William Bonner desabafa e diz que pediram Auxílio Emergencial em nome do filho: "Fraude"
Âncora do Jornal Nacional fez uma thread explicando o problema enfrentado pelo filho
Publicado em 21/05/2020 às 10:27
William Bonner voltou ao Twitter na manhã desta quinta-feira (21) para denunciar estelionato que o seu filho, Vinícius Bonemer, tem sofrido há anos. O apresentador do Jornal Nacional fez uma thread para falar do caso e também para contar que um estelionatário recebeu o Auxílio Emergencial do Governo Federal em nome do jovem.
"Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça", iniciou o jornalista, que ficou quase um ano sem escrever nenhuma palavra na rede social. Seu último texto havia sido em julho do ano passado.
"Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência", escreveu o editor-chefe e parceiro de bancada de Renata Vasconcellos no JN.
Bonner continuou o desabafo. "A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático", contou.
O jornalista passou então a reclamar da burocracia encontrada para resolver o problema enfrentando por ele e pelo filho. "Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela", contou.
Bonner fala de Auxílio Emergencial
"Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público. Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente", disse o jornalista.
E Bonner deu detalhes da situação. "Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria. Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um 'não'. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado", escreveu.
"O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa - a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado. Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar", esclareceu o jornalista.
Bonner reclama do mau uso do dinheiro público
O editor do Jornal Nacional aproveitou o espaço para falar do mau uso do dinheiro público. "Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?", desabafou.
"Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia. Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos. De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.", encerrou.
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