Publicado em 30/12/2016 às 07:30:00
Queda de presidenta, turbulências no novo governo, crise econômica, falência de alguns estados, corrupção e eleições. O ano foi bem complicado para a sociedade brasileira e de trabalho para o jornalismo. E esse cenário de turbulência política dá sinais que continuará em 2017.
Na TV, o momento econômico pelo qual o país passa acertou em cheioa TV aberta, que teve um ano fraco em lançamentos. No entanto, algumas atrações se destacaram como "Êta Mundo Bom", "Tamanho Família", "Justiça", "Power Couple" e "MasterChef". Se não houve contratações de peso, vale destacar que profissionais como Raul Gil, Leda Nagle e Brito Jr. foram desligados de suas emissoras. E Jô Soares se despediu de seu tradicional programa nas noites da Globo.
A programação esportiva foi dominada pela cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Em novembro, o mundo dos esportes ficou abalado com o acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, que vitimou 71 pessoas. O país também se despediu de um de seus maiores cantores, Cauby Peixoto, e acompanhou a tragédia com o ator protagonista de "Velho Chico", Domingos Montagner.
Confira agora a seleção dos fatos mais marcantes da TV em 2016, no novo formato da "Retrospectiva NaTelinha".
Rede Globo
A Globo foi a emissora que mais apresentou novidades em 2016. Só em teledramaturgia, estreou sete novelas. Na faixa das 18h, foram transmitidas "Êta Mundo Bom" e "Sol Nascente". A novela de época de Walcyr Carrasco caiu no gosto do público e por diversas vezes superou a audiência da faixa das 21h, alcançando com frequência 30 pontos na Grande São Paulo. Já "Sol Nascente", de Walter Negrão, desde sua estreia, não conseguiu manter os índices.
A faixa das 19h parece ter se consolidado em 2016, A reta final de "Totalmente Demais" e a novela "Haja Coração" renderam bons índices. E o começo de "Rock Story" apresentou leve queda, mas nada de anormal para o período de fim de ano. Enquanto isso, a faixa das 23h contou com a exibição de "Liberdade, Liberdade", escrita por Mário Prata e que retratou o Brasil nos tempos da Inconfidência Mineira.
A maior dor de cabeça para a Globo no momento é a faixa das 21h, que segue abaixo dos 30 pontos. "A Regra do Jogo", que se encerrou em março, só engatou na reta final. Já o retorno de Benedito Ruy Barbosa ao horário principal não elevou os índices. "Velho Chico" encerrou com 29 pontos de média geral. A equipe da trama ainda precisou lidar com o falecimento de dois atores.
Umberto Magnani, que interpretava o padre Romão,foi afastado após sofrer um acidente vascular em abril. Dias depois, ele não resistiu a uma cirurgia e faleceu. Seu personagem foi substituído pelo Padre Benício, vivido por Carlos Vereza. Já no dia 15 de setembro, o Brasil foi surpreendido com a notícia da morte do protagonista Domingos Montagner, intérprete de Santo.
O ator faleceu enquanto nadava no Rio São Francisco na companhia da atriz Camila Pitanga, no intervalo de gravação da novela. A morte causou comoção nacional e ganhou extensa cobertura nos telejornais. Sem o protagonista, o autor optou por levar a história do personagem até o fim, sem substituição.
A solução encontrada foi filmar as cenas a partir da perspectiva em primeira pessoa de Santo, sem falas do personagem. Já a sucessora de "Velho Chico", "A Lei do Amor" estreou em outubro e vem registrando índices inferiores em seus meses iniciais. Na noite de Natal, por exemplo, registrou a pior audiência de uma trama das nove em São Paulo: apenas 15 pontos.
Além do seriado juvenil "Malhação", que ganhou nova temporada, a Globo também apostou em séries, como "Ligações Perigosas", "Justiça", "Supermax", "Nada Será como Antes", "Houdini", "Alemão" e a última temporada de "Pé na Cova". Escrita por Manuela Dias, "Justiça" foi elogiada pela crítica e conquistou o público, mesmo apresentando uma estrutura diferenciada, apostando em personagens e histórias que se cruzam.
