Novela icônica

Novela Beto Rockfeller entra no radar do Globoplay

Trama da TV Tupi nos anos 60 pode ganhar nova versão no streaming da Globo

Novela Beto Rockfeller entrou no radar do Globoplay para um remake - Foto: Divulgação
Por Daniel César

Publicado em 03/09/2020 às 06:07:48

A ideia de produzir novelas originais para o streaming não foi abandonada pelo Globoplay. O serviço já busca outra produção para ser feita em 2021 depois de ter perdido para a TV aberta o direito do remake de Pantanal. E como a aposta é ganhar ainda mais assinantes com folhetins inéditos e exclusivos, o aplicativo da Globo colocou no radar uma das mais importantes tramas de todos os tempos, Beto Rockfeller.

Segundo apurou o NaTelinha, a cúpula do Globoplay, capitaneada por Erick Bretas, segue compreendendo a necessidade de manter o streaming competitivo diante da Netflix e, a partir de 2021, da Disney+ e também da HBO Max. A conclusão já foi feita desde o início do ano de que o telespectador até assiste séries como Aruanas e A Divisão, mas o brasileiro entende dramaturgia na Globo como sinônimo de novelas e por isso é preciso que o formato seja o carro-chefe da plataforma.

Se a princípio Pantanal e Verdades Secretas foram confirmadas como as meninas dos olhos do Globoplay para debutar em 2021, a decisão de transformar a novela de Benedito Ruy Barbosa numa produção para o horário das nove mudou o cronograma. Sem o arrasa-quarteirão da TV Manchete, o jeito foi olhar para outros potenciais remakes que atrairiam a atenção do público, daí entra em cena Beto Rockfeller.

Sugerida internamente, a história passou a ganhar espaço por alguns motivos. Além de ser considerada uma das mais importantes novelas da história da TV brasileira, pesa a favor de Rockfeller o fato dela não pertencer a nenhum canal. Exibida originalmente em 1968 pela TV Tupi, com a falência da emissora, a obra voltou para as mãos dos criadores, conforme determina a legislação brasileira. E aí fica fácil para a Globo.

A novela é criação de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), que foi uma espécie de Boni na Tupi e depois virou um dos grandes novelistas da Globo. Além disso, os dois filhos do autor, Tato e Cássio Gabus Mendes, fazem parte do elenco de atores da emissora, o que poderia facilitar as negociações, segundo disseram fontes do NaTelinha. Mas os direitos autorais também pertencem aos herdeiros de Braulio Pedroso (1931-1990), que já aceitaram negociar o remake de O Rebu em 2014.

Pantanal x Beto Rockfeller

Assim como antecipou em primeira mão o NaTelinha, a ideia da Globo era de fazer o remake de Pantanal exclusivamente para o Globoplay, assim como a segunda temporada de Verdades Secretas. A novela de Benedito Ruy Barbosa teria em torno de 50 capítulos e seria rejuvenescida. Agora, a ideia é fazer algo semelhante com Beto Rockfeller e atrair os olhares do público.

Fontes ouvidas pela reportagem explicaram que ainda não há decisão tomada, mas Beto Rockfeller entrou no radar dos executivos da plataforma por ser uma novela icônica e conhecida dos telespectadores de qualquer faixa etária. Na avaliação da Globo, mesmo os mais jovens já ouviram falar da trama por conta de sua importância histórica para as telenovelas. Procurada, a Globo informou que a informação não procede.

Beto Rockfeller

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Criada por Cassiano Gabus Mendes e com roteiro de Braulio Pedroso, Beto Rockfeller foi um marco na novelas brasileiras por ter mudado a forma de se contar histórias no país. Se tanto a Globo, quanto a Tupi e a Excelsior produziam novelas de época, sempre se passando em países distantes - formato eternizado por Gloria Magadan - o então diretor geral da Tupi, Cassiano, identificou que o telespectador poderia abraçar uma trama contemporânea e que mostrasse um pouco da personalidade do brasileiro, daí ele criou a história.

A novela acompanhou a vida de Beto (Luis Gustavo) pacato morador de Pinheiro, bairro de classe média baixa de São Paulo, que tenta subir na vida enganando os grã-finos da cidade se passando por Beto Rockfeller, primo em terceiro grau de um magnato americano - Nelson Rockfeller. O folhetim foi considerado um melodrama açucarado, mas com pitadas de humor que, no futuro, viriam ser a marca de Cassiano Gabus Mendes.

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