Novo número 2 da Agência diz que há indícios de "Abin Paralela"

A Agência Brasileira de Investigação (Abin) está sob investigação da Polícia Federal (PF) por suspeita de ter uma "Abin Paralela". O número 2 da Abin, Marco Aurélio Cepik, afirmou em entrevista à GloboNews que "todos os indícios que se tem é de que havia, sim, uma Abin Paralela" .

A PF está investigando se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Abin usaram ferramentas de espionagem de forma indevida, como o software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de outro programa espião.

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Os investigadores suspeitam que Ramagem utilizou a estrutura da Abin para tentar fazer provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, além de espionar adversários políticos do ex-mandatário, como a ex-deputada federal Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.

Cepik minimizou a possibilidade de outras pessoas envolvidas no esquema continuarem dentro da Abin, lembrando que o sistema de inteligência é formado por vários órgãos, que conduzem suas próprias investigações em um processo extenso. Ele também afirmou que não vê conflito entre os membros da agência e da Polícia Federal e comentou que os órgãos voltarão a funcionar de "maneira sinérgica", dizendo que "não existe Abin do Lula".

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A PF enviou para perícia os nomes de 1,5 mil pessoas que podem ter sido monitoradas pela "Abin Paralela". A investigação identificou a atuação de pelo menos quatro núcleos responsáveis por atividades ilegais dentro da Abin. As diligências da PF também tentam identificar se o clã Bolsonaro se utilizou de informações da Abin para beneficiar os filhos do ex-presidente em inquéritos policiais. As mudanças na Abin sinalizam um "resgate" das instituições que foram "fortemente atacadas" no governo de Jair Bolsonaro, segundo Cepik.