O mesmo não pode ser dito de "Supermax", que fracassou. A trama, que mostra a trajetória de 12 ex-criminosos participantes de um reality show gravado numa penitenciária de segurança máxima, não conquistou o público e frequentemente foi derrotada pela concorrência.
No entretenimento, a Globo apostou em um novo formato aos domingos. Márcio Garcia foi escalado para comandar o "Tamanho Família". O game show, disputado por famílias de famosos, agradou ao público e terá uma segunda temporada. Quem não teve a mesma sorte foi Regina Casé,que estreou a quinta temporada do "Esquenta!" em outubro.
A atração até registrou índices superiores aos de 2015, mas não terá continuidade em 2016. Outro programa que se despediu do público foi o clássico "Programa do Jô". O último episódio da atração, transmitido desde 2000, contou com a participação do cartunista Ziraldo. O destino do apresentador ainda é incerto. Caberá a Pedro Bial comandar um programa de entrevistas no mesmo horário. Em agosto, Marcelo Adnet estreou seu talk show, batizado de "AdNight".
A atração não conquistou audiência expressiva e recebeu muitas críticas, mas está mantida para 2017. Já o programa "Amor & Sexo", de Fernanda Lima, foi inicialmente cancelado após sua nona temporada chegar ao fim. Porém, a Globo voltou atrás e, assim, o programa continuará no próximo ano.
Na área humorística, os novos episódios da "Escolinha do Professor Raimundo", produzido em parceria com o Viva, continuou rendendo bons resultados aos domingos. Apostando nessa mesma linha de reviver clássicos do passado, a Globo produzirá episódios especiais de "Os Trapalhões" no próximo ano.
Outro destaque na programação da Globo foi reality show. Foram transmitidos ao longo do ano o "Big Brother", o "SuperStar", o "The Voice Brasil" e o "The VoiceKids". A emissora levou ao ar em janeiro a 16ª edição do "Big Brother Brasil", a última comandada por Pedro Bial e vencida pela estudante goiana Munik Nunes.
No entanto, foi a participante Ana Paula Renault que deu o que falar no confinamento. Com o bordão "olha ela", a partipante foi desclassificada, após descumprir uma regra do jogo. Com a saída de Bial do reality, a Globo promoverá mudanças para 2017. Tiago Leifert assumirá o "Big Brother" e acumulará com o "The Voice Brasil".
Assim, ele deixa a equipe do "É de Casa". Já André Marques foi o escolhido para substituir Leifert no "The VoiceKids". Por sua vez, o "Superstar" foi cancelado, após baixa audiência.
Novidade também nos filmes .Em agosto, a Globo surpreendeu e anunciou a parceria com os estúdios Warner, que manteve contrato com o SBT entre 1999 e 2013. Assim, a emissora carioca passou a exibir séries e filmes da gigante americana.
No campo esportivo, além dos Jogos Olímpicos, mais uma vez a Globo transmitiu a Fórmula 1 e os principais campeonatos de futebol nacional e os jogos da Seleção Brasileira e da Liga dos Campeões, bem como a final da Eurocopa.
No carnaval, a emissora exibiu os desfiles das escolas de samba do Rio e de São Paulo, vencidos por Mangueira e Império da Casa Verde, respectivamente. Como é de praxe, no fim de ano foi ao ar o especial de Roberto Carlos e a tradicional retrospectiva.
RecordTV
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As novelas bíblicas continuaram sendo a grande aposta da emissora em 2016, ano em que a RecordTV e a Record News ganharam nova identidade visual. Com o objetivo de segurar os excelentes índices de "Os Dez Mandamentos", a emissora estreou em abril a segunda temporada da saga. No entanto, não repetiu o mesmo sucesso, mesmo mantendo a vice-liderança.
Além disso, a continuação da história não esteve à altura da primeira temporada em relação aos efeitos visuais, figurino e cenografia.
Em julho, "A Terra Prometida" substituiu a segunda fase de "Os Dez Mandamentos", com êxito, mas sem a mesma repercussão. No entanto, em 2016, a teledramaturgia da RecordTV não se restringiu apenas às tramas bíblicas.
