Publicado em 05/01/2023 às 15:09:00
A Record oficializou a Igreja Universal como produtora de suas novelas e, a partir de agora, passará a ser apenas exibidora das tramas. O novo método de trabalho é parte de uma operação financeira que tenta colocar a emissora de Edir Macedo, que também é o fundador da instituição religiosa, no azul em seu balancete fiscal de 2023.
O NaTelinha apurou que as duas próximas temporadas de Reis já começarão a ser gravadas na semana que vem já seguindo o novo esquema, e a equipe foi informada oficialmente nessa quarta-feira (4). Com o novo modelo de negócios, os folhetins bíblicos do canal serão produzidos pela Seriella Productions, empresa que tem a IURD como sócia e familiares do bispo como seus administradores.
Além de promover um encontro com o elenco no Hotel Hilton Barra, no Rio de Janeiro, a produtora enviou uma espécie de carta de boas-vindas aos integrantes da sexta e sétima temporada de Reis. "Mais uma jornada se inicia, começaremos uma nova etapa para continuarmos inspirando e entretendo milhões de pessoas no Brasil e no mundo", diz o início do texto.
"Desejamos muito sucesso nessa nova trajetória, que começa com as gravações da 6ª e 7ª temporadas de Reis! Agradecemos seu talento e dedicação para continuarmos contando essa história linda e inspiradora", termina a carta, assinada pela autora Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, pelo diretor geral Leonardo Miranda e pelo vice-presidente artístico Marcelo Silva.
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Em dezembro, o NaTelinha adiantou que a Record venderia sua faixa de novelas para a Igreja Universal como parte de uma estratégia que visa acabar com o prejuízo da emissora. Para a empresa, o novo modelo de trabalho gera uma boa economia, já que o canal passa a receber mais da instituição religiosa, que já comprava horários para transmitir cultos, e não terá mais gastos com dramaturgia.
Na prática, nada muda e as produções continuarão indo ao ar no mesmo horário e com basicamente o mesmo elenco de sempre, mas agora o dinheiro que entra dos pagamentos feitos pela IURD vão diretamente para a manutenção das despesas do canal, sem ter que cobrir os gastos do setor de dramaturgia, que deixou de existir.
Desde 2016, a Record não produzia por conta própria suas novelas, mas encomendava os trabalhos da Casablanca, produtora que é responsável atualmente pelo extinto RecNov. O problema era que as tramas bíblicas não se pagam e parte do dinheiro que entrava da venda de horários para a igreja cobria as despesas de produção, função que foi colocada a cargo de uma empresa comandada pela própria Universal.
O canal paulista entrou em um processo de "revalorização de meta de faturamento", que considerou um recuo substancial do mercado em 2022 e também avaliou uma projeção nada animadora para o ano que acabou de começar. Para alcançar alguma lucratividade, a emissora precisou promover alguns cortes, que atingiram até mesmo o supersalário de Rodrigo Faro.
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