Publicado em 22/08/2019 às 05:25:00
Escrita por Walcyr Carrasco, “A Dona do Pedaço” está pegando fogo. Na trama, Josiane (Agatha Moreira) é filha da Maria da Paz (Juliana Paes), a mocinha da história. Criada somente pela mãe, ela cresceu sob mimos e cuidados excessivos.
No entanto, na cabeça da patricinha, a mãe errou ao se recusar a ceder a todas as suas vontades quando, na verdade, a empresária queria preservar o patrimônio da filha e fazê-la entender a importância do valor do trabalho.
Atraída pelo luxo e pela fama, Jô tanto fez que conseguiu puxar o tapete da Maria da Paz e deixá-la no chão. Fria, calculista, sedutora, cínica e maquiavélica, destacamos cinco características capazes de comprova que a vilã é uma personagem saída de um filme de terror.
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Quando conheceu Régis (Reynaldo Gianecchini), Josiane já sabia que o rapaz era um playboy da alta sociedade. Para seduzi-lo, ela se fez de moça vinda de uma criação rígida, mas na primeira oportunidade se mostrou mais esperta do que muitas mulheres. Os dois se tornaram amantes e juntos planejaram um golpe contra sua mãe. Agora, que o bom vivant deu indícios de que ama Maria da Paz, Jô tem demonstrado obsessão pelo rapaz, a ponto de dizer que ele lhe pertence. A personagem lembra Adrian (Alicia Silverstone) em “Paixão Sem Limites” (1993). No filme, a adolescente fica obcecada por seu novo vizinho, Nick Eliot (Cary Elwes), e inferniza a vida do jornalista enquanto ele faz de tudo para fugir das investidas pesadas da moça menor de idade.
Josiane foi fruto do relacionamento relâmpago entre Maria da Paz e Amadeu (Marcos Palmeira), interrompido porque o noivo foi baleado no altar, na hora do casamento, e a fizeram acreditar que ele morreu. Então, a patricinha foi criada com muito mimo pela mãe, que acreditava estar suprindo a falta de uma figura paterna. Cínica, sempre que quer dobrar o coração de Maria da Paz, Josiane a chama de “mãezinha”. Quando conheceu o pai, ela também se fez de doce e já o chamou de “paizinho” em mais de uma situação. A personagem de Agatha Moreira poderia ser Esther (Isabelle Furhman) do filme “A Órfã” (2009). Adotada por um casal que acaba de perder um filho, a menina na frente deles se mostra alguém doce e amorosa, prestativa, mas basta o casal virar as costas para mostrar suas garras, em especial contra os irmãos adotivos e, mais à frente, com a mãe.
Josiane nunca escondeu sua falta de sentimentos. Desde o início da trama que ela critica a mãe, não esconde o descontentamento de ter um pai pobre, rejeita o meio-irmão negro e menospreza os amigos de infância. Porém, o ápice da frieza da patricinha foi comprovado nas duas vezes em que se viu encurralada, primeiramente por Jardel (Duio Botta) e, posteriormente, pelo namorado do mordomo, e que acabou culminando no assassinato dos dois, o que fez sem pestanejar. A personagem poderia ser Annie (Kathy Bates) de “Louca Obsessão” (1990). Fã do escritor Paul Sheldon (James Caan), ela não acredita quando ele se acidenta próximo à sua casa e necessita dos seus cuidados. Tudo ia bem até ela descobrir que o autor pretende matar sua personagem predileta dos livros. Então, Annie quebra as pernas da celebridade propositalmente só para obrigá-lo a reescrever essa história com o desfecho escolhido pela sociopata.
O golpe de Josiane contra sua mãe foi muito bem dado. A sensação que o telespectador tem é a de que a patricinha passou a vida toda planejando roubar Maria da Paz e a paciência parece ser uma das virtudes da Influencer Digital, assim como Michael Myers (Tony Moran) de “Halloween” (1978), que passou 15 anos preso em uma instituição psiquiátrica, depois de matar a irmã mais velha na noite de Halloween, quando ele tinha 6 anos de idade, sonhando com o dia em que sairia dali para ir atrás da sua outra irmã, Laurie (Jamie Lee Curtis). A longa franquia mostra o incansável embate entre o psicopata e a moça.
Ninguém duvida que Josiane é uma pessoa ruim, mas a blogueira vem se superando a cada maldade revelada. Se durante um tempo ela tentava manter a imagem de boa moça, nos últimos capítulos mostrou sua verdadeira face, a de uma pessoa sádica que gosta de ver o sofrimento do outro. A vilã esculachou a mãe do Régis, Gladys (Nathalia Timberg), e o namorado fake, Téo (Rainer Cadete), chamou a avó, Evelina (Nívea Maria) de encostada e falou atrocidades para Maria da Paz antes de expulsá-la da mansão. Se Jô fosse um menino, ela se pareceria com Henry Evans (Macaulay Culkin) do filme “O Anjo Malvado” (1993), um garoto de índole má e homicida, que não aceita bem quando seus pais decidem dar abrigo ao seu primo, Mark Evans (Elijah Wood), que acaba de perder a mãe biológica e começa a fazer terror psicológico com a criança.
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