Publicado em 16/01/2021 às 08:51:00
Na próxima segunda-feira (18), às 22h, Fabiano Cambota, Nando Viana, Rafael Portugal, Rodrigo Marques e Thiago Ventura desembarcam em mais uma temporada de A Culpa é do Cabral, programa humorístico do Comedy Central que chega em sua nona edição com muitas novidades. Com um cenário reformado, a atração ainda contará com 27 quadros inéditos, além da interação dos humoristas com a plateia virtual. Ao todo serão 13 episódios, com duração de 1h em cada programa, todos gravados em São Paulo, respeitando as normas de segurança por conta da pandemia da Covid-19.
Logo no programa de estreia, os apresentadores vão receber um convidado especial. Caio Castro participará do primeiro programa, que ainda contará com Daniele Hypólito, Enaldinho, Glenda Kozlowski, Nil Agra, Patrick Maia, Paulo Miklos, Pequena Lo, Priscilla Alcantara, Pyong Lee, Sidney Magal, Yudi Tamashiro e Zico durante toda a temporada, que no total ultrapassa a marca de 100 episódios.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, os apresentadores do programa contam como é chegar a nona temporada da atração com piadas inéditas, o desafio de fazer humor e revelam que já se arrependeram de levar um convidado para o palco.
Confira:
O programa estreia a oitava temporada. Vocês esperavam que fosse chegar tão longe?
Fabiano Cambota - Quando a gente gravou a primeira temporada, não tinha nem noção de como seria. A gente não tinha ideia, se teria audiência, o quão o próprio Comedy Central... Ele vivia uma realidade diferente de hoje. Ficou bem maior que a gente imaginava. E isso veio evoluindo temporada a temporada. Nós nunca fizemos uma temporada pior que a outra, que a anterior.
O que vocês pensaram antes de fazer o programa? "Vamos fazer, mas ninguém vai assistir"? "Se assistir, ninguém vai repercutir"?
Nando Viana - Eu pensei isso. Quando vi a versão da América Latina, La Culpa el Del Colón... Vou lá ganhar o dinheiro, ver os amigos, passar a semana na Argentina. Fui nessa vibe. Vou fazer os 'bagulho' que sei. Mas quando fui fazer a prova do figurino: É uma coisa grande. Já fui mais assim, projeto grande.
Fabiano Cambota - Você nem pensa muito. Você quer fazer. O que vier é lucro. Não imaginamos que seria um fenômeno na TV. A gente hoje, já grava com expectativa. A gente tem uma responsabilidade alta, de ter uma temporada melhor que a anterior. E a gente sabe que o nível da temporada anterior foi muito alto. Criou na gente uma responsabilidade. A gente já tenta fazer algo melhor. Mas agora temos grandes expectativas. A gente quer ver as pessoas comentando, existe além de um público fiel, existe uma massa que assiste e nos conhece.
Nando Viana - Nenhum dos cinco é acomodado nas carreiras pessoais de cada um. A gente quer um programa que seja orgânico, que cada temporada tire algo que não funcionou... E botando o pé no acelerador.
O programa era gravado na Argentina. Como é gravar no Brasil?
Fabiano Cambota -As quatro primeiras (temporadas). Acho que as quatro. Depois de um tempo trouxemos a gravação para o Brasil para ter plateia. Hoje a gente tem uma plateia que acompanha o programa, não uma caravana de auditório. Uma galera que vai para assistir o programa. É uma fila de espera gigantesca.
Rodrigo Marques - Quando estávamos na primeira temporada, não tínhamos noção. Fomos fazer uma parada fora, quase coincidência da produtora em juntar quatro de nós pra fazer um show de stand-up. Ficamos sabendo... O teatro estava cheio, gente gritando na van...
No bastidores do programa o clima parece ser o mesmo que com a câmera ligada. O programa original tem essa química?
Fabiano Cambota - Acho que não, mas explico o porquê. Aconteceu uma mágica inexplicável. A gente chegou na Argentina pra gravar, no terceiro ou segundo dia. A gente era os melhores amigos da vida. E aí acontece uma mágica que é meio inexplicável... Parabéns ao Comedy Central, mas foi uma cagada. Foi na sorte. Todo mundo entendeu que cada um dos cinco tinha um papel. E que valorizaria os cinco. Se o programa fosse foda, ia ser bom para os cinco. Mas ninguém parou e conversou. Se o programa for fod*... A gente simplesmente começou a fazer e a gente se diverte. A gente não tem acesso ao texto do outro. E a gente faz questão de não ter. Deixa ele. Eu tava dividindo camarim com o Nando e ele queria me contar história. Me conta no palco! Eu não quero saber, cara!
Nando Viana - A gente não quis fazer uma coisa ensaiada. A nossa roteirista teve o cuidado... Eu só vejo a piada no palco. Do Rafael, inclusive, ele também só vê a piada dele no palco. Na hora! (risos)
Fabiano Cambota - Você me perguntou de rusga? Não, nunca! Zero! Em qualquer embate que ele apareça, é resolvido tão facilmente. Nunca tivemos uma treta. Um bate-boca. Por mais que você diga que é saudável, mas não tivemos. É isso? É isso! Então bola pra frente! Como sou mais velho... Os meninos me escutam muito. Sou o ancião!
Rodrigo Marques - Ele é o nosso pajé!
