Veterano

Caco Barcellos, do Profissão Repórter, lamenta ataques: "Sobretudo dos negacionistas"

O jornalista falou sobre as situações de medo com que se depara na rotina de trabalho

Caco Barcellos na nova temporada do Profissão Repórter - Gustavo Scatena/TV Globo
Por Redação NT

Publicado em 21/02/2022 às 15:07:08,
atualizado em 21/02/2022 às 15:12:25

Prestes a completar 50 anos de carreira, Caco Barcellos revela que o que mais gosta de fazer é contar histórias. No atual temporada do Profissão Repórter, que estreou semana passada na Globo, o jornalista está fazendo isso de forma mais independente e passou a se filmar em algumas matérias, com o intuito de estabelecer um contato mais natural com as pessoas. Apesar dos prazeres do dia a dia, o medo também faz parte da rotina de trabalho do veterano.

"O país vive uma polarização. Na verdade, não só no Brasil, mas em toda parte, a imprensa tem sofrido ataques, sobretudo pelos negacionistas. Nós ficamos mais expostos na medida em que qualquer indivíduo hoje se torna um comunicador nas redes sociais. A gente é alvo disso porque nosso trabalho é público", pontou, em entrevista ao Jornal Extra.

"Mas, para essa temporada, por exemplo, produzimos uma matéria sobre moradias precárias. Circulamos por toda a Baixada Fluminense e não ouvimos qualquer ofensa. Conversei com muita gente pobre, em favelas, alguns um pouco críticos, mas sempre com respeito, sem ofensa. A maioria, na verdade, desejava muito a nossa presença. Eu sinto um imenso carinho", destacou, falando sobre como mantém o otimismo, mesmo diante das histórias tristes com as quais se depara.

"É uma questão de estratégia de sobrevivência. Eu quero trabalhar até o último dia da minha vida, acreditando que nosso trabalho, por mais singelo que seja, tenha relevância relativa. Continuo achando que existe um movimento de transformação no mundo e adoraria participar dele", contou.

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Caco Barcellos comemorou o fato de ser sempre recebido com festa pelos moradores dos locais por onde passa com o Profissão Repórter, mas admitiu que o programa não é bem visto por todos. "Nas comunidades, o povo grita: 'Já vem o cara de cabelo branco que gosta de entrar na nossa casa'. Fico encantado com a confiança que as pessoas têm na gente. O Profissão repórter não existiria se as pessoas nos impedissem de entrar em suas casas, circular nas ruas. Agora há uns grupos de milicianos aí tentando impedir a gente, grupos armados... Mas a gente tem que estar lá! Existe o risco, mas a gente tem que desviar e ir lá, protegendo nossa equipe", ensinou.

 

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