Caso Faustão: Especialista explica como funciona a fila para o transplante de coração

Dra. Stephanie Rizk, médica especialista em Transplante Cardíaco e Coração Artificial (Rede D'Or e Hospital Sírio-Libanês), explicou como funciona a fila na qual Faustão está aguardando para receber um transplante de coração pelo SUS. Segundo a profissional da saúde, o Sistema Único de Saúde tem um excelente programa de transplante e as filas funcionam adequadamente.

O apresentador deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no dia 5 de agosto, para tratamento de insuficiência cardíaca, condição que vem sendo acompanhada desde 2020. De acordo com o último boletim médico, porém, o quadro do veterano se agravou e ele está aguardando para receber um novo coração.

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"O SUS tem um excelente programa de transplantes, isso é indiscutível. As filas funcionam adequadamente, a questão da captação, a questão das indicações e das priorizações, isso está muito claro, muito bem estabelecido. O fluxo de busca de órgãos também, mas a gente precisa aumentar as campanhas de maneira continuada", pontua a médica, em entrevista ao NaTelinha.

Rizk diz que, em épocas de campanhas, o número de doações aumenta, mas depois volta a cair: "Isso é algo que tem que ter uma educação continuada, para poder demonstrar para a população, para os hospitais, para as instituições, a reorganização dos fluxos continuados".

Além de ressaltar a importância de fazer com que as pessoas entendam que, ao doar um órgão, estão salvando uma vida, a especialista destaca que transplante não pode ser um assunto tabu. "Infelizmente, quando se fala sobre transplante e sobre morte, isso pode parecer um tabu para muita gente", lamenta.

"Temos que quebrar essa barreira, tem que ser um tema mais amplamente discutido. Então, nós temos um desafio muito grande de mostrar à população a importância e o reconhecimento disso, do que significa salvar uma vida, do que significa pra quem recebe um órgão e uma nova chance", completa ela.

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Caso Faustão: Doador tem que ter tido morte encefálica

Ainda falando sobre o caso de Faustão, que precisa receber um transplante de coração, Stephanie Rizk esclarece que, para doar esse órgão, o paciente precisa ter tido morte encefálica. "Pode ser doador qualquer pessoa que venha a morrer por morte encefálica e cuja família autorize a doação dos órgãos ou tecidos. Poucas doenças, como alguns tipos de câncer e o HIV, impedem a doação", detalha.

A médica ainda explica que todo doador deverá ter identificação e estar internado em unidade de tratamento intensivo hospitalar, além de ter a causa da lesão cerebral estabelecida e conhecida, e ela ser irreversível. Além disso, o paciente não pode apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35°C), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central.

Rizk completa acrescentando que o doador deve ser submetido a exames clínicos e complementares que demonstrem, sem nenhuma dúvida, a morte encefálica, condição caracterizada pela ausência de circulação de sangue no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral.

Na segunda-feira (21), João Guilherme Silva, filho de Faustão, falou com a CNN Brasil ao deixar o Hospital Albert Einstein e atualizou o estado de saúde do pai: "Ele está bem, passei a noite aqui com ele. Está bem. Agradecemos o carinho de todos".

Conforme informou a unidade hospitalar, o apresentador está sendo submetido a diálise, processo que remove os resíduos e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não estão funcionando adequadamente. O hospital também disse que Faustão já está incluído na fila única de transplantes do estado de São Paulo, que é regulada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. A estimativa é de que essa espera possa durar até 18 meses.