Agressores de Alexandre de Moraes podem ser incluídos em inquérito de atos antidemocráticos

Alexandre de Moraes não parece disposto a aceitar o pedido de desculpas feito pelo casal acusado de agredir a ele e ao filho do magistrado na última sexta-feira (14) num aeroporto na Itália. A intenção do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) é incluir Roberto Mantovani Filho, Andréia Munarão e Alex Zanatta no inquérito dos atos antidemocráticos, que ele próprio é relator.

Segundo apurou o NaTelinha, Moraes está estudando uma forma de incluir os agressores nos inquéritos, o que os colocariam como investigados por tentativa de golpe. Advogados ouvidos pela reportagem indicam que é possível essa interpretação, já que as ofensas e agressões ocorreram no âmbito dos suspeitos terem questionado as eleições e a lisura da democracia brasileira.

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Como o trio é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para juristas é possível que o enquadramento aconteça com os mesmos critérios jurídicos de quem esteve na invasão em Brasília em 8 de janeiro.  Fontes ouvidas pela reportagem garantem que Moraes estaria disposto a enfrentar as possíveis críticas e investigar no âmbito do próprio STF as agressões.

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É possível que Alexandre de Moraes questione o PGR (Procurador-Geral da República) sobre o caso, mas Augusto Aras já deu a entender que, se for questionado, irá concordar com a inclusão dos três suspeitos no inquérito dos atos antidemocráticos.

Entre os bolsonaristas há quem defenda que Mantovani, a esposa e o genro devem responder apenas por agressão como qualquer briga que ocorreria num aeroporto e não deveriam ser investigados pelo STF. Parlamentares prometem ir à Justiça contra essa decisão se ela ocorrer.

Nos bastidores de Brasília fala-se que a agressão será respondida à altura e não há hipótese de ser jogado para debaixo do tapete. Políticos e juízes temem que perdoar a situação seria dar um aval para novas agressões, tanto para outros ministros da Suprema Corte quanto para políticos de esquerda.