Em maio, após vários adiamentos, a emissora finalmente estreou a novela "Escrava Mãe", abrindo um segundo horário para a teledramaturgia. Os resultados do folhetim agradaram a cúpula da emissora, que continuará com o segundo horário. No entanto, mais uma vez o departamento de teledramaturgia não demonstrou planejamento adequado, e a trama será substituída por uma reprise, até que sua sucessora fique pronta para estrear.
No entretenimento, a emissora apresentou três grandes novidades. A primeira foi o reality "Power Couple", apresentado por Roberto Justus. A disputa entre casais agradou e alcançou a vice-liderança na faixa. As polêmicas protagonizadas por Laura Keller e Jorge Sousa, casal vencedor, esquentaram a atração.
Já o reality "Batalha dos Cozinheiros", comandando pelo chef americano Buddy Valastro, fracassou nas noites de terça. Concorrendo com o "MasterChef’, a atração pecou no formato e na tradução simultânea e ficou em quarto lugar em seu horário de exibição. Outro lançamento, o "Programa do Porchat"estreou em agosto, ampliando a opção de talk shows na TV.
A atração tem oscilado em audiência, devido aos altos e baixos da faixa nobre da emissora. Enquanto Gugu se consolidou nas noites de quarta-feira e venceu a maioria dos confrontos com Ratinho, o programa "Xuxa Meneghel" não emplacou, acumulou derrotas para o SBT e será remodelado em 2017. A Record chegou a cogitar a transferência de Xuxa para as tardes de sábado, mas voltou atrás, após Geraldo Luís recusar proposta de um programa noturno diário para concorrer com Ratinho.
Por falar no apresentador do "Domingo Show", Geraldo teve um ano de altos e baixos. Seu dominical se consolidou de vez na Record, no entanto, o comunicador enfrentou problemas nos bastidores. Em abril, após a emissora realizar cortes em uma reportagem de sua autoria, ele soltou o verbo no ar, dizendo estar ‘muito triste’ com o canal e criticou colegas.
Tal comentário irritou a direção, que o suspendeu por um mês do programa, sendo substituído por Luiz Bacci. No entanto, após conversas e em meio a boatos de uma possível transferência para o SBT, Geraldo retornou ao comando do programa. Além do "Domingo Show", outras duas atrações se consolidaram ao longo do ano.
Apostando cada vez mais em quadros de emoção, o "Hora do Faro" abriu distância para Eliana. Já Sabrina Sato apresenta mais segurança na apresentação e resultadosexpressivos nas noites de sábado.
No jornalismo, poucas novidades. O premiado "Repórter Record Investigação", comandado pelo experiente Domingos Meirelles, foi extinto. O jornalista não renovará seu contrato para 2017. Outro que deixou a emissora foi Britto Jr.
Já o "Balanço Geral" com o quadro "A Hora da Venenosa" tornou-se um sucesso e liderou sobre o "Vídeo Show" em vários estados. Outra novidade foi a inuauguração da nova sede da Record Rio.
No fim de ano, a RecordTV apostou no tradicional amigo oculto do "Família Record", na retrospectiva e em filmes. A novidade desta vez ficou por conta das séries "José do Egito" e "Rei Davi", que foram exibidas em formato de telefilme.
SBT
O ano em que completou 35 anos não foi de muitos lançamentos no SBT. O principal destaque segue sendo a faixa de novelas infantis da emissora, que rende bons índices de audiência e faturamento. Em novembro, a emissora estreou sua nova produção, a adaptação "Carinha de Anjo", escrita por Leonor Correa, que sucedeu "Cúmplices de Um Resgate".
A faixa, juntamente com a reprise de "Chiquititas" e o "Programa do Ratinho" se mostrou um acerto na grade e tem incomodado a RecordTV. A exibição da série "A Garota da Moto" também rendeu excelentes índices ao canal de Silvio Santos. Outro destaque é o humorístico "A Praça é Nossa", que fechou mais um ano na vice-liderança.
