Entrevista exclusiva

No ar em Bambolê, Carla Marins relembra vilãs: "Acabei um pouco marcada"

Atriz fala da novela de 1987, em reprise no Viva, e comenta vida fitness aos 54 anos


Carla Marins
"Apesar de jovem, a personagem era espevitada e provocava muitas ações na trama”, recorda Carla Marins sobre papel em Bambolê - Foto: Reprodução/Montagem NT

Desde sua estreia na televisão, em meados dos anos 1980, Carla Marins emendou papéis em novelas. Uma de suas primeiras personagens, a vilãzinha Cristina de Bambolê (1987), está de volta ao ar em reprise no canal Viva. Foi um tipo de "pestinha" que marcou a carreira da atriz, como ela revela nesta entrevista ao NaTelinha, em que fala também sobre o atual momento da carreira e a vida fitness aos 54 anos.

“Bambolê foi uma oportunidade maravilhosa, porque a personagem era incrível. Tinha muitas nuances. Apesar de jovem, a Cristina era espevitada e provocava muitas ações na trama”, recorda Carla Marins. Ela conta que substituiu a colega Isabela Garcia, primeira escalada para o papel, mas que ficou grávida na época.

Cristina era filha do protagonista Álvaro, vivido por Claudio Marzo (1940-2015), e se identificava com a Tia Fausta, megera interpretada por Joana Fomm. A intérprete voltaria a interpretar uma jovem de caráter duvidoso como a Eliane de Pedra sobre Pedra (1992). A mais marcante nesse filão veio depois: a problemática Joyce, que infernizou a vida da mãe em História de Amor (1995).

“Acabei um pouco marcada por essas ‘minivilãs’. Claro que, para um ator, esses papéis são incríveis, porque são personagens que provocam a trama. Em Bambolê, cada vez que a gente pegava o bloco de capítulos da semana, era sempre uma surpresa. Foi um aprendizado e tanto.”

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"A cada novela, você forma uma nova família", comenta Carla Marins

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Falar de Bambolê a fez voltar 35 anos e relembrar a parceria com outras jovens atrizes, como Myrian Rios e Thaís de Campos, que viveram suas irmãs na trama. “A cada novela, você forma uma nova família. Ficamos muito íntimos, com uma convivência intensa, mas há sempre uma renovação. São amizades que se tornam flutuantes, digamos assim, mas o carinho permanece.”

A novela foi a única escrita por Daniel Más (1943-1989) como autor titular. Jornalista que, antes de ingressar na TV, fez carreira na mídia impressa como colunista social, ele morreu aos 43 anos, devido a complicações da Aids. “Aquela foi uma época muito chocante, com muitas mortes repentinas pelo HIV. Com o Daniel, foi exatamente isso”, lamenta Carla.

“Era uma relação distante entre os atores e o autor, ainda mais para mim, que era novinha. Estava começando, com muitos pudores. Lembro que ele mandava uns recadinhos no roteiro. Às vezes, escrevia algo direcionado para nós nas rubricas. E ele conhecia tão bem aquele universo dos anos 1950... Assim como o Gilberto Braga (1945-2021), era um ótimo cronista social e poderia ter feito muitas coisas boas.”

Atriz compartilha hábitos saudáveis e discursos progressistas em rede social: “Somos seres políticos”

No ar em Bambolê, Carla Marins relembra vilãs: \"Acabei um pouco marcada\"

Aos 54 anos, Carla Marins compartilha hábitos saudáveis em seu perfil nas redes sociais. “Sempre fui ligada em alimentação, em exercícios físicos, por prazer também, nada muito neurótico. Fiz dança, sempre gostei muito. Isso faz parte da minha vida realmente.”

“Depois que tive filho, com 40, fiquei mais ligada nessas questões. Preciso estar muito bem, ter um lastro para viver bem com ele e vivenciar a maternidade”, acrescenta a atriz. Ela é casada com o personal trainer Hugo Baltazar desde 2006 e tem um filho, Leon, de 14 anos.

O perfil no Instagram também é usado para falar de questões sociais, como uma atuação em defesa dos direitos humanos. “Política, acabo botando mais nos stories, porque o bicho pega (risos). A gente tem que se posicionar sempre. Somos seres políticos, isso faz parte da gente.”

Neste ano, a artista apoiou o presidente eleito Lula (PT), o que a faz ter esperanças para 2023. “Sou uma pessoa positiva. Tenho um olhar de que as coisas vão melhorar. A eleição de um presidente progressista, barrando um pouco a extrema-direita, deixou um olhar mais animador para o próximo ano.”

“Tenho para mim que esta é uma década de muita atenção à democracia e a todos os direitos já conquistados. Temos que estar em vigília para que eles permaneçam. Também é preciso conquistar novos, para as mulheres, as crianças. Sou progressista e sinto que preciso fazer, como artista e como mãe, a minha parte, socialmente. Tento usar as poucas ferramentas que tenho nas mãos, como as rede sociais.”

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Para o próximo ano, ela se diz animada para trabalhar – na TV, o papel mais recente foi em Gênesis (2021), na Record. “É claro que precisamos também de convites, de projetos interessantes. Tenho algumas ideias, nenhum projeto concreto em vista, mas a vontade é o primeiro passo. O cinema é uma linguagem que eu trabalhei pouco e me lembra a televisão, onde comecei. O audiovisual é muito forte para mim. Gosto de trabalhar com a câmera.”

“Gostaria de exercitar um pouco mais o cinema, com projetos interessantes, contundentes, porque se não for para ser assim, não vale a pena. Temos que estar em coisas que nos mobilizem. Atualmente, falar desse Brasil, da mulher, da maternidade... São esses os temas que estão me mobilizando mais.”

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