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Território da TV: Vanessa entrou como "patinho feio" e saiu milionária


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Créditos: Globo / Frederico Rozario

Pedro Bial começou a grande final do “Big Brother Brasil 14” fazendo duas perguntas. “É para subir aqui?” e “estamos no ar?”. Já acostumado com a sucessão de falhas técnicas resultantes em mais de 60 dias no ar ao vivo por ano, ele tirou de letra e logo convocou o show de Gaby Amarantos, que surpreendeu ao ser revelada como atração musical da final, mas cumpriu bem seu papel de animar a plateia.

Logo depois, Bial já estava em pé, Gaby cantando seus hits e tudo voltou ao eixo normal e óbvio. Com figurinhas cada vez mais repetidas, o “BBB” não desperta o mesmo encanto de quando público e participantes iam entendendo juntos sua dinâmica. Como o próprio apresentador citou, a geração que agora entra na casa cresceu assistindo ao reality e se tornou praticamente especialista nele. O que seria excelente no formato americano, que é similar ao “No Limite”, onde os próprios participantes eliminam os concorrentes e definem o campeão. Mas aqui todos sabem que estão sob o olhar da opinião pública. E isso vai ser essencial para o faturamento dos 17 que não forem finalistas fora da casa e atacarão de DJ nos próximos meses. Nessa edição, houve até mesmo participante questionando se a cor dos seus pelos poderia render algum cachê adicional em revistas masculinas.

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Aliás, notem o exagero da fórmula com 20 confinados, que propiciou a ilógica versão turbo nas primeiras semanas. O começo do jogo, quando ele ainda contava com audiência em alta como efeito de suceder a reta final de “Amor à Vida”, serviu para uma série de eliminações aleatórias, não para o público já se apegar aos participantes. Os sobreviventes vieram mostrar suas caras já praticamente na metade da edição, inclusive as 3 finalistas.

Dentre elas, é claro, a grande campeã Vanessa. Bem, ter feito parte do primeiro casal lésbico da história do “BBB” e ainda mais quando nenhum dos heterossexuais emplacou já é o suficiente para colocar a paulista como destaque da edição. Mas ela não é somente a namorada da Clara. “Van”, como era chamada mais intimamente pelos companheiros de casa, mostrou vontade no jogo, enquanto muitos só cumpriam tabela. O que já podia ser esperado como marca de uma ativista que participou da invasão ao Instituto Royal, aquele famoso pelo resgate dos beagles.

Inclusive, a promessa de investir boa parte do prêmio de 1 milhão e meio de reais na causa pesou para opção dos fãs de “Clanessa” por ela, que se consagrou de verdade em pleno 1º de abril. 53% dos votos em decisão tripla. Se fosse uma eleição, vitória com louvor em 1º turno. Vanessa entrou na casa solteira e saiu convidada por Clara para fazer parte de um casamento já existente, entrou como “patinho feio” e saiu milionária. Entrou com 27 anos e saiu com 28, completados exatamente no dia da final. E sob um merecido coro de parabéns, que conseguiu ser um dos raros grandes momentos do 14º “Big Brother”, ao lado das hilárias horas em que a Valdirene de Tatá Werneck entrou no jogo ou dos bons comentários de Monica Iozzi.


O saldo que fica é de atenção para Globo. Tudo bem que o faturamento pode ser expressivo, mas a atual edição voltou a bater recordes negativo de audiência: pior média geral e também de final. E ainda perdeu também a repercussão. O burburinho gerado pelo reality nas ruas foi praticamente zero. Até mesmo o saldo de votações impulsionado pelas torcidas na internet não foi o mesmo de alguns anos atrás. Nessa final, por exemplo, o número total não foi nem mesmo divulgado.

Para Vanessa, que tem seu saldo bancário impulsionado, como uma plateia em polvorosa gritou ontem, só nos resta desejar “muitas felicidades e muitos anos de vida”.

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)


 

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