Publicado em 31/10/2024 às 18:40:00
A relação diplomática entre Brasil e Venezuela atingiu um novo patamar de tensão após a publicação de uma imagem controversa pela Polícia Nacional Bolivariana, que parece uma homenagem contra o presidente brasileiro e que rapidamente repercutiu.
A postagem exibe a silhueta de um homem com barba e cabelos grisalhos, ladeado pela bandeira brasileira, com a legenda: "Não aceitamos chantagens de ninguém". Embora o nome do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não seja explicitamente mencionado, a imagem sugere uma referência implícita ao líder do Brasil, evidenciando a escalada das divergências entre os dois países.
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A publicação, que também incluiu a hashtag “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”, foi marcada com o nome de Diosdado Cabello, um dos mais influentes líderes chavistas e atual ministro do Interior da Venezuela. O gesto ocorre após o veto brasileiro ao ingresso da Venezuela no bloco dos BRICS, o que gerou críticas ferozes das autoridades venezuelanas, visivelmente incomodadas com a postura brasileira.
Diosdado Cabello, figura de destaque no regime chavista, tem feito declarações incisivas contra membros do governo brasileiro. No entanto, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, até o momento optou por não direcionar críticas diretas a Lula, mantendo uma postura pública mais cautelosa e distanciada da retórica de confronto aberta.
A mensagem da Polícia Nacional Bolivariana reafirma a posição venezuelana, ressaltando a soberania do país e afirmando que não se submeterá a “chantagens”. "Nossa Pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagens de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer", diz a legenda, acompanhada de emojis com a bandeira venezuelana.
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Em resposta ao clima de animosidade, o governo venezuelano chamou de volta seu embaixador em Brasília para consultas após as declarações de Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e atual assessor internacional da Presidência. Amorim classificou a reação venezuelana ao veto como “desproporcional”, o que acirrou ainda mais os ânimos em Caracas.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e aliado próximo de Maduro, propôs que o Legislativo venezuelano declare Amorim como "persona non grata", afirmando que a posição do assessor reflete “uma postura absolutamente prostrada aos desígnios do império agressor”. Rodríguez, em sua retórica, acusou Amorim de ser “mensageiro do imperialismo norte-americano”, reiterando as críticas de Maduro ao Itamaraty, que teria, segundo ele, agido sob influência dos Estados Unidos.
A recente reeleição de Nicolás Maduro, envolta em suspeitas de fraude e amplamente questionada pela comunidade internacional, elevou a pressão sobre o governo chavista. O veto do Brasil ao ingresso da Venezuela nos BRICS foi entendido por Caracas como uma sinalização de distanciamento em relação ao governo venezuelano, aprofundando o atrito diplomático entre os países.
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