Opinião

Terra e Paixão e a esperança de reconquistar o público noveleiro

Nova novela das nove estreou na última segunda-feira (08) com a missão de elevar a audiência da Globo


Cena da abertura de Terra e Paixão com Barbara Reis
Barbara Reis é protagonista de Terra e Paixão - Foto: Reprodução/Montagem
Por Silvio Cerceau

Publicado em 10/05/2023 às 10:46,
atualizado em 28/07/2023 às 15:37

Com a missão de aumentar a audiência do horário nobre da Globo, Terra e Paixão, de Walcyr Carrasco, estreou na segunda-feira (08) causando expectativas na equipe da novela, na emissora e no público. No primeiro dia, marcou menos de 25 pontos no Ibope da Grande São Paulo, apesar de toda a divulgação, e manteve essa média no segundo capítulo.

A trama será interessante, o tema principal lembra um pouco o de Fera Radical (1988), de Walter Negrão: um poderoso que manda matar a família para se apossar das terras. A história foi bem apresentada nos dois primeiros capítulos, embora o primeiro foi meio corrido, algo que tirou um pouco de emoção da história.

O elenco de Terra e Paixão estava à vontade e deixou bem claro o arco dos seus personagens. Destaque para Tony Ramos como Antônio La Selva, Glória Pires na pele da madame Irene La Selva, Susana Vieira vivendo a meretriz Cândida Ferreira e Tatiana Tibúrcio que incorpora Jussara, mãe da grande protagonista.

Walcyr Carrasco como sempre não fugirá dos clichês e do seu estilo ao criar os núcleos, sempre a mesma estrutura:

  • O mote do filho que a mãe morreu no parto e ele passa a ser o culpado pelo pai é algo clássico que sempre funciona e acaba ganhando o público por se tratar de uma injustiça.
  • A mocinha sofredora, batalhadora que terá que enfrentar muitas dificuldades para alcançar a felicidade também é muito bom.

Algo que chamou atenção e pode funcionar bem é a dupla de trans. Outro detalhe que desperta curiosidade e pode prender nossa atenção é o “segredo”. O motivo que o vilão rude e sem escrúpulos quer as terras de Aline. Alguns personagens sabem bem esse segredo, no caso o delegado e a cortesã.

Terra e Paixão e a esperança de reconquistar o público noveleiro

Dessa vez, a abertura foi um show à parte, no estilo das aberturas das novelas mexicanas. Ficou bem produzida e agradável aos olhos, uma pena o tema ser uma música antiga, acho que a história merecia, como as novelas de antigamente, algo genuíno, autoral. Quem sabe as músicas que tocarem na trama nos trazem boas novidades, tendo em vista que o agronegócio é destaque no momento, trazendo duplas de agroboys e agrogirls, inclusive Ana Castela que participa cantando o tema de abertura.

Pode até ditar boas tendências na moda, se bem explorado. Ah, será que a questão do casal principal, Aline (Barbara Reis) e Caio (Cauã Reymond) se transformar em árvore seria uma referência à Saramandaia, remake de 2013, cujo o casal  Dona Candinha (Fernanda Montenegro) e Tibério Vilar (Tarcísio Meira) protagonizam uma cena semelhante?

Em Terra e Paixão, Globo acertou na escolha de Barbara Reis como Aline 

Na minha opinião, a pérola da história é a atriz Barbara Reis, escolha acertada para viver essa protagonista, afinal Barbara brilhou em Todas as Flores, novela que exibe seus últimos capítulos no streaming. Ela é uma atriz visceral. Veste o personagem sem pudor, sem ressalvas, e deixou bem claro isso no final do primeiro capítulo e no decorrer do segundo, onde pudemos conhecer mais sobre sua personagem. Que atriz grandiosa e perfeita.

Silvio Cerceau

Enfim, pode ser uma excelente novela independente do número de audiência, como eu já disse anteriormente, a crítica tem que parar de julgar a obra pelos índices e sim pela qualidade de texto e produção.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos e volto aqui para conversar sobre esse belo folhetim.

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