Já a programação vespertina derrapou. Para combater o quadro "A Hora da Venenosa", da Record, o SBT lançou o programa "Fofocando", apresentado por Mamma Bruschetta e Leão Lobo. Posteriormente, Mara Maravilha foi escalada para integrar o elenco.
A entrada da ex-apresentadora infantil provocou reações na internet, uma vez que o posicionamento polêmico de Mara tem recebido críticas. Sem alavancar a audiência das tardes, o programa sofreu algumas alterações de horário e levou a emissora a efetuar mudanças constantes na faixa.
O "Casos de Família", por exemplo, passou a ser exibido mais cedo e viu sua audiência despencar. E a nova safra de novelas mexicanas exibidas não agradou. Enquanto em junho, as tramas veiculadas oscilavam entre 7e 8 pontos, atualmente as novelas têm encontrado dificuldade em superar a marca dos 5 pontos.
Na parte da manhã, além de exibir os desenhos do "Bom Dia e Cia." e do "Mundo Disney", o SBT estreou o telejornal "Primeiro Impacto", apresentado por Joyce Ribeiro e Karin Bravo. No entanto, foi a mudança em sua apresentação que repercutiu na mídia.
Em outubro, Silvio Santos resolveu lançar Dudu Camargo, de 18 anos, para comandar o telejornal sozinho. A mudança virou motivo de chacota nas redes sociais e recebeu duras críticas de sindicatos de jornalistas.
Mesmo assim, o jovem foi mantido na apresentação, no entanto, agora divide parte do horário com as duas jornalistas. Nas madrugadas, mais mudanças. O programa "Okay Pessoal" e a faixa de séries foram extintos. No lugar, passou a ser transmitido o "SBT Notícias".
Já nos finais de semana, mudanças à vista. O SBT anunciou a não renovação de contrato de Raul Gil e pegou o apresentador de surpresa. Em 2017, o tradicional programa do comunicador será substituído por uma nova atração de Celso Portiolli, que terá seus dois programas atuais, o "Domingo Legal" e o "Sabadão", extintos.
Já o "Hell’sKitchen - Cozinha sob pressão", exibido nas noites de sábado, ganhou nova apresentadora. Danielle Dahoui assumiu a vaga de Calos Bertolazzi.Por fim, o domingo, que já foi o dia mais forte do SBT no passado, virou um de seus maiores problemas. Com derrotas sucessivas e expressivas para o "Domingo Show" da Record, o SBT resolveu extinguir o "Domingo Legal" e apostará em um novo formato no horário das 13h.
O "Fantasia" chegou a ser cogitado para a faixa, porém a ideia foi abortada. A maior possibilidade é de que Patrícia Abravanel assuma o espaço com um novo formato. Outra atração que deverá passar por reformulações é o programa "Eliana", que ganhará novos quadros, na tentativa de reverter os fracos resultados do ano.
Band
2016 é um ano para ser esquecido pela Band. Mergulhada em crise, a emissora praticamente não lançou novidades, viu profissionais deixarem o canale enxugou um de seus principais departamentos: o esportivo. Seus programas de maior sucesso continuam sendo "Masterchef", "Jonal da Band" e "Brasil Urgente".
Seu grande lançamento do ano, o reality show "X Factor" não decolou. O programa musical, comandado pela atriz Fernanda Paes Leme, estreou em 29 de agosto. Com o júri formado por Alinne Rosa, Di Ferrero, Paulo Miklos e Rick Bonadio, a disputa foi vencida por Cristopher Clark.
A atração teve dificuldade em romper a barreira dos três pontos de média, o que decepcionou a direção da emissora, que, mesmo assim, pretende levar ao ar uma segunda temporada.Se o "X Factor não rendeu o esperado, o "MasterChef" continua sendo o carro-chefe do canal do Morumbi.
Neste ano, a emissora exibiu uma versão do reality culinário com amadores e outra com profissionais. Ambas caíram no gosto do público. Leonardo Young foi o vencedor do "MasterChef", enquanto Dayse Paparoto faturou o "MasterChef Profissionais".
