Publicado em 25/06/2020 às 04:29:00
Tereza Seiblitz vinha de personagens de destaque na Globo quando foi convidada para protagonizar uma novela do horário mais nobre da emissora. Entre 1995 e 1996, ela deu vida à cigana Dara em Explode Coração, história de Glória Perez que chegou ao Globoplay na última segunda-feira (22). Longe da TV há cinco anos, a atriz comenta o retorno da produção e revela seu “paradeiro” em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
Nos últimos anos, Tereza Seiblitz fez graduação em Letras e, recentemente, defendeu mestrado na área. Também se dedicou a facetas artísticas até então pouco exploradas, como a escrita e a performance. A atuação nessas outras frentes acabou a afastando do vídeo: seu último trabalho para a televisão foi na série Milagres de Jesus, em 2015, na Record.
Após Explode Coração, há 25 anos, ela retornou às novelas apenas na temporada 2002 de Malhação. Esteve também nas minisséries Hilda Furacão (1998) e Amazônia - De Galvez a Chico Mendes (2007), na Globo, e em Donas de Casa Desesperadas (2007), na RedeTV!, além das participações especiais em outras produções. “Não sei dizer porque estou afastada todo esse tempo. Nós, atores e atrizes, dependemos de convites para o trabalho. Não tive mais convite para trabalhar na televisão”, revela Tereza.
Apesar de não descartar a possibilidade de voltar, ela nega ter saudades da telinha. “Minha relação é mais com os personagens e com a dramaturgia do que com o meio. Pode ser na televisão, no teatro, no cinema... Quando o trabalho é bom e o personagem me interessa, eu trabalho em qualquer uma das áreas. Mas o convite não depende de mim”, frisa.
“Gosto muito da TV, mas a verdade é que não parei de trabalhar nestes anos todos”, destaca. Prova disso é que, mesmo cumprindo quarentena, ela segue tocando projetos que respeitem o distanciamento social. Pretende filmar em casa um monólogo com a ajuda da filha Manuela Seiblitz, de 21 anos, que também é atriz e estuda Cinema.
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A atriz insere Explode Coração em uma trilogia da autora Glória Perez, seguida por O Clone (2001) e Caminho das Índias (2009): tramas marcadas por culturas aparentemente exóticas ao povo ocidental. Pioneira nesse filão, a novela de 1995 permitiu que Tereza Seiblitz se debruçasse sobre uma realidade que ela pouco conhecia.
“Sou uma atriz pesquisadora e gosto de conhecer coisas novas. Foi uma delícia ter contato com várias famílias de ciganos cariocas”, relata. Tereza já havia feito aulas de dança flamenca, estilo vinculado à tradição dos ciganos espanhóis. “Já conhecia alguns, mas eles não diziam que eram ciganos - não porque não podiam, mas como uma forma de proteção”, lembra.
Dos bastidores da novela - a primeira gravada no Projac, hoje Estúdios Globo -, Tereza recorda um trabalho árduo, com muitas cenas para gravar e uma caracterização que pedia atenção. “A Glória Perez escreve protagonistas com muitos movimentos, muitos deslocamentos. Eu gravava loucamente e em muitos cenários. Isso era muito divertido, porque eu corria a novela toda, estava em quase todos os núcleos”.
Ela lembra que Dara deu trabalho também para os continuístas da Globo: “Como ciganas usam muitos anéis, brincos, colares, pulseiras e saias, era uma loucura! Às vezes, falávamos: não vamos trocar essa semana nenhum anel, nenhum brinco, mas não era possível, porque o figurino pedia que trocássemos os acessórios. Ao mesmo tempo, era uma diversão diferente de interpretar um personagem ‘comum’”.
Agora disponível no streaming, Explode Coração inovou, no passado, com uma história de amor cibernética: Dara e Júlio (Edson Celulari) se apaixonam em uma sala de bate-papo na internet. Para Tereza Seiblitz, a trama se mantém moderna e adquire novos significados neste momento de quarentena, em que as relações precisaram se acomodar às telas de computadores e smartphones.
“Estamos vivendo um momento de relações virtuais e via aparatos eletrônicos. Além disso, temos essas redes de relacionamentos e aplicativos para encontros. Parece que entramos em uma escala industrial de tudo que a Glória Perez vislumbrou ali”, observa a atriz. Para Tereza, a dicotomia entre a tradição cigana e o máximo da modernidade - representado, àquela época, pela internet - fez o sucesso da novela.
Ela conta que, aos 55 anos, ainda é abordada por fãs que a associam à personagem de Explode Coração. “Como uma protagonista de novela das oito, você tem uma projeção muito grande com o público. É uma expansão de território. A Dara ainda está na cabeça das pessoas. Sou grata e acho isso muito bonito. A personagem convoca um imaginário brasileiro muito poderoso: da cigana, como uma mulher bonita, livre, que dança. Talvez seja essa a razão da sobrevivência da Dara na mente das pessoas até hoje”.
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