narla Aguiar, Luiz Carlos Braga e Henrique Chaves.
Primeiramente, converso com Narla, que foi bastante simpática e solícita durante toda a entrevista. Ela me fala como surgiu o convite para fazer o "Cidade Alerta", que é uma das maiores audiências da Record: "Um dia, eu fui fazer uma entrada ao vivo, e começou a surgir vários mosquitos, e eu fui tentando afastá-los. Acabou que o Marcelo Rezende viu, ele tem aquele retorno dele lá, que vê todas os links, e brincou comigo e tal. Daí, me falaram que o Marcelo pediu para fazer os links daqui de Brasília. Um tempinho depois, eu fui pra São Paulo, conheci ele, o Percival, e depois eu fiquei quarenta dias em São Paulo, recentemente, trabalhando por lá".
Narla diz que não se incomoda com as brincadeiras do apresentador: "Eu acredito no que ele fala, que só se brinca com quem a gente gosta. E nós temos uma relação profissional, que acabou gerando intimidade para isso acontecer. Não ligo, acho divertido também". Ela também tem apresentado o "Balanço Geral DF - Manhã", e confessou que está gostando da experiência: "Esse é um lado que sempre sonhei em exercitar. E tô gostando muito, é uma experiência que me engrandece como profissional".
Depois, parto para a conversa com Luiz Carlos Braga (foto/abaixo), mais rápida devido a suas funções como editor-chefe. Braga disse que, para ele, não existem dificuldades para se fazer um jornal local: "Acho que, lógico, tem lá suas limitações, mas dificuldades, não. Você tem que delinear cada assunto muito bem. Saúde, educação, denúncia, polícia, sempre tudo muito bem dividido e de um jeito que a população entenda e se informe".
O jornalista falou sobre sua fama de ser muito exigente no trabalho, e explicou: "Quando eu saí de Belo Horizonte, eu recebi cerca de 1.500 mensagens. As pessoas, acho eu, gostavam de mim. 'Cri cri' ou não 'cri cri', exigente ou não, elas gostam de mim. Você pode mandar parabéns pra mim no meu aniversário, achando que vai ganhar alguma coisa, mesmo não gostando de mim. Primeiro: eu não sou dono de nada, as pessoas têm mania de pedir emprego pra mim. Pra você ter uma ideia, meu filho tá desempregado. E eu não arrumo, porque pra mim, uma das coisas mais dignas do jornalistas é a imparcialidade. A partir do momento em que eu falo pra você arrumar um emprego pro meu filho, e você arrumar, depois, na porcaria que você fizer, eu não vou poder te denunciar, porque você vai jogar isso na minha cara".
Por fim, a entrevista com Henrique Chaves. Confesso que estava curioso para ouví-lo. Henrique disse que o "Balanço Geral DF" tem uma boa audiência, mas criticou o Ibope: "Eles só usam a amostragem aqui no plano piloto, não colocam no entorno, sabe? É o que a gente tem, mas o programa está indo bem, é vice-líder tranquilo, e sucesso de faturamento. É o maior faturamento da Record daqui, tem fila de anunciante pra 2015".
Ele também falou de seus concorrentes, e deu uma pequena cutucada no "Clube TV", da TV Brasília, mas parabenizou o trabalho do "DF Alerta", de Fred Linhares: "O Fred não me copia, isso eu digo. Nós temos uma maior dificuldade na primeira hora do programa, por conta do programa dele, e eu tenho que respeitá-lo. A RedeTV! vai mal e o cara consegue 3, 4 pontos lá? É pra estender o tapete vermelho. É um nicho e eles souberam aproveitar. Depois que ele acaba, a minha audiência cresce muito. Quando aquele programinha lá, de entretenimento vai pro ar, eles voltam ao patamar de sempre. A TV Brasília também tem um grupo muito forte por trás, que é o maior grupo de comunicação do DF. O Fred trabalha muito, mas muito mesmo".
Por fim, Henrique relatou um sonho que acabou não se realizando, quando trabalhava no SBT, em 1988: "O Silvio Santos, não sei se você se lembra, teve aquele problema nas cordas vocais e queria se aposentar. Então, ele escreveu um memorando para as filiais, querendo que elas indicassem alguém pra fazer testes em São Paulo. Eu conversei com o Luiz Gonzaga Mineiro na época, pedi para ser o representante de Brasília. Não ligava se eles não pagassem, eu mesmo pagava, só queria que me indicassem. Infelizmente, não deixaram. Era um sonho que queria realizar: ser apresentador de programas de auditório. Quem sabe um dia".
Chegamos ao fim de mais uma série do Documento NaTelinha, que voltará em breve com novas reportagens mostrando as afiliadas pelo Brasil. Até lá!