Em maio, foi publicado o balanço financeiro do Grupo Bandeirantes pela empresa de auditoria Ernst & Young. Em 2015, o grupo da família Saad acumulou prejuízo de R$ 440 milhões. Na tentativa de reverter a situação, profissionais da casa foram chamados para renegociarem seus contratos e reduzirem seus salários.
A maioria permaneceu no canal, mas alguns migraram, como Bóris Casoy, que deixou o "Jornal da Noite", e o comentarista Edmundo, que migrou para o Fox Sports.Mas o corte mais significativo foi no ramo esportivo. Após dez anos, a emissora interrompeu a parceria com a Globo e deixou de transmitir o Campeonato Brasileiro, reduzindo sua audiência aos domingos. Além disso, apresentou uma cobertura das Olimpíadas e da Eurocopa bem aquém do esperado.
Já o "Pânico na TV" teve um ano de baixa audiência e repercussão. Com derrotas consecutivas para o "Encrenca" da Rede TV!,a Band promoveu mudanças na equipe do programa na tentativa de alavancá-lo em 2017. O diretor Alan Rapp e a modelo Aline Riscado foram os primeiros a serem desligados.
O humorístico será dirigido no próximo ano por Marcelo Nascimento, que já foi responsável pelo comando do "Superpop". Já o "CQC", que ficou fora do ar em 2016 e poderia voltar no próximo ano, foi engavetado pela direção da Band e segue sem qualquer previsão de retorno.
RedeTV!
A RedeTV! teve um ano de altos e baixos. Logo em fevereiro, a emissora anunciou que o diretor Elias Abrão, do programa "A Tarde é Sua", foi promovido ao cargo de superintendente artístico. Em poucos meses de gestão, Abrão promoveu mudanças na grade de programação, com o lançamento dos programas "Tá Sabendo?", "Plantão Animal", "Olha Hora" e "João Kleber Show", além da inversão de horários do "TV Fama" com o "Rede TV! News", que passou a ser apresentado por Sérgio Cursino e Amanda Klein, na faixa das 19h15. No entanto, a nova programação não elevou os índices de audiência.
Dentre as novidades, o "RedeTV! News" foi o destaque. Com um visual mais moderno, o telejornal agradou a crítica com sua nova linha editorial. Meses depois, Bóris Casoy assumia o comando do jornalístico e Salete Lemos passaria a integrar a equipe de comentaristas. Ainda na área do jornalismo, o talk show de Mariana Godoy se consolidou nas noites de sexta.
Quem não teve a mesma sorte foi Luciano Facciolli que viu seu telejornal exibido às 17h ser encurtado para dar lugar à programação da Igreja Universal. A mudança provocou revolta no apresentador, que reclamou no ar. Semanas depois, ele teve seu contrato rescindido e viu o "Olha a Hora" ser extinto e dar lugar a outro jornalístico, o "Sem Rodeios", que também teve vida curta.
Já o "João Kleber Show" precisou ser reformulado com poucas semanas no ar. A atração, que apostou em apresentações de calouros não agradou. A ideia de qualificar a imagem de João Kleber não vingou e,semanas depois, o programa passou a apostar nas tradicionais pegadinhas e nos casos polêmicos promovidos no palco. As alterações surtiram alguramefeito e o programa passou a segurar um pouco mais da audiência do bem sucedido humorístico "Encrenca", exibido logo antes.
E 2017 promete ter novidades na RedeTV!, uma vez que o veterano Raul Gil, após saída do SBT, acertou com a emissora e irá comandar um dominical de 5h de duração. Com isso, o "Sensacional", de Daniela Albuquerque, e o "Conexão Models"ainda não tiveram seus futuros definidos.
Outras emissoras
A TV Brasil ainda não teve seu rumo definido para 2017. Com a posse de Temer, a emissora pública, gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), passou por momentos de indefinição. A mudança de presidência foi conturbada e cercada de liminares na Justiça. Após a saída definitiva de Ricardo Melo e a entrada de Laerte Rímoli, o canal vem passando por profundas mudanças. Profissionais foram demitidos e contratos estão sendo revistos. Uma das demissões causou polêmica.
