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Confira entrevista exclusiva com Eduardo Martini

Simpatia e muito bom humor, são essas as marcas registradas de Eduardo Martini


Por Redação NT

Publicado em 23/09/2007 às 07:56,
atualizado em 19/07/2021 às 09:20

“Hoje todo mundo é apresentador, ator, assessor, repórter, é uma loucura”, diz Neide Boa Sorte!

Simpatia e muito bom humor, são essas as marcas registradas de Eduardo Martini, ator intérprete de um dos maiores sucessos da atualidade, a tresloucada Neide Boa Sorte, fenômeno do programa Hebe, dos vídeos exibidos através do YouTube, e, agora, com a peça I Love Neide, uma das campeãs de bilheterias pelo Brasil – e uma das mais divertidas.

Nesta entrevista exclusiva, concedida ao jornalista Endrigo Annyston (www.cenaaberta.blogger.com.br) para o site NaTelinha, Martini fala de sua carreira, da amizade com a apresentadora Adriane Galisteu, além de contar como surgiu essa nova personagem. Fala, inclusive, sobre a dificuldade de se fazer um nome em um país como o Brasil.

Confira entrevista exclusiva com Eduardo Martini Você é um caso pouco comum. Está certo que você já fez novelas na Globo, dentre outros trabalhos na emissora. Mas já há algum tempo você não está nessa que é considerada uma grande janela para conquistar público no teatro e cinema. Como é isso para você, saber que está sendo reconhecido por seu trabalho?

Eduardo Martini: Pra mim, é a melhor coisa que tem. Eu, como pessoa, sou igual a todo mundo. Aprendi uma coisa muito cedo, com as pessoas com quem trabalhei - Jorge Fernando, Dercy Gonçalves, Claudia Raia, Natália Timberg -, que, quando o ego está acima do trabalho, o trabalho morreu. Não sou eu que faço sucesso, são meus personagens. Quando a gente tem essa noção, conseguimos levar uma vida muito mais tranqüila e muito menos desesperada em busca desse tal sucesso. As pessoas vão pra festas, fazem botox, lipoaspiração, posam nus, tudo em função de uma mídia, e aí reclamam que tem os paparazzi, mas também não mostram nenhum trabalho. Se eu apareço numa festa pelado, e fotógrafo o membro, o que eu estou querendo? Mídia. E eu não quero mídia pessoal, não faz parte do meu caráter ter essa exposição. Sou normal, igual a todo mundo, nem melhor, nem pior que ninguém. Só acho sim que meu trabalho se diferencia bastante dos que eu tenho visto das pessoas fazendo teatro, televisão, comédia. Hoje todo mundo é apresentador, ator, assessor, repórter, é uma loucura. Sou da antiga, acho que tem que ter uma história, vocação, talento, essas três coisas para poder ser chamado de profissional.

Confira entrevista exclusiva com Eduardo Martini É difícil "fazer um nome" em um país como o Brasil, em que poucos dão valor a arte?

EM: É muito difícil, em um país onde o BBB faz tanto sucesso. O Alemão hoje em dia é apresentador de um quadro no Fantástico. Ele tem DRT? Essa pergunta não quer calar. Não tenho nada contra esse cara, acho ele um barato, mas não assisto BBB, porque eu detesto. Fora do país, os BB´s são completamente diferentes, são pessoas comuns que vão pra um local, e voltam pra sua vida comum, com o prêmio ou não.   Não tem essa exposição, não ficam vivendo dessa mídia absurda e barata. Qual o trabalho que essa pessoa faz? São pessoas comuns e de repente não sabem o que fazer, se deslumbram, mas isso é um pouco culpa do povo que fica endeusando essas pessoas a troco de nada, e o pior, o BBB é um jogo pra derrubar o colega. Então, ter teatro lotado, fazer um nome no teatro, sei que ninguém está interessado nisso, mas durmo com a cabeça tranqüila. Sinto-me útil culturalmente, mesmo fazendo uma bobagem como é a Neide, mas eu divirto as pessoas. Com comédia, você ter a chance de fazer a pessoa esquecer de um super problema, é mais do que um trabalho realizado, é mais que o Eduardo, sou eu, a camareira, equipe de luz, de som, meu autor, é um trabalho em conjunto, que, somado com minha vontade de fazer, faz com que o público se divirta.

Confira entrevista exclusiva com Eduardo Martini Uma coisa bacana que rolou com você foi essa parceria com a Adriane Galisteu, que vem desde o É Show na Record. Como é a relação de vocês e como surgiu essa parceria?

EM: A Adriane é minha amiga há muito tempo. Ficamos sem nos ver uns três, quatro anos, e vim para São Paulo pra passar quatro semanas no teatro Folha, fazendo um monólogo, Na Medida do Possível, A Comédia da Crise do Homem de 40 anos, e, na última semana, ela foi ver. Reencontramos-nos, e ela falou que eu iria fazer a divulgação no programa. Então, como tenho uma linguagem televisiva muito desenvolvida, porque trabalhei muito tempo em TV - imagine, fiz Tupi ao vivo com 15 anos de idade, e trabalhei com Chico Anysio, que, pra mim, é o grande responsável do meu aprendizado na TV -, peguei tudo o que tinha de melhor na peça, e transformei em um quadro. No dia seguinte, o teatro estava abarrotado, a audiência dela subiu pra cacete. Foi a primeira vez que teve num programa de variedades uma linha dramatúrgica, e ela me convidou pra voltar, o Ibope foi aumentando, teatro aumentando. Morei com ela dois anos e meio, e a gente se transformou em irmãos. Na verdade, existe uma coisa em teatro e TV chamada química, não tem explicação, você acredita ou não. Tenho uma química com a Adriane que não tenho com nenhuma outra pessoa. Chegamos a fazer um quadro no SBT, agora no Charme, de improvisação. A gente se saca no olho, temos uma troca absurda. No Nina e Nuno, a gente tinha 12 paginas de texto, e raramente o seguíamos. A Dri e eu, cada um sabe seu lugar dentro daquele momento. Nunca tínhamos concorrência, a gente faz junto. É mais ou menos essa minha história com ela.

Confira entrevista exclusiva com Eduardo Martini Por que o quadro Nina e Nuno acabou?

EM: Interrogação: porque acabou um programa que batia a TV Globo? Eu estava na reprise, fazendo Deus nos Acuda com a Dercy no mesmo horário, e o pessoal da TV Globo ligava pro Nilton (Travesso) dizendo "vocês bateram a TV Globo de novo". A única explicação que eu tenho é química. Eu trabalhei com um dos diretores mais bacanas que eu conheci na minha vida, o Nilton, que sabe tudo de TV, que é uma pessoa deslumbrante, profissional, que nunca levantou a voz no estúdio. Só ajudou. E a gente, com química, fazendo comedia. Poderia virar um sitcom, um novo Chaves, mas, porque acabou, não sei.

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