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Aretuza Lovi une calipso à arte drag e diz que 2022 é ano de "transformar o país"

Artista exalta música paraense, fala abertamente sobre voto nas eleições e revela relação com outras drags famosas


Aretuza Lovi lança músicas Swing Louco e Denguinho para homenagear o Pará
"Enquanto artista, posso ser uma voz que ecoa e contagia as pessoas", diz Aretuza Lovi - Foto: Divulgação

Quando Aretuza Lovi saiu de Goiás, onde nasceu, e partiu rumo ao Pará, tinha como destino a ascensão na música. A artista revisita as raízes do estado que a acolheu com Swing Louco, single mais recente em que une a arte drag e o calipso, e Denguinho, que resgata a lenda do boto cor-de-rosa. Neste Mês do Orgulho LGBTQIA+, ela afirma, nesta entrevista exclusiva ao NaTelinha, que “a diversidade deve ser lembrada sempre” e “a luta é diária e constante”.

Com 10 anos de carreira e hits como Catuaba, Joga Bunda e Movimento, Aretuza Lovi coleciona parcerias com vários nomes, de Gloria Groove e Pabllo Vittar a Iza e Solange Almeida. Com Denguinho e sua versão para o clássico Swing Louco, a cantora quer homenagear o Pará e fazer parte do grupo de artistas que levam o calipso, estilo tradicional do estado, para o resto do país.

Nas redes sociais, a cantora se divide entre publicações de trabalhos, fotos do filho Noah, de 8 anos, e posicionamentos políticos. “Enquanto artista, posso ser uma voz que ecoa e contagia as pessoas”, acredita. O posicionamento tem um preço, que ela regateia em pagar. “Já fui muito atacada e ainda sou, diariamente, mas não ligo para isso”, garante Aretuza, que vê as próximas eleições como a chance de “unir forças para transformar o país”.

Leia a íntegra da entrevista com a drag queen Aretuza Lovi

Aretuza Lovi une calipso à arte drag e diz que 2022 é ano de \"transformar o país\"

Swing Louco é um clássico da música paraense. O que te motivou a gravar essa versão?

Aretuza Lovi - Swing Louco é um clássico da música paraense, que estourou no Norte e no Nordeste com várias regravações. Conheci com a banda Swing do Pará, na minha adolescência. Quando escutei essa música pela primeira vez, ela tomou conta de mim e entrou na minha vida. Desde então, ouço quase que diariamente, como se fosse uma religião.

Saí da minha casa para morar no Pará por conta da musicalidade, da cultura, pela minha paixão pelo estado. Quando pensei em voltar às minhas raízes, percebi que Swing Louco é uma música que me representa muito e representa tudo que eu acredito. Ela tem um ritmo contagiante, que é o calipso, com levadas intensas de guitarras paraenses.

Existem vários cantores e bandas maravilhosos que levam esse ritmo para fora das fronteiras do Pará, e eu também quero fazer parte dessa galera. É uma forma de homenagear o estado.

Vejo que as drags têm um estilo mais ligado ao pop e ao funk. O calipso também abraça e é abraçado pela comunidade LGBTQIA+?

Aretuza Lovi - Muito! É um ritmo extremamente contagiante, dançante e com um visual incrível. As cantoras usam roupas brilhantes, os shows são verdadeiros espetáculos. Isso nos contagia de alguma forma e, para mim, traz muita felicidade. A comunidade ama muito, e o fandom de cantoras paraenses como Joelma e Gabi, da Companhia do Calypso, provam isso.

A arte drag tem crescido muito no Brasil. Além de você, temos Pabllo Vittar, Gloria Groove… Vocês se relacionam, têm uma amizade?

Aretuza Lovi -  As meninas são paixões na minha vida. Pabllo, Glória, Lia Clark e tantas outras que eu poderia citar. Temos um relacionamento incrível, uma amizade. A gente se apoia, se ajuda, fica feliz e orgulhosa pela vitória uma da outra. Amo todas! Elas fazem parte da minha história. Tenho muita gratidão e aprendo muito com elas. Nós fazemos uma cena unida, porque é isso que precisamos: de união, de amor, de respeito. Vivemos muito em comunhão.

Aretuza Lovi une calipso à arte drag e diz que 2022 é ano de \"transformar o país\"

Estamos no Mês do Orgulho LGBTQIA+. Para você, por que é importante falar em "orgulho"?

"Infelizmente, precisamos de um mês, mas a nossa luta é diária e constante. Precisamos falar de diversidade todos os dias, ensinar as pessoas sobre diversidade e respeito ao próximo para combater o preconceito. É preciso investir na educação, e nosso país está longe de ter uma educação de qualidade. Só a educação pode combater o preconceito, porque educação gera respeito, e respeito gera amor e empatia. Estamos longe disso porque temos um governo que não investe em educação. Espero que tenhamos, em breve"

Aretuza Lovi

Este é um ano de eleições. Acha importante que a diversidade, exaltada em junho, também deve ser lembrada em outubro?

Aretuza Lovi - A diversidade tem que ser lembrada sempre. Este é um ano muito importante e decisivo, em que precisamos unir forças para transformar o país. Por isso, precisamos tirar do governo uma pessoa que não está pronta e não é capaz para colocar uma pessoa, de fato, capaz. Nós temos um candidato ideal. Meu candidato é o Lula. Espero que no dia da eleição nós façamos valer o nosso voto, com união.

Você fala sobre seu voto e sobre política abertamente. Isso já foi motivo de ataques, de críticas nas redes sociais?

Aretuza Lovi -  Falei e falarei! (risos) Afirmo que eu sou Lula. Enquanto artista, posso ser uma voz que ecoa e contagia as pessoas. Já fui muito atacada e ainda sou, diariamente, mas não ligo para isso. Minha luta e meus ideais são firmes, e tenho certeza que nós vamos vencer.

Confira o clipe Swing Louco:

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