Globo passa a pagar salários mais baixos nas novelas e assusta atores
Emissora passou apostar em novos nomes da dramaturgia
Publicado em 30/07/2023 às 06:18,
atualizado em 30/07/2023 às 10:50
A Globo passou a propor salários mais baixos para atores que irão protagonizar suas novelas e séries. A nova política salarial da emissora acontece no momento em que contratos fixos passaram a ser uma exceção nos bastidores. Esse cenário vem assustando artistas do primeiro escalão que não tiveram seus vínculos renovados e foram chamados para integrar as novas produções de dramaturgia do Grupo Globo.
De acordo com fontes ouvidas pelo NaTelinha, há alguns anos, os salários dos atores mais prestigiados chegavam ao patamar entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Uma situação diferente de agora. Intérpretes famosos estão sendo convidados para participar de folhetins e recebem propostas de contratos por obra de R$ 20 mil a R$ 30 mil.
A oferta de um ordenado reduzido está apavorando artistas conhecidos do público e alguns, com melhor situação financeira, se negam a participar das novas produções. O streaming vem ganhando prioridade de diversos nomes. Diante disso, a Globo enfrenta dificuldades para fechar o casting das suas produções.
As novelas Elas Por Elas e Renascer, novas tramas do horário das seis e nove, respectivamente, tiveram problemas na hora de fechar seus elencos. A saída foi apostar em rostos do teatro.
Em novas novelas, Globo tem elenco mais barato
Elas Por Elas, por exemplo, em sua primeira versão produzida em 1982, tinha como atrizes principais Eva Wilma, Aracy Balabanian, Ester Góes, Sandra Bréa, Mila Moreira, Joana Fomm e Maria Helena Dias. Nomes prestigiados da época e considerados do primeiro time.
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No remake da novela de Cassiano Gabus Mendes que estreia no lugar de Amor Perfeito, foram escaladas nos mesmos personagens: Deborah Secco, Karine Telles, Thalita Carauta, Késia Estácio, Isabel Teixeira e Maria Clara Spinelli. Monica Iozzi estava na produção, mas deixou o folhetim alegando problemas de saúde. Com isso, Deborah Secco se tornou o principal nome de Elas por Elas.
Essa nova política salarial do canal acontece junto com diversas mudanças no modelo de negócio do Grupo Globo desde a implantação do Programa Uma Só Globo, em 2018. Onde colocou num único CNPJ as empresas TV Globo, Globosat, DGCorp (Diretoria de Gestão Corporativa), Globo.com e Som Livre – vendida no ano passado -. O intuito foi reduzir o custo da operação do grupo.