Pandemia

Coronavírus: Bolsonaro admite que quis atrapalhar Jornal Nacional

Telejornal mudou cobertura em função do atraso do Ministério da Saúde

Jair Bolsonaro durante entrevista no Jornal Nacional, em 2018
Por Paulo Pacheco

Publicado em 05/06/2020 às 20:34:49

Jair Bolsonaro admitiu pela primeira vez que mandou atrasar a divulgação dos casos de coronavírus para atrapalhar o Jornal Nacional e comemorou o feito durante entrevista na noite desta sexta-feira (5), na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília. Segundo secretarias estaduais, 35.033 brasileiros morreram por Covid-19.

Perguntado sobre a demora na divulgação dos dados atualizados, Bolsonaro riu: "Acabou a matéria do Jornal Nacional?". Em seguida, quis saber o veículo do repórter que o questionou. Ao saber que ele era da CNN, justificou que  é para pegar o dado mais consolidado".

Não foi o que mostrou o próprio JN na última quinta. Na planilha divulgada pelo Ministério da Saúde, os dados estavam consolidados desde as 19h, porém foram divulgados à imprensa somente após o fim do telejornal da Globo, às 22h.

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Bolsonaro ainda sugeriu à Globo cobrir o número de casos de coronavírus no Fantástico, exibido aos domingos, e voltou a criticar a emissora por informar o aumento de mortes por Covid 19: "Não vamos correr às 18h para atender à Globo, a TV Funerária. Não tem cabimento isso aí". 

O JN anunciou que passará a usar as informações dos estados depois que o Ministério da Saúde atrasou a divulgação dos dados nacionais pelo segundo dia consecutivo. A pasta informou os números de quarta somente após o fim do telejornal, alegando problemas técnicos.

"Para que você tenha sempre os números mais atuais desta pandemia, a partir de hoje o Jornal Nacional vai apresentar os dados das Secretarias Estaduais de Saúde, totalizados pelo G1, e também os números atualizados do Ministério da Saúde, quando forem divulgados a tempo, porque a nossa missão no JN é levar a você todas as informações relevantes sobre esse desafio enorme que a pandemia impõe à saúde dos brasileiros", disse William Bonner.

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