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"Hora 1" completa primeiros dias sem erros e com boa perspectiva

Território da TV


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Foto: TV Globo/ Zé Paulo Cardeal
Entre tantas trocas de formatos e apresentadores, a estreia de um telejornal criado a partir do zero na Globo chamou atenção. O "Hora 1 da Notícia" surgiu para ocupar o espaço do "Telecurso" e do "Globo Rural" a partir das 5 da manhã e foi desenvolvido para informar o público que acorda cada vez mais cedo e tinha opções jornalísticas primeiro em Record, SBT e Band.
 
O material humano do "H1" se mostrou ideal para o projeto. Monalisa Perrone consegue deixar um clima de animação matinal sem forçar para soar exagerada. E Maria Júlia Coutinho já estava em função similar ao lado de Ana Paula Campos há tempos. 
 
Dentre os correspondentes, praticamente todos ainda estão mais apegados aos TPs e os momentos de interação espontânea são provocados por Monalisa. A exceção fica por conta de Rodrigo Alvarez, que entra ao vivo de uma área externa em Jerusalém. 
 
Esse espalhamento mundial das notícias é outro trunfo do "H1", que não cai na armadilha das concorrentes de focar exageradamente nas notícias paulistas pela facilidade de estrutura. 
A boa divisão nacional das pautas, habitual em outros telejornais da Globo, vai das câmeras de trânsito até as manchetes de jornais lidas. 
 
Aliás, esses dois momentos lembram muito o "Café com Jornal". Mas não dá para dizer que os jornalísticos da Band e da Globo sejam tão similares pela diferença de duração entre eles (o "Café" possui o triplo do tempo). 
 
Por causa da agilidade que seus cerca de 55 minutos de duração proporcional, o "H1" não se aproveita bem dos seus colunistas, que nem parecem muito definidos. Nessa semana inicial, por exemplo, os comentários de política já se revezaram entre Heraldo Pereira e Gerson Camarotti. 
 
O jornalístico também não abandonou as cotações agrícolas. Diariamente, é possível saber a cotação do boi gordo ou do café conilon. Uma espécie de satisfação aos antigos telespectadores do "Globo Rural".
 
Para os do "Telecurso", a opção foi incluir nos breaks uma chamada em que o ator Alexandre Borges convida o público a assistir as teleaulas pelo site ou nos canais Cultura e Futura. 
 
E falando em integração de canais, o "H1" já reprisou VTs de outras atrações globais e até da Globo News, mas com moderação justificável. Passa longe de ser um depósito de reciclagem. 
 
Outro momento interessante é o "fique de olho", realizado ao final das edições para anunciar o que será notícia ao longo do dia. 
 
Mas uns não tão interessantes são as repetições a cada 15 minutos das principais notícias. Com esse esquema, a mesma informação pode ser dita até 7 vezes sem nenhum complemento. 
 
É compreensível a ideia de que boa parte do público vai acordando ao longo da exibição e por isso o que é relevante e exibido no início merece nova menção para atingir a totalidade da plateia, mas deixar esse momento apenas na metade e no encerramento já seria de bom tamanho. 
 
Em resumo, o "H1" é uma opção mais completa que seus concorrentes e consegue ter personalidade para se diferenciar dos demais telejornais globais, mas ainda pode conseguir mais brilho próprio com o tempo.
 
A missão inicial de não errar já foi cumprida com louvor e essa primeira semana foi completada sem nenhum incidente de destaque, indicando um ritmo intenso de pilotos anteriormente. Agora, com essa posição consolidada, logo se poderá tentar buscar novos acertos.
 
No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)
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