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Passagem das Olimpíadas pela Record não foi em vão, mas canal perdeu legado

Emissora mudou o patamar dos esportes de inverno, porém não conseguiu perpetuar tradição


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Record transmitiu as Olimpíadas de Londres com exclusividade em 2012

A Record transmitiu sozinha na televisão aberta a Olimpíada de Inverno de Vancouver em 2010 e a de Verão de Londres em 2012. Foi um período novo e curioso para os fãs de esporte e também para a emissora. E que dificilmente se repetirá, já que a Globo assegurou os direitos (de forma não exclusiva) dos Jogos ao menos até 2032.   

Se a competição londrina relativamente decepcionou diante da expectativa de que a rede elevasse o maior evento poliesportivo do planeta a um novo patamar de espaço, esse ciclo de aposta do Comitê Olímpico Internacional rendeu ao menos um fruto claro.

Trata-se da expressiva popularização das modalidades de inverno no Brasil. Obviamente não houve uma massificação e jamais seremos a pátria dos esquis ou trenós, mas diante das circunstâncias de um país tropical, os esportes de neve e gelo tiveram uma disparada de fãs após a bem sucedida transmissão dos Jogos de Vancouver.

Antes da cobertura da Record no Canadá, o espaço da Olimpíada de Inverno na Globo se resumia a notas cobertas. Depois, uma equipe de dezenas de profissionais esteve nos Jogos de Sochi, na Rússia. Bem mais enviados do que a própria Record fez na ocasião.

Ou seja, o canal lançou a onda para o Grupo Globo surfar. Após servir como embrião, testando e comprovando o alcance dos eventos, não houve a competência em estabelecer uma tradição na área, podendo usar, por exemplo, a Record News como braço para isso.  

Melhor para o SporTV, que voltou a transmitir ao longo da última semana uma edição do Mundial de Curling. A disputa feminina ocupou espaços nobres no segundo canal da rede esportiva. A modalidade, antes pura curiosidade, passou a ser tratada de forma séria, com narração profissional e comentários explicativos. Só faltou um pouco de vibração, como bem fazia o saudoso Maurício Torres na Record em 2010.  

Mas o fato de se ganhar espaço pela disputa, sem precisar considerar fatores que extrapolem os limites esportivos, é uma prova de consolidação desse nicho.   

No Twitter, foram vários os telespectadores que elogiaram a iniciativa:

Para o SporTV, o acerto em diversificar seu cardápio traz boa perspectiva não somente para disputa gelada em 2018 na sul-coreana PyeongChang como também para os próximos meses na Olimpíada do Rio.

Aliás, segundo a Federação Mundial de Curling, o canal fechado brasileiro foi o único da América Latina e do hemisfério Sul a adquirir os direitos de transmissão. Ou seja, países como Argentina e Chile, mais acostumados com tempos frios, não tiveram a chance de conferir o torneio.

Além do Brasil, a exibição televisiva do evento, vencido no último domingo (27) pela agora hexacampeã Suíça, ocorreu também apenas em Canadá, China, França, Japão, Polônia, Rússia, Coreia do Sul e Estados Unidos.   


O colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira. Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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