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O que aconteceu com a programação infantil brasileira?


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"Ben 10" é um dos destaques da programação infantil do SBT

Neste último feriado, além de ter trabalhado um pouco, eu assisti bastante televisão. Notei que nada estava muito diferente. Porém, como vi muitos canais infantis, principalmente séries teens, tenho que indagar: as nossas crianças viraram bobonas ou eu que estou velho demais? Nada contra séries teens, umas eu até gosto, como “iCarly” e “Victorious” e desenhos como “Os Padrinhos Mágicos”, mas a grande maioria são séries bobas. Nem as crianças acham graça nas “piadas”. Mas enfim, isso é história pra outro artigo.

O que eu quero falar é sobre a programação da TV aberta, essa sim bem ruim. Vamos falar por emissoras? Vamos. A Globo se resume a desenhos no sábados de manhã e tapando os buracos lá pelas 4h30, onde nem zumbi está acordado. A Record se resume a “Pica-Pau” e “Todo Mundo Odeia o Chris”, sambando pra lá e pra cá entre a programação.

Já o SBT.... Bem, dele não se pode reclamar. De 8h às 14h30, a programação é dedicada aos pequenos, de segunda à sábado, além da novelinha “Carrossel”. Da Band, também não dá reclamar tanto. É desenho de manhã, de tarde e de noite (Tá, eu sei que “Os Simpsons” não é infantil...). E a RedeTV!, bem, essa virou João Kleber TV. A Cultura também faz um bom trabalho, dedicando grande parte de sua programação para as crianças.

Porém, o mercado ainda está ruim. Não se trabalha mais com ídolos ou pessoas que as crianças possam admirar. A carência está tão grande, que a última ícone infantil é a atriz Rosanne Mulholland, a professora Helena de “Carrossel” - mesmo ela recusando esse rótulo, como falou em entrevista a Marília Gabriela no último domingo (31), no SBT. E outra: investir no público infantil, hoje em dia, é um negócio de risco, já que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) proibiu comerciais direcionados para este público.

Isso se explica, também, o fato dos desenhos japoneses terem sido banidos do Brasil. Animes são desenhos com alto poder de marketing pra vender aquelas quinquilharias (bonecos, cartas, etc). Se não se pode fazer propaganda, como vão vender e bancar a vinda do desenho?

Tem ainda a suspeita levantada pelo SBT de que o Ibope simplesmente cortou de suas pesquisas o público de 4 a 10 anos, o que vale uma investigação muito séria.

É triste dizer, mas é real: as crianças estão sendo jogadas na lata do lixo pelas nossas TVs.

 

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