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Direto da Telinha: "Cama de Gato" termina com saldo positivo


Por André Luiz Batista
diretodatelinha@natelinha.com.br

 

 

Com pouco mais de seis meses de duração, "Cama de Gato" chegou ao fim na noite da última sexta-feira (09) e deixará saudades aos telespectadores das 18h. Uma novela ágil, dinâmica, divertida, como há tempos não se via na faixa está saindo de cena.


"Cama de Gato" termina com um balanço positivo, embora tenha contado com diversos erros de percurso. Nada é perfeito e a novela das seis também não foi, porém é impossível dizer que o telespectador não se surpreendeu com o que viu. O telespectador, que estava acostumado com novelas de época, as quais o grande drama era a paixão de dois jovens cujos pais se odiavam mortalmente, encontrou uma novela muito mais densa e rápida em outubro de 2009.



 


Divulgação/Globo

 



Começando a listar os pontos positivos de "Cama de Gato", consta a excelente performance de Thelma Guedes e Duca Rachid, que pela primeira vez escreveram um folhetim contemporâneo ou de sua própria autoria. Embora tivessem tido auxílio do excelente autor João Emanuel Carneiro apenas em seu início, o folhetim fluiu muito bem, tal como ocorreu com "A Favorita", "Da Cor do Pecado" e "Cobras & Lagartos". A direção de Amora Mautner, que teve em "Cama de Gato" o maior trabalho de sua carreira, agradou e muito, provando que ela, assim como Rogério Gomes, Edgar Miranda e Edson Spinello, tem muito sucesso pela frente. A escolha da fotografia, cenários, elenco, trilha sonora, e de todo o conjunto da trama, foi excelente.


No quesito texto, Thelma e Duca preferiram não inventar e seguiram a tradicional receita. Um milionário que se apaixona por uma moça pobre, mas batalhadora. Mais mexicano impossível... qualquer um que for analisar a fundo, sabe que esse era o esqueleto dos sucessos "A Usurpadora" e a trilogia das novelas da Thalia. Mas deu certo. O telespectador preferiu encarar novamente a mesma história, com o diferencial de ser adaptada para o ano e o comportamento da sociedade de 2010, que acompanhar o robô falante e a turma do rock de "Tempos Modernos".


O dejavu de "Cama de Gato" teve um lado positivo e um lado negativo. Ambos bem fortes. Positivo porque as autoras foram muito mais além do drama que os telespectadores se cansaram de ver. Elas inseriram um debate de valores, de ética, de como o ser humano se tornou individualista. Por mais que cada um tenha seu gosto, sua preferência, ou até mesmo sua rejeição por novelas, não tem como não dizer que o enredo principal de "Cama de Gato" era o retrato do que alguns de nós - a maioria ? - nos tornamos ou estamos nos tornando.


Entretanto, o lado negativo de toda essa lição se reverteu na superficialidade dos diálogos. Alguns eram muito pobres, vazios. Nada que comprometa o resultado final, mas é apenas o resultado de que, apesar do esforço das autoras e de que mesmo fazendo trabalhos dignos de autores com 20 ou 30 anos de experiência, ainda cometeram pequenos erros considerados primários.


Ainda falando em erros primários, "Cama de Gato" teve uma última semana quase que sofrível. A ação, as cenas de perseguição, as maldades, cederam espaço para um excesso de romance e de melodrama que se tivesse iniciado desde o primeiro capítulo, teria garantido o fracasso de todo o trabalho. A novela terminou com a prisão de Verônica (Paola Oliveira), mas deu a impressão de que haviam esquecido de tirar do ar. Foi realmente ruim, mas dos males o menor. O sucesso já estava feito. "Cama de Gato" deixará saudades.

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