Fabiano Cambota - Muitas vezes explico e sou acatado. Dessa forma tratamos de milhões de assuntos com zero estresse.
Nando Viana - A equipe sabe muito bem, toda a produção. Eles jogam juntos pro clima ser tranquilo. Eles não chegam acelerando, gritando. São uns doces. Todo mundo é um amor.
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Tem algum assunto que seja sendo comum pra não fazer piada? Há algum assunto proibido que vocês não fazem piada?
Rafael Portugal- Nunca falamos sobre isso. Parece que no entanto acontece entre a gente uma coisa natural de não citar ou ponderar. Faço parte de um grupo que me orgulho... Como a gente é educado com os convidados... A gente não faz um convidado que não tem nada a ver com o humor... Aqui os convidados são muito bem recebidos. Nos 10 primeiros minutos ela já entendeu. Nunca discutimos se a piada deve ou não fazer. Aliás, quando rola, já aconteceu de falar pra diretora cortar, dá uma riscadinha se alguém puder entender outra coisa.
Nando Viana - A gente se pauta muito pela nossa consciência. A gente tenta não ficar sapateando em quem está embaixo. Não é nada combinado entre nós.
Fabiano Cambota- Quando a gente começou a receber convidado, eles não conheciam o programa e chegavam na defensiva. Na última temporada, já conheciam e chegaram superrelaxados porque sabem que a gente não vai pesar. Sobre assuntos proibidos, nunca combinamos não falar disso ou daquilo. É um programa de TV, a gente tá invadindo a casa das pessoas. Não simplesmente sai falando. E vou entrar num campo até minado... Em 2010 todo o humor reclamou do politicamente correto. Foi-se o tempo. O politicamente correto está aí e dividiu o homem dos meninos. O bom cara e criativo, ele sabe dar essa volta e sabe fazer uma piada melhor sem ofender alguém. E trabalho com 4 caras que fico tranquilo, que não vão fazer uma piada que vão manchar a imagem de qualquer pessoa.
Já se arrependeram a levar alguém para o programa?
Rafael Portugal - Não precisa falar nomes, mas já. (Todos riram e disseram que já)
Fabiano Cambota - Em outras temporadas já aconteceu sim. Às vezes a gente não dava nada pra alguns, vou te dar um exemplo: A Gracyanne Barbosa não é do humor. E ela é uma menina que a gente quer tomar cuidado porque descambar pra uma piada machista ou sexista é dois palito. Ela é uma querida e super se soltou. A Jaqueline do vôlei é outra. Ela é super divertida, mas não é humorista. Ela é bicampeã olímpica! Ela ganhou duas medalhas de ouro. E aí você tem uma responsa pra ter no palco. Primeiro tem que ser divertido, segundo: respeito a ela. Respeito com as mulheres. E foi um programa porrada, super divertido! Às vezes não é convidado.
Rafael Portugal - Às vezes é também... Isso acontecia no início, a gente foi ganhando experiência com o programa. É natural isso do ser humano quando se trabalha com humor. E temos que aprender a sacrificar. Chega uma hora que não tem que falar e tem que acabar ali.
Fabiano Cambota - A gente meio que se entende pelo olhar. Eu tenho um ponto eletrônico que a diretora conversa comigo, mas os meninos não tem. Eu não fico mais naquela tensão. Uma piscada, uma olhada já sabem o que é. Hoje gravar é muito fácil.
O programa é um sucesso na TV fechada. Vocês acreditam que na aberta ele teria a mesma aceitação e sucesso?
Nando Viana - A gente tem uma facilidade de não dar bloqueio pra nós. A gente que tem os nossos bloqueios. A gente usa palavrão, fala marcas porque o mundo tem marcas. O canal compra essa e deixa rolar. Se algum canal de TV aberta tiver culhão, mas a gente tem o entendimento que se estivéssemos na TV aberta, encontraríamos mais gente.
Fabiano Cambota - É só parar pra ver que nos aeroportos, shows, tá lotado de criança que assiste A Culpa é do Cabral. Sempre brinco que meu público é mais velho. Dos que me assistem, inclusive, sou o privilégio das senhoras brasileiras. Eu desperto essa libido adormecida das senhoras brasileiras. Elas são loucas por mim e eu louco por elas. Me preocupa essa pandemia? Me preocupa, mas temos essa afinidade. O canal consegue te dar esse número... Estamos em primeiro de 19 a 24 anos, porém temos um público de 40+, 50+, gigantesco. Não somos um programa feito pra uma faixa. Nem social, idade, sexo. A gente tem um público majoritariamente feminino. Mas temos público gay, criança. E tudo isso faz com que a gente fique tranquilo. E claro: vamos falar um palavrão, uma putaria que não devia, mas o teor como um programa do programa, ele é muito divertido pra qualquer pessoa que tenha bom humor. É o único pré-requisito pra quem quer um programa de humor.
Nunca existiu o objetivo de levar para a TV aberta então?
Fabiano Cambota - Não! Deixa a gente no Comedy Central mesmo.
Rafael Portugal - Nunca comentamos isso.
Rodrigo Marques - É bom ter essa liberdade do Comedy Central. A gente foi se conhecendo... As pessoas conhecem nossa história. O canal é a casa da gente. Se quiserem chamar a gente e pagar milhões, podemos fazer um paralelo.
Fabiano Cambota - Estamos com a camisa 10 do Comedy Central. Não vamos ser reserva de outro time.
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