Enfoque NT

Sem didatismo e escapismo, o que esperar de Amor de Mãe?

Descrita como um recorte da vida real, Amor de Mãe não terá personagens maniqueístas


Taís Araújo, Regina Casé e Adriana Esteves
As três protagonistas de Amor de Mãe - Divulgação/TV Globo

Amor de Mãe estreia na próxima segunda-feira (25) na Globo, tendo uma missão difícil no quesito audiência: segurar a peteca deixada por Walcyr Carrasco e A Dona do Pedaço, que conseguiu grande popularidade, mas que não gozou de tanto prestígio perante à crítica especializada.

Foram meses de didatismos, soluções escapistas, reviravoltas mirabolantes e situações inverossímeis, mas que fizeram com que o telespectador ligasse o televisor todos os dias, na faixa das nove da noite. Carrasco dá ao público o que ele quer ver e tem esse talento, prova disso são seus números nas últimas novelas. O autor escreve em escala industrial e é uma mina de ouro da Globo.

Agora, provavelmente uma novela bem diferente. Amor de Mãe será o primeiro folhetim de Manuela Dias, autora que esteve à frente de projetos elogiados, inclusive por este espaço, como as minisséries Ligações Perigosas (2016) e Justiça (2016).

A primeira contou um clássico, a obra francesa Les Laisons Dangereuses, de Choderlos de Laclos. A segunda, entrelaçando quatro histórias, mais ou menos como fará com sua primeira novela a partir de segunda-feira. Justiça contou essa história de maneira fluída e natural.

Justiça, aliás, que credenciou Manuela Dias ao posto de autora de novela das nove. Ali deu para observar mais do seu texto: tenso, realista, urbano. Elementos essses que cativaram e impressionaram o telespectador, fugindo do óbvio e até do tradicional ao ambientá-la fora do eixo Rio-São Paulo. Justiça foi ambientada em Recife.

Recorte da vida real

Em um release especial enviado à imprensa sobre a novela, a Globo deixa bem claro numa conversa com o diretor José Luiz Villamarim que Amor de Mãe é um recorte da vida real. E mais: a trama não contará com personagens maniqueístas. Ou seja, ninguém é 100% bom ou mau.

Villamarim explica em uma das perguntas: "É a vida que surpreende, a vida que dá ganchos, a vida que vira o jogo. As questões estão dentro da novela, mas a ação dramática não é construída pelo vilão. Todo mundo na história é normal, são pessoas que a gente conhece. Uma hora faz algo errado, uma hora é do mal, outra do bem. Não há uma pessoa o tempo todo boa ou o tempo toda má, assim como na vida".

Já dá para perceber que Amor de Mãe será muito, mas muito diferente de A Dona do Pedaço.

A nova novela da Globo pretende resgatar um caráter humanitário. Contar histórias mais próximas da realidade e utilizar a maternidade como mote.

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Thiago Forato é jornalista e escreve diariamente para o NaTelinha. Assina a coluna Enfoque NT desde 2011 . Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto

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