Não foi só a emissora pública do governo federal que passou por apuros. A TV Cultura, mantida pela Fundação Padre Anchieta (FPA) e ligada ao governo de São Paulo, sofreu com os cortes. No final de 2015, a emissora anunciou que estrearia 12 programas em 2016.
A grande maioria nem saiu do papel. Uma das exceções, a nova versão de "Vila Sésamo" teve sua pré-estreia transmitida apenas em dezembro e terá sua primeira temporada exibida em 2017.
Com problemas financeiros, a TV Cultura tem apostado cada vez mais em programas estrangeiros. Em setembro, funcionários do canal deflagraram greve, telejornais foram suspensos e até uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de São Paulo foi adiada. Demissões ocorreram durante todo o ano, entre elas a da jornalista Cláudia Tavares, com mais de 20 anos de casa, demitida enquanto trabalhava no plantão de natal.
A paulista TV Gazeta também aproveitou 2016 para enxugar sua estrutura. Em outubro, a emissora anunciou o fim da faixa das 23h30, destinada a programas jovens. Assim, foram demitidas todas as equipes dos programas "Cidade Ocupada", "A Máquina", "A Noite Convida", "Hoje Tem" e "5 Discos".
Com a decisão, o espaço foi ocupado por televendas. Num primeiro momento, até o tradicional "Todo Seu", de Ronnie Von, estava programado para ser extinto. No entanto, após novo acerto com o apresentador, a emissora da Fundação Cásper Líbero optou pela manutenção do mesmo. Já as redes CNT e 21, infelizmente, não apresentaram novidades e seguiram com suas grades de programação arrendadas à Igreja Universal.
Desligamento Analógico
Adiado em 2015, o desligamento do sinal analógico das emissoras de TV começou a ser efetivado em 2016. Em meio ao impasse entre as empresas de telefonia móvel, que queriam o desligamento imediato, e os radiodifusores, que defendiam uma dilatação no prazo, a cidade usada como piloto, Rio Verde (GO), desligou as transmissões analógicas em 28 de fevereiro, quatro meses após o cronograma inicialmente previsto, e se tornou o primeiro município brasileiro apenas com transmissão digital de TV.
Em Brasília e na região do entorno, novo impasse e mais uma vez o desligamento foi postergado. No dia 17 de novembro, finalmente as últimas emissoras desligaram seus sinais analógicos. Apesar disso, algumas emissoras menores antes transmitidas no analógico, como a TV União, ainda não se instalaram no sistema digital e deixou de ser assistida pela população da região.
O desligamento efetuado em Brasília será usado como modelo pelo Ministério das Comunicações para efetuar o procedimento nas demais cidades. Para 2017, está prevista a descontinuação do sistema analógico em cidades como São Paulo, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Vitória. Resta saber se o cronograma previsto será mantido e cumprido.
TV paga
Em ano de retração na economia, a TV por assinatura também sofreu as consequências. O número de assinantes caiu. Em outubro de 2016, eram 18,9 milhões, queda de 2,4% em relação ao mesmo mês de 2015.
No período, 471 mil lares deixaram de contar com o serviço. No entanto, na contramão disso, os canais pagos ampliaram a programação nacional consideravelmente em 2016, impulsionados pela legislação de incentivo à produção audiovisual, em parceria com produtoras.
Novos canais também foram lançados, como o Fox1 e o Fox Action, vendidosno sistema pay per view.
A HBO, por exemplo, produz atualmente a série "O Negócio" e anunciou novas temporadas para "Psi" e "O Hipnotizador", esta última gravada tanto em português, como em espanhol.
Nos canais Fox, após os bons resultados de "9MM São Paulo" e "Mundo Selvagem", o grupo resolveu apostar em séries brasileiras, ao lançar "Um Contra Todos", "Me chama de Bruna" e "A garota da Moto", em parceria com o SBT.
Uma nova sede para os canais Fox foi inaugurado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Já o Sony lançou a versão brasileira do reality "SharkTank – Negociando com Tubarões", que ampliou em 500% a audiência do canal durante sua exibição, e o programa "Entubados", comandado por Danilo Gentili.
