Publicado em 24/06/2024 às 08:00:00
Aos 55 anos, dos quais dedicou 38 ao jornalismo em suas mais variadas versões, Mariana Godoy é uma profissional sabidamente reconhecida pela capacidade de se adaptar a qualquer tipo de cobertura ou plataforma. Seja no rádio, na televisão aberta ou fechada ou até mesmo no digital, ela mata no peito com total desenvoltura.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, a âncora do Fala Brasil revê sua longa e premiada trajetória, analisa o atual momento da TV aberta, com a ameaça do streaming, e ainda entrega quais são suas grandes referências profissionais.
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"Eu não costumo fazer balanços do passado, estou sempre vivendo o agora, intensamente. Mas quando encontro velhos amigos falamos sobre outros tempos. Hoje, eu olho pra trás e sinto enorme carinho pela menina que fui, tão jovem na profissão e tão apaixonada pela missão de contar histórias. E tenho muito orgulho de não ter feito nada que não devia", diz Mariana Godoy, cuja currículo carrega passagens por Gazeta, Manchete, SBT, Globo, GloboNews, RedeTV!, Band e Record.
"Essa profissão nos permite explorar todas as possibilidades. Tem tanta coisa interessante para ser mostrada. Ainda pretendo escrever outro livro, adoraria fazer reportagens especiais pelo Brasil", entrega a jornalista.
Um dos primeiros nomes a trocar o jornalismo pelo entretenimento, quando assinou com a RedeTV!, Godoy evita comparações com outros colegas que fizeram o mesmo caminho. "Acho que não cabe comparação com ninguém. Na RedeTV! eu fiz o programa que eu queria fazer, misturando reportagens e entrevistas. Os dois primeiros programas saíram exatamente como eu imaginei e a sensação é maravilhosa! Tenho enorme admiração por todas as mulheres, profissionais corajosas, que mudam de carreira, e se expõem ao escrutínio público. Mas, como você disse, eu trilhei o meu caminho. Cada mulher em posição de destaque lutou muito pra chegar lá e minha admiração é por todas elas", reflete.
De volta à bancada de um telejornal em 2021, quando aceitou o convite da Record para apresentar o Fala Brasil, Mariana comenta como foi esse retorno a um formato que ela domina como poucos. "A bancada é minha zona de conforto e o Fala Brasil foi um presente! O convite para vir pra Record me deixou muito feliz! Notícia é de importância vital. Ainda estávamos sentindo os efeitos da pandemia nos programas de entrevista, ao vivo. Aqui, eu tenho a oportunidade de trabalhar com uma equipe nova e que enfrenta desafios diários com muita criatividade e competência. A equipe é muito afinada e Edu Ribeiro, meu companheiro de bancada, é muito bom no improviso e na narração, dá gosto de acompanhar!", elogia.
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Apresentar um telejornal diário, de mais de uma hora, tem seus contras, mas o retorno supera qualquer sacrifício. "Eu acordo às 5h - meu marido acorda junto, pobre Dalcides [Biscalquin, apresentador da Rede Vida]. Tomo um banho e café em casa e vou pra TV às 6h. Quando chego à redação a equipe já está lá desde a madrugada! Gravo os offs (textos de locução das matérias que não têm repórter). Aproveito para olhar todo o espelho, leio as cabeças e notas-pé e mexo no texto pra ficar mais com o meu jeito de falar. É um jornal grande, com mais de 120 páginas", explica.
"Mas trabalhar bem cedo é bom porque no resto do dia dá pra fazer muita coisa. E eu aproveito mesmo! Tem dias em que eu pego o carro e desço pra praia pra surfar e volto no fim da tarde. Eu consigo fazer minha yoga, a fisioterapia, cuidar das coisas da casa, ler um livro e, geralmente, reservo um ou dois dias da semana para almoçar com as amigas. Agora, estou até pensando em aprender a tocar violão...", revela.
"O público que acompanha o Fala Brasil é muito carinhoso! É um jornal muito dinâmico, está sempre mudando. Nas coberturas ao vivo, a Record se destaca pela rapidez e agilidade. Sempre tem um helicóptero da Record sobrevoando o local da notícia do dia. No Fala, o meu papel é na bancada. Mas eu incentivo as produções especiais dos nossos repórteres", conta Mariana Godoy, toda orgulhosa da equipe.
Todo jornalista acaba se envolvendo com a notícia e algumas marcam demais. A cobertura da tragédia climática do Rio Grande do Sul, por exemplo, é um episódio ainda latente na cabeça de muitos profissionais do jornalismo brasileiro. Para Mariana Godoy, as cheias gaúchas deixaram suas cicatrizes e lições.
"O desafio mais recente foi a cobertura da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Eu e Camila Busnello na apresentação seguramos todos os dias, durante duas semanas, uma cobertura quase que exclusiva sobre o RS. Desde o primeiro dia, com o mapa da região, explicando por que isso aconteceu e com várias entradas ao vivo de Porto Alegre. Mas o interior ainda era difícil de mostrar porque as equipes não chegavam até lá. Chamei o repórter Jean Brandão, que é gaúcho, pra nos ajudar no estúdio, porque ele conhecia bem a região e suas particularidades. O Fala Brasil de sábado teve uma participação especial de todos os jornalistas gaúchos que trabalham em São Paulo e estavam longe de suas famílias. Tinha muita história pra contar", compartilha.
"Notícia é sobre pessoas. Não é só sobre números. Quando tivemos condição de voar até lá e os nossos repórteres chegaram até os locais mais distantes, André Azeredo entrou ao vivo e ficou narrando a situação em Arroio do Meio e entrevistando as pessoas por quase meia hora, direto. Roberto Cabrini subiu num barco e mostrou o resgate de um cãozinho no meio da enchente, depois entrou no avião da Força Aérea Brasileira pra mostrar o lançamento de suprimentos nas regiões mais isoladas. E a Record também ajudou, porque o nosso helicóptero mostrava os animais nos telhados e o comandante avisava a localização pra Defesa Civil poder mandar o resgate feito por barcos. Senti orgulho do Fala Brasil e a audiência respondeu", comenta.
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Referência para muitos jovens colegas, a apresentadora também possui suas influências na profissão. Ao NaTelinha, Mariana Godoy compartilha alguns desses nomes. "Eu gosto de textos bem escritos e assino alguns jornais que ainda trazem matérias mais longas. Nos tempos de estudante eu gostava do Robert Fisk do Independent. Sinceramente, todo mundo que passou pela minha vida profissional deixou alguma lição", fala.
"Mário Iório, o primeiro repórter cinematográfico na TV Manchete, me ensinou o básico da reportagem. Osmar de Oliveira, que me ensinou muito sobre transmissões ao vivo. E eu acompanhei de perto o trabalho dos principais repórteres do país, dentre eles o Roberto Cabrini, que tem um dom especial. Na TV eu gostava de assistir ao programa da Oprah Winfrey e as entrevistas do David Letterman. E sempre menciono a Paula Saldanha, que eu assistia quando criança e que foi a minha primeira referência", enumera.
Por fim, a jornalista analisa as mudanças pelas quais a TV aberta tem passado nos últimos tempos, principalmente em razão da concorrência com novos "adversários", como as redes sociais e as plataformas de streaming.
"A TV não vai acabar. Ela vai se transformar. Já se transformou. Não há vilões. É o processo. O rádio não representa mais o que já significou no passado, mas ainda está aí e o mesmo vale para a TV. Nada será como antes, amanhã. Mas eu sempre estarei trabalhando, contando histórias, com sensibilidade, verdade, respeito e dignidade", avisa Mariana Godoy.
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