Publicado em 17/10/2023 às 21:05:00
A insônia é um problema que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, e o Brasil não é exceção. Segundo o otorrinolaringologista Edilson Zancanella, presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono, a prevalência da insônia no país é de cerca de 40% da população adulta.
Zancanella é também membro da organização científica do World Sleep 2023, congresso internacional que será realizado no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 25 de outubro. O evento reunirá especialistas de todo o mundo para discutir as últimas descobertas sobre o sono e seus distúrbios.
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“A situação é preocupante no Brasil, poderíamos dizer que houve uma pandemia de insônia durante a pandemia do coronavírus, quando disparou o número de casos de distúrbios de sono”, afirma Zancanella.
A insônia é caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, ou por sono não reparador. Ela pode ter causas diversas, como estresse, ansiedade, depressão, problemas de saúde e uso de medicamentos.
No congresso, os especialistas divulgarão um novo consenso sobre insônia, levando em conta sua significativa prevalência na população e as abordagens medicamentosas e não medicamentosas para o tratamento.
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“Infelizmente, a maioria das pessoas já procura o médico pedindo um ‘remedinho’ para dormir, sem querer mudar os hábitos que compõem a higiene do sono”, diz Zancanella.
A higiene do sono é um conjunto de medidas que podem ajudar a melhorar a qualidade do sono, como criar um ambiente adequado para dormir, estabelecer uma rotina regular de sono e evitar cafeína e álcool antes de deitar.
“Costumo dizer aos pacientes: ‘Você quer que eu instale um botão de liga/desliga, mas ele não vem no equipamento de fábrica e não vai ser possível’”, brinca Zancanella. “Na verdade, uma das formas mais adequadas de lidar com o problema é a terapia cognitivo-comportamental”.
A terapia cognitivo-comportamental é um tipo de psicoterapia que ajuda as pessoas a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a insônia.
Além da insônia, o congresso também discutirá outros distúrbios do sono, como a apneia obstrutiva do sono, o ronco e a narcolepsia.
Entre as novas tecnologias que serão debatidas está a estimulação do nervo hipoglosso, que reduz a apneia obstrutiva do sono. O envio de estímulos elétricos se assemelha ao do marca-passo, evitando o relaxamento dos músculos da faringe e consequente comprometimento respiratório.
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