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Direto da Telinha: A grande surpresa dos "Jogos de Inverno"


Por João Gabriel Batista
joaogabriel@natelinha.com.br

 


 

Há dois anos, a Record, pela primeira vez na sua história, adquiriu, com total exclusividade, os direitos de exibição de um grande evento: as Olimpíadas. Após inúmeras tentativas, nas quais o dinheiro nunca havia sido problema, a emissora de Edir Macedo finalmente havia conseguido tirar da Globo um produto valioso de um de seus principais pilares, o departamento esportivo.


Entretanto havia alguns obstáculos que a Record teria que driblar para poder exibir e comercializar as tão sonhadas Olimpíadas. Um deles era reestruturar seu departamento esportivo, que desde o fim da parceria com a concorrente, havia sido praticamente esquecido. O outro era fazer com que o telespectador levasse o esporte na Record a sério. Esse objetivo divergia de forma brutal de uma aquisição que veio, digamos, "junto" com as Olimpíadas: os Jogos de Inverno. Como convencer os telespectadores que esporte "também é na Record" começando com um torneio de neve, cujos esportes praticados eram praticamente anônimos ao nosso cotidiano?

 

 

 



Mesmo com tudo indo contra ao sucesso dos Jogos de Inverno, a Record conseguiu emplacá-los. Curiosamente eles (e não boletins do "fenômeno" A Fazenda ou o programa do Geraldo Luís) foram a salvação, mesmo que provisória, da faixa vespertina. Em alguns dias chegaram a obter 7 pontos de média entre 14h30 e 19h30, quando o normal, em dias de grande êxito, era 5 - levando em conta que "Todo Mundo Odeia o Chris" era o único a deter dessa audiência enquanto a famigerada reprise de Xena rendia 2 pontos.


Sorte? Não. Seria muita injustiça creditar o fator sorte ao sucesso dos Jogos de Inverno da Record. O sucesso deve ser creditado a um trabalho no qual houve simbiose total: a emissora dispôs uma excelente verba, investindo o que nunca havia sido investido por um canal brasileiro em um torneio de importância não tão grande e os profissionais corresponderam à altura. Claro, houve erros, como início e o fim das transmissões no meio de alguma competição ou o desrespeito com o telespectador que acompanha diariamente o "SP Record", que um dia começava às 18h40 e outro às 19h35. Mas dos males, possíveis e impossíveis de ocorrer caso as transmissões não tivessem obtido êxito, esses são os menores.


O que se pode tirar da cobertura dos Jogos de Inverno da Record é que investimento e trabalho levado a sério gera resultado. Claro que não serão apenas pelos investimentos que corrida de tartaruga vai ser uma atração interessante aos telespectadores, mas que se há um bom trabalho e um bom produto, existe resultado. O telespectador brasileiro não é mais o mesmo da década de 90. A Record exibir séries enlatadas de 1993 não poderiam resultar em nada além de 2 ou 3 pontos de Ibope. O tempo que o tipo de produto tapa-buraco, velho e desgastado reinava já se foi.

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