Tony Ramos dispara: "Nunca tive rabo preso com nenhum partido"
Prestes a voltar à TV como vilão, ator opinou sobre o tratamento da cultura no Governo Bolsonaro
Publicado em 23/08/2020 às 15:19
Aos 72 anos, Tony Ramos se orgulha de nunca ter subido em palanque. Com mais de cinco décadas dedicadas à arte, ele falou sobre seus distanciamento em relação à política, sempre evitando apoiar qualquer candidato. "Nunca tive rabo preso com nenhum partido", garantiu o ator, em entrevista divulgada neste domingo (23).
"Jamais pisei num palanque político e, pode cobrar, jamais pisarei. Você não faz ideia de quantas ofertas de campanha política já recebi. Não critico quem faça, mas não quero", destacou Tony Ramos, em entrevista ao jornal O Globo. "Como artista popular não quero induzir ninguém a nada. Principalmente, ao voto. Quero ter distanciamento crítico para poder cobrar, dizer 'que decepção'", acrescentou.
O veterano lembra, contudo, que participou das campanhas por eleições diretas no Brasil no período de abertura da ditadura militar, na década de 1980. "As Diretas Já eram suprapartidárias, a busca do povo pela democracia plena. E podem inventar o que quiser, nada melhor que ela, que também exige algo difícil, que é não impor a sua opinião", classificou.
Apesar de não tomar partidos, ele ressaltou que o Brasil carece de educação e saúde, com atenção à arte e ao esporte na formação das crianças. "O caminho é longo, depende de a gente saber votar. Vivemos um momento político, particularmente na cultura, desmoralizante", opinou.
Ele ressaltou a importância da democracia neste contexto e fez ponderações sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro. "Se não estiver satisfeito com o governo atual, busca a mudança. Se estiver, vote em que está no poder. Agora, atitude política é outra coisa. Sonho com o atual governo olhando para a Cultura de uma maneira que não seja dando esmola."
"Sou conservador no meu pensamento, não retrógrado", diz Tony Ramos
Protagonizada por Tony Ramos, a polêmica Torre de Babel está de volta após 22 anos, agora no Globoplay. A novela, exibida entre 1998 e 1999, foi rejeitada pelo público por ter um casal de lésbicas e um usuário de drogas, entre outros fatores que prejudicaram os índices de audiência na época. Os personagens morreram na explosão de um shopping.
Ainda em entrevista a O Globo, o ator classificou que não é possível "empurrar para debaixo do tapete o que incomoda". Ele opinou que é fundamental discutir o que nos rodeia, a diversidade de hábitos e as várias maneiras de ser.
"Sou conservador no meu pensamento. Não retrógrado, mas conservo o respeito às liberdades do próximo. Um artista como eu não propõe ao espectador intimidade, mas diálogo. Quando a novela causa ruído, é importante o espectador se manifestar, mas também não ceder ao que ele acha que está sendo agressivo. A televisão me fascina porque é o sinal aberto de uma antena", disse.
O ator se prepara para voltar à TV na próxima novela de João Emanuel Carneiro, às 21h, e deu detalhes sobre seu personagem: "Caráter duvidoso e otras cositas más. (...) Mas ele também é humanizado por atitudes que farão o espectador dizer: 'Quem é esse cara?'. É isso que me interessa: deixar quem assiste desconfortável, instigar".
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