Em Vai na Fé, a autora Rosane Svartman faz sua estreia como autora solo. Nas primeiras novelas, a escritora sempre esteve acompanhada por colegas, como Gloria Barreto, em Malhação: Intensa como a Vida (2012), e Paulo Halm, nas últimas três produções que assinou a quatro mãos: Malhação: Sonhos (2014), Totalmente Demais (2015) e Bom Sucesso (2019).
Com a novela das 7 atual da Globo, a novelista vem conseguindo levar sozinha a trama, mesmo com a equipe numerosa de colaboradores: Mário Viana, Renata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Apesar disso, Rosane Svartman consolida sua marca como autora e personifica sua inquietude ao mostrar temas sociais que faz questão de abordar em suas tramas.
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Em entrevista exclusiva para o NaTelinha, a criadora de Vai na Férevela o motivo de assinar o folhetim sozinha dessa vez e avalia o gênero como produto de entretenimento, mas com alcance de merchandising social. Confira!
Estreia como autora solo na Globo
Pela primeira vez escrevendo uma novela sozinha, Rosane Svartman teve a pandemia da Covid-19 como aliada, pelo menos ao descobrir novos aspectos de seu trabalho. É que Vai na Fé foi criada neste período, dando tempo para que suas ideias fossem desenvolvidas individualmente, diferente das últimas três novelas, com quem escreveu com Paulo Halm.
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"Quando acabou Bom Sucesso, Paulo foi fazer um filme e eu fui para um musical. Aí surgiu a ideia de desenvolver a ideia da novela, que já estava comigo desde Bom Sucesso, e escrevi a sinopse sozinha. As outras duas (tramas) também fui eu que fiz isso. Após a história ter sido aprovada, o Silvio (de Abreu, o então diretor de dramaturgia da Globo) pediu pra eu fazer o primeiro bloco", conta.
"Pensávamos que a pandemia duraria duas semanas, mas durou mais tempo. Assim, consegui fazer sozinha. O Silvio pediu outro bloco de capítulos e aí foi evoluindo. Percebi que eu ia fazer novela solo como novo desafio. O Paulo entendeu e me deu força. Ele é meu compadre e a gente continua se falando."
"Quem assiste quem? Os telespectadores que assistem a televisão ou a televisão que assiste os telespectadores? A sociedade vai mudando e, principalmente, a telenovela, que é uma obra aberta, uma narrativa extremamente de resiliência. A gente está falando de 70 anos de história. Se a gente assiste a um capítulo de 10 anos atrás, a gente vê como mudou em ritmo, temática, em tudo. Eu acho que o caminho da sociedade é mais diversidade, mais representatividade, mais igualdade, e por isso que as novelas precisam disso para continuar dialogando com o público", avalia.
Rosane acredita que não há tática para escrever uma novela e fisgar o público, mas ela deixa claro que se preocupa em dialogar com os assuntos atuais em discussão na sociedade.
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"Ter isso como pilar, pra mim é um caminho natural. É ficção! Jamais será realidade, mas o folhetim conversa com a sociedade, que é o maior agente transformador do melodrama. Pra escrever, a gente precisa ler. Pra a gente falar, precisa escutar, por isso que eu gosto de ter pessoas na minha equipe com trajetórias diferentes, idades diferentes, orientação sexual, todo tipo de experiência que possa trazer novos olhares e ter escuta."
"O que me guia são pessoas que têm pontos de vistas diferentes dos meus, não só na minha equipe de roteiro, mas entre consultores dos vários universos que eu retrato. Nem todo mundo que eu converso eu concordo, mas, se não é um projeto nichado, eu preciso ouvir e criar essas fontes", finaliza.
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