Publicado em 03/06/2023 às 00:03:00
A aposta que corre nos bastidores de Brasília é de que Jair Bolsonaro (PL) vai sofrer duas derrotas acachapantes nos próximos meses dentro do poder judiciário. Aliados do ex-presidente não acreditam que ele conseguirá reverter a onda e o político deverá ser condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), se tornando inelegível. E caso ele decida recorrer junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), a tendência é de vexame.
A coluna ouviu de mais de uma pessoa que Bolsonaro não tem como reverter a decisão de inegibilidade. Praticamente todos os ministros do TSE já concordam privativamente que o caso é para ele ficar inelegível e a votação, prevista para começar dia 13 desse mês, deve sacramentar isso. Existe uma pequena chance da definição ainda demorar 90 dias, caso Nunes Marques concorde em pedir vistas para atrasar tudo. Mesmo este movimento é visto como improvável neste momento.
O ministro não quer se indispor com colegas porque já percebeu que é um caso perdido para o ex-presidente que o indicou para a Suprema Corte. Por outro lado, caso ele ceda à pressão e consiga pedir vistas, Bolsonaro ganharia mais três meses para articular, embora serviria apenas para dar um respiro porque a decisão não deve mudar.
Neste cenário, é muito provável que a defesa do principal nome de oposição vá até o STF, recorrendo da derrota no TSE. Segundo a aposta corrente em Brasília, caso isso aconteça, Bolsonaro vai passar um vexame histórico com uma derrota acachapante. Ele ficará inelegível, provavelmente até o fim da vida.
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Simone Tebet (MDB) não gostou nada de ver Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, receber a visita de Jair Bolsonaro. Enquanto o mandatário costura o apoio do ex-presidente nas eleições 2024, dificilmente conseguirá ver a ministra do Planejamento Econômico em seu palanque.
Discretamente, ela tem defendido que Nunes não pode sequer continuar no MDB, que é considerado independente, mas está na base aliada de Lula (PT). Tebet tem dito aos caciques do partido que a legenda deveria educadamente convidar o prefeito de SP a se desfiliar.
Quando Dilma Rousseff (PT) era presidente, ela alcunhou um apelido interessante. "Pibão e pibinho", dizia ela a se referir aos resultados do crescimento do país, a depender do que os números da economia mostrassem. A referência voltou à tona em Brasília nesta semana com os dados divulgados já sobre o governo Lula.
O crescimento de 1,9% não pode ser chamado de Pibão, é o que diz a classe política, mas está longe de ser um Pibinho. A expectativa de todos os especialistas e do mercado financeiro era de algo em torno de 1,1%. O Brasil ficou ainda em quarto lugar no desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) no mundo todo. Surpreendente?
Lula quer porque quer uma moeda única na América do Sul. Se não no formato do Euro, ou seja, em que todos os países usem no dia a dia, ao menos para as negociações de exportação e importação entre os governos. A conversa avançou durante a reunião com os líderes latinos nesta semana e que aconteceu no Brasil.
O problema é que, embora outros presidentes concordam, no país só Lula é a favor. Simone Tebet, do Planejamento, e Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, são contra. O presidente do Banco Central, Campos Netto, também se manifestou contrário.
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