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Outro Lado: Mutantes, aprendizes e monólogos em Duas Caras. E o sentido?


Bruno Motta
brunomotta@gmail.com


Parece que a noção de sentido vem gradativamente sumindo da produção de TV no Brasil. Primeiro é aquela novela carinhosamente chamada de "a dos mutantes" que não tem lógica nem em sua estrutura nem em seus diálogos - o mais engraçado é que ela consegue se superar, sempre. Essa coluna foi criada com o objetivo sempre de mostrar o melhor lado da crítica, o lado bom da resenha de televisão.


No caso de Caminhos do Coração o único lado bom é o riso que ela proporciona. O Tiago Santiago é mesmo um gênio, ele só pode fazer aquilo de brincadeira, só pode. Minha função primária no terreno da comunicação é a de redator, e já passei por fechamento de jornal, editoria, redação de TV, redação de humor, roteiro. Aquilo é uma pegadinha, o autor é louco ou está fazendo de propósito. É como diz sempre o Chico Anysio, geralmente a atração campeã de audiência de uma emissora é um programa de humor. Truco.


Mas tem coisa estranha na Globo também. O que deu no Aguinaldo Silva pra escrever tanto monólogo? Ele tem uns 80 personagens e mesmo assim tem sempre um em cena falando sozinho. O Aguinaldo Silva é bom de serviço, gente, o que houve? Manda internar todo mundo, inclusive ele. Fica parecendo que a novela se chama Duas Caras porque todo mundo é esquizofrênico e conversa consigo mesmo. Pelo menos o elenco tem um texto decente pra falar pra si mesmo. Tem novela que nem isso tem.


Tropa de Elite
De passagem, queria saber o sentido real de colocar os candidatos de O Aprendiz rolando na lama essa semana. Que executivo é esse que precisa aprender a se dependurar em precipícios? Ficou parecendo tudo meio na cola do filme de sucesso.
 

E na Globo
Toma Lá Dá Cá já era simpático, e em sua segunda temporada tem melhorado ainda mais. Mas essa semana pisaram na bola. O microfone do Falabella apareceu em cena (quando levado ao ar por Victor Fasano), além de misturarem as bolas e inserirem a platéia na trama. Ficou meio Sai de Baixo, comparação que ninguém ali quer, e de quebra, revelaram um segredo de produção: a platéia ouve os diálogos através de fones de ouvido. Um segundo olho no episódio poderia ter cortado, com edição, as duas coisas.

 
Bruno Motta é humorista e acha Tomá Lá Dá Cá mara, mas só revela isso sozinho, num monólogo interior.  

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