Opinião

Atacar Silvio Santos depois de morto é sórdido, cruel e covarde

Apresentador do SBT morreu aos 93 anos


Montagem com Silvio Santos no palco do SBT
Silvio Santos morreu por broncopneumonia - Foto: Montagem/NaTelinha

Quem é santo no Brasil? A resposta você já sabe, mas isso não impede que muitas vezes encontremos pessoas com qualidades que despertem nossa admiração. Silvio Santos faleceu no último sábado (17), aos 93 anos, e ao longo de sua carreira nunca foi candidato à canonização. Desde sua morte, o apresentador tem sido alvo de críticas de uma minoria de pessoas cruéis que tentam minimizar sua importância na história do país, talvez movidas pela inveja de não serem capazes de despertar na nação o sentimento de perda, como aconteceu com Silvio Santos.

É cruel, sórdido e covarde atacar a honra de alguém que já faleceu. Se tinham algo a dizer, deveriam ter dito em vida, permitindo ao acusado a chance de se defender. O momento escolhido por essas pessoas não respeitou a dor de uma família que sofreu a perda de seu patriarca.

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Eles afirmam que Silvio Santos explorou o pobre para ficar rico, mas se for para demonizar negócios, podemos criticar o padeiro que só vende o pão para quem tem dinheiro, não é verdade? Podemos também criticar o dono de um supermercado que enriquece obtendo lucro sobre o arroz e o feijão. Buscando um viés, todo mundo parece ser culpado aos olhos dessas pessoas hipócritas.

Afinal, todo bom negócio surge como uma oportunidade de ganhar dinheiro. E foi assim que Silvio Santos agiu, começando a vender canetas no centro do Rio de Janeiro, cerveja na barca Rio-Niterói, até chegar às casas próprias do Baú da Felicidade.

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Como se vê, além de covardes, a maioria desses críticos não conhece bem a história de Silvio Santos e não possui estatura profissional para julgar alguém como ele. Será que o Livro da Vida desses “caçadores de santos” possui capítulos escritos que os tornariam candidatos à santidade?

Fernando Morgado, biógrafo do fundador do SBT, escreveu um artigo para o NaTelinha no dia da morte do apresentador, intitulado: ‘Silvio Santos, o mito que venceu a hipocrisia’. Abaixo, coloco dois trechos.

“Por trás de tanta hipocrisia, existe a sanha por cliques, além de diferenças político-partidárias absolutamente momentâneas, visto que Silvio enalteceu todos os governos, da esquerda à direita. Muitos dos que condenaram o animador após a posse de Michel Temer fizeram vista grossa quando Silvio Santos determinou que sua rede não transmitisse a votação do impeachment de Dilma Rousseff.”

Fernando Morgado

“Ao mesmo tempo, aqueles que celebraram vinhetas ufanistas inseridas nos intervalos do SBT se esqueceram que o SBT Brasil, principal telejornal da emissora, estreou sob a 'benção oficial do presidente Lula'. Sem falar dos muitos que, ao resumirem a história de Silvio, omitem o fato da Semana do Presidente ter permanecido no ar por mais de uma década, terminando apenas durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Em suma: há quem diga empunhar a bandeira da independência, mas só quando convém.”

Fernando Morgado

Silvio Santos não era santo

Silvio Santos não foi o empresário mais bem-sucedido que o país já teve, nem era o mais rico, mas foi o mais carismático e inspirava aqueles que estão nas ruas vendendo suas mercadorias, permitindo-lhes sonhar com um futuro melhor.

Desvalorizar uma trajetória única como apresentador e empresário é mesquinho e cruel. Silvio Santos não veio ao mundo para ser santo ou Papa; que bobagem! Ele veio para trazer alegria a uma nação que sofre por tantas mazelas. No domingo, todo mundo esquecia dos seus problemas. Se seus críticos buscam santos, devem frequentar mais a igreja.

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