Bruno Gagliasso volta ao trabalho e dá vida a jovem morto pela ditadura militar
Bruno Gagliasso será Honestino Guimarães
Publicado em 11/10/2025 às 16:37,
atualizado em 11/10/2025 às 16:37
O ator Bruno Gagliasso retorna ao cenário cinematográfico com um papel de grande relevância histórica ao protagonizar o filme Honestino, que reconta a trajetória do líder estudantil Honestino Guimarães, morto durante a ditadura militar brasileira.
O longa, dirigido por Aurélio Michiles, é uma mistura de documentário e ficção que foi exibido pela primeira vez no Festival do Rio em outubro de 2025, com previsão de lançamento comercial para maio de 2026.
+ Rapper Hungria volta aos palcos após internação e agradece a Deus
+ Irmã de Gil do Vigor sofre grave acidente de carro
Bruno falou sobre seu envolvimento no projeto: "É um filme muito simbólico. Tentaram silenciar o Honestino há 50 anos, mas o silêncio não venceu. Ele defendia educação, liberdade e democracia. É um filme sobre o presente, não sobre o passado", disse à Agência Brasil.
Ele também destacou a importância da narrativa para os jovens: "O tema estava muito recente para mim, pois estudei bastante sobre o golpe de 1964. É uma história que precisava ser contada para todo o país, sobretudo aos mais jovens", completou à Veja, durante o lançamento no Festival do Rio.
O ator reafirma seu comprometimento artístico e social dizendo que "Nossa função como ator não é só entreter, mas alertar. Quero que meus filhos e netos saibam quem eu fui, porque cada trabalho que faço carrega meu modo de ver o mundo".
Honestino Guimarães foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e uma das principais lideranças do movimento estudantil contra a ditadura militar. Depois de anos de militância e prisões, desapareceu em 1973, tornando-se um símbolo da repressão política e da luta pela democracia no Brasil.
Além de Honestino, o cinema nacional tem revelado um interesse crescente pelo tema da ditadura militar. Em 2024, o filme Ainda Estou Aqui dirigido por Walter Salles, retratou a saga da família Paiva após o desaparecimento do engenheiro e político Rubens Paiva. O longa virou o grande marco do país nos cinemas ao ser indicado ao Oscar na principal categoria e em melhor atriz com Fernanda Torres, além de vencer como melhor filme internacional, dando o prêmio ao Brasil pela primeira vez.
Outro filme recente é O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, lançado em 2025. Este thriller político aborda a vigilância, repressão e espionagem que permeavam o cotidiano brasileiro durante a ditadura, explorando também a resistência e a memória histórica em meio ao autoritarismo. A produção tem surgido como um dos favoritos ao Oscar em várias categorias, como melhor filme, melhor roteiro original, melhor filme internacional e melhor ator, com Wagner Moura.