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Edmara Barbosa comenta primeiras cenas de "Velho Chico": "fiquei sem fôlego"


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Foto: Divugação

Após a guerra da facção, começou nesta segunda-feira (14) uma briga pelo amor impossível, com a nova novela das nove da Globo, "Velho Chico". No primeiro capítulo, o público se surpreendeu pela qualidade técnica e excelente trilha sonora.

"Velho Chico" começou com 35 pontos de audiência na Grande São Paulo, a maior audiência das últimas quatro estreias de novela na faixa.

Em entrevista exclusiva, a autora da nova trama, Edmara Barbosa, conta como é escrever tendo o pai Benedito Ruy Barbosa como supervisor. "Meu pai, é um parceiro imprescindível. 'Velho Chico' é uma obra conjunta, que nasceu de uma ideia dele de contar a história desse rio", diz ela, que divide com seu filho, Bruno Luperi, a autoria da novela.

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A filha de Benedito Ruy Barbosa revela que precisou fazer alguns ajustes depois que a direção da Globo colocou a história para as 21h. Inicialmente, "Velho Chico" seria apresentada às 18h. "Fizemos alguns ajustes para detalhar algumas tramas, mas a essência é a mesma", conta.

Sobre as primeiras cenas, Edmara Barbosa não economiza elogios: "Fiquei absolutamente emocionada com as cenas, sem fôlego mesmo. Gostei de tudo o que vi. Seria impossível eleger só uma cena".

Confira a entrevista completa:

Como é escrever uma novela com o pai em cima, supervisionando todo o texto?

Edmara Barbosa -
Benedito, meu pai, é um parceiro imprescindível. Velho Chico é uma obra conjunta, que nasceu de uma ideia dele de contar a história desse rio. De lá para cá eu e o Bruno temos feito uma vasta pesquisa. Viajamos pelos cinco estados banhados pelo Velho Chico, buscando beber na fonte. Ouvimos as histórias do povo ribeirinho, participamos de suas festas, conversamos com pessoas que vem lutando por esse rio. Assim os personagens que havíamos criado na nossa imaginação foram tomando corpo, ganhando voz e lugar na nossa história.

Inicialmente, "Velho Chico" era tratada na área artística da Globo como uma novela das seis. Quais foram os ajustes necessários para adaptar a trama para o horário das nove?

Edmara Barbosa -
Fizemos alguns ajustes para detalhar algumas tramas, mas a essência é a mesma.  

Qual foi a primeira coisa que pensou quando tomou conhecimento do novo horário de "Velho Chico"? Aprovou a decisão?

Edmara Barbosa -
Temos uma história pra contar. A casa leu a sinopse e os capítulos, que eram originalmente para uma novela das seis e viu que seria melhor e mais pertinente subi-la na grade pra explorar melhor isso. O Luiz Fernando Carvalho está fazendo um trabalho lindíssimo e primoroso. Estamos dando, todos, o melhor de cada um de nós.

Na trama, vai existir discussão sobre a transposição do Rio São Francisco. Como isso será apresentado na novela?

Edmara Barbosa -
Velho Chico é o herói verdadeiro dessa história. É sobre ele que estamos falando. Não de transposição. A discussão é outra. Vamos falar, e mostrar, ações que estão sendo feitas, na prática, para se recuperar esse rio e o planeta, que está vivendo a maior crise climática de sua história, e que pode se tornar irreversível. Isso é real. Essa é a bandeira que temos que levantar. Fizemos uma importante parceria com a CI (Conservação Internacional) que reúne várias organizações em defesa do meio ambiente (não só no aspecto ecológico, mas também no social), que vai nos subsidiar do que eu chamo de “boas ações” que estão sendo feitas para mudar esse futuro sombrio que se apresenta.

De onde surgiu a inspiração para fazer uma novela tendo o Rio São Francisco como pano de fundo?

Edmara Barbosa - É uma novela de três gerações, que nasceu para cada um de nós num momento diferente. Primeiro foi com meu pai, ainda na década de 70, quando ele visitou o rio. Depois antes que eu escrevesse o remake de ‘Paraíso’, no auge da discussão sobre a transposição. Tinha a sinopse de uma história de amor e de rivalidade entre duas famílias e precisava ambientá-la em algum cenário. Comecei a ler e pesquisar temas sobre o rio. E fui atrás dos escritores nacionais que tinham retratado a região. Em especial Guimarães Rosa que antes de escrever Grande Sertão fez a mesma viagem que eu fiz. A sinopse toda foi feita em cima de pesquisas. Quando finalizei, comecei a viajar pela região, buscando me ambientar com aquele cenário e aquela gente para fundamentar os meus personagens. E deu certo. Velho Chico nasceu!

Gostou do resultado das gravações sob comando do diretor Luiz Fernando Carvalho no Nordeste? De tudo o que você assistiu, o que mais gostou e gostaria de destacar?

Edmara Barbosa -
Fiquei absolutamente emocionada com as cenas, sem fôlego mesmo. Gostei de tudo o que vi. Seria impossível eleger só uma cena. É um grande trabalho de equipe. Elenco, produção, direção. A história está sendo contada por todos com emoção. Isso passa quando a gente vê o resultado na tela.

"Velho Chico" marca o retorno de tramas rurais ao horário nobre da Globo. Na sua opinião, o público está cansado de histórias de violência do cotidiano das grandes metrópoles?

Edmara Barbosa -
Não acredito nisso. Cada autor tem seu universo e um estilo próprio de contar uma história. Isso tem que ser respeitado. Velho Chico é um melodrama. Nossa escola foi Benedito. Da minha parte foram quarenta anos lendo suas histórias e seus capítulos. Da parte do Bruno foram vinte e sete anos ouvindo o avô contar histórias e agora, trabalhando ao lado dele. Foi assim que aprendemos. Esperamos honrar isso.

Tem a expectativa de "Velho Chico" resgatar um público perdido e haver a comoção de "Pantanal", em 1990?

Edmara Barbosa -
Estamos muito felizes e emocionados em contar esta história. Espero que o público também se encante.


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