Outro canal que se deu bem com produção nacional foi a MTV. Atrações como "Are You The One – Brasil", "Adotada", "Catfish Brasil" e "De Férias Com o Ex" elevaram os índices do canal desde que estrearam.
Em outubro, a emissora da Viacom alcançou a 14ª posição entre os jovens, melhor resultado desde seu relançamento. Animada com os índices, a emissora planeja sua primeira série nacional chamada "Perrengue".
No ramo esportivo, uma das novidades foi o fim da novela sobre a inclusão dos canais Esporte Interativo nas maiores operadoras do país. Administrado pela gigante Turner, a emissora ingressou na grade da NET e da Claro em fevereiro e na Sky em setembro.
Já o SporTV virou notícia nos Estados Unidos com o programa "É Campeão – Rio 2016", que reuniu lendas do esporte para debater os Jogos Olímpicos durante cada dia de competição.
Na ESPN, a novidade foi a transmissão exclusiva do Campeonato Inglês, além de ampliação do número de jogos da NBA. No Fox Sports, Renato Maurício Prado foi desligado da emissora e a mesa redonda "A Última Palavra" passou a ser comandado por Benjamin Back.
Por fim, a Globo News teve um ótimo ano. Com o lançamento do "Edição das 16h", sob o comando da experiente Christiane Pelajo, e com a consolidação de programas como "Estúdio I", "Em Pauta" e "Jornal das 10", a emissora atingiu um resultado histório.
Impulsionada pela instabilidade política no Brasil, e pelas coberturas das eleições americanas vencidas pelo magnata Donald Trump, das eleições municipais e dos diversos atentados terroristas pelo mundo, a audiência do canal cresceu.
No mês de junho, por exemplo, foi a terceira emissora mais assistida da TV paga, um feito histórico numa lista sempre encabeçada por canais infantis. Na liderança da TV paga, segue o Discovery Kids, perseguido de perto pelo concorrente Cartoon Network.
Vale destacar que a Globosat sempre aparece com quatro ou cinco de seus canais na lista dos mais assistidos, com destaque para SporTV, Viva, MegaPix, Gloob, além da Globo News.
Política domina telejornais
O telejornalismo brasileiro foi dominado em 2016 pela política. Do início ao fim do ano, o tema foi o principal assunto abordado pelos informativos. Com muita turbulência política, a então presidente Dilma Rousseff, do PT, teve seu processo de impeachment aceito pela Câmara e aprovado pelo Senado.
Primeiramente afastada do cargo, Dilma sofreu o impeachment em 31 de agosto. A votação foi transmitida ao vivo pelas principais emissoras. Além de perder a presidência, o PT se tornaria o grande derrotado nas eleições municipais realizadas em outubro.
A sigla saiu vitoriosa em 256 cidades, número muito abaixo ao de 2012, quando comandava 630 prefeituras. As emissoras de TV tiveram importante papel na cobertura das eleições, realizando, mais uma vez, debates entre os candidatos nas principais cidades.
Antes de ser preso, Cunha e a esposa, Cláudia Cruz, concederam entrevista ao "Conexão Repórter", de Roberto Cabrini no SBT, que repercutiu nas redes sociais.
Até o Supremo Tribunal Federal (STF) virou alvo de críticas da população, por permitir que Renan Calheiros (PMDB) continuasse à frente da presidência do Senado, mesmo sendo réu em um inquérito e investigado em outros onze.
Com a saída de Dilma e Cunha, a atenção da imprensa caiu sobre o atual presidente, Michel Temer. Em pouco mais de cem dias de efetivação, sua gestão também passa por turbulências. Seis importantes nomes de seu alto-escalão, entre ministros e assessores, perderam o cargo.
Com quedas consecutivas no PIB, crescente desemprego e baixa popularidade, Michel Temer tenta emplacar as impopulares reformas previdenciária e trabalhista, após conseguir aprovar a proposta de teto dos gastos públicos. Tudo isso em meio ao processo de cassação da chapa Dilma-Temer, que tramita com rapidez no Tribunal Superior Eleitoral, e às delações da Oderbretcht na Lava Jato.
Os primeiros documentos que vazaram das delações e foram exibidos exaustivamