Opinião

Terra e Paixão virou termômetro da Globo na briga contra Netflix

Emissora muda novela das nove para enfrentar fuga de audiência para o streaming


Cauã Reymond como o personagem Caio da novela Terra e Paixão
Cauã Reymond é protagonista de Terra e Paixão - Foto: Reprodução/Montagem
Por Sandro Nascimento

Publicado em 09/07/2023 às 08:00,
atualizado em 09/07/2023 às 08:56

Após a pandemia, a Globo enfrenta uma fuga de audiência no horário nobre e os números de Terra e Paixão refletem este problema. Embora continue líder absoluta do primeiro lugar na TV aberta, a novela de Walcyr Carrasco atingiu média, até em sua oitava semana, de 25 pontos na Grande São Paulo. Pontuação bem distante da Record e o SBT que atingem em torno de 5 a 4 pontos, respectivamente.

Embora possa parecer uma posição confortável, essas emissoras deixaram de ser concorrentes diretas da Globo. Hoje o canal carioca briga para estancar a penetração dos streamings, como o YouTube e a Netflix, na rotina do telespectador e recuperar a sua audiência perdida.

No dia 11 de março de 2020, data reconhecida pela OMS como o inicio da pandemia de Covid-19, a Globo exibia Amor de Mãe e o folhetim escrito por Manuela Dias chegava ter médias de 36 pontos, naquela semana. Em comparação ao Ibope de Terra e Paixão, significa que em cada 100 pessoas, 28 deixaram de assistir a Globo na faixa mais valorizada da TV brasileira nos últimos três anos.

É diante deste cenário que a emissora promoveu a grande virada na novela das nove com a morte do personagem Daniel (Johnny Massaro). Uma tentativa de aumentar a audiência de Terra e Paixão, que embora a emissora negue, está abaixo das expectativas.  A crise de audiência da novela não é por ameaça da Record e SBT, mas pelo produto não ter sido capaz, até agora, de recuperar o público que fugiu da Globo.

Com capítulo especial, Terra e Paixão não bateu 30 pontos  na Globo

O canal fez uma mega operação para divulgar a sequência das mudanças de Terra e Paixão e usou toda sua força de vitrine para isso: chamadas especiais ao longo da grade, reportagens e participações dos atores nos programas. Porém, apesar de todo esforço, o capítulo exibido na última quinta-feira (06) não ultrapassou a barreira dos 30 e fechou com média de 29,5 pontos na capital paulista, de acordo com a aferição da Kantar Ibope Media.

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Esses números são um termômetro nessa era Netflix e afins. Estamos diante de um novo patamar de audiência da TV aberta e de um público pulverizado consumindo conteúdo nas plataformas e redes sociais. Como estará este cenário daqui a 10 anos com a nova geração se distanciando da TV linear? 

Em 2024, a Globo faz uma nova tentativa para reverter essa situação e vai exibir o remake de um clássico da dramaturgia: Renascer.

Há 58 anos no ar, pela primeira vez, a emissora percebe uma ameaça concreta capaz de tirar seu lugar de preferência no momento que o telespectador senta no sofá e ligar a TV. YouTube, Netflix, Prime Video e HBO Max chegaram de vez. O que acontece com a Globo é um reflexo que a atual TV aberta enfrenta para não virar o que se tornou a frequência do AM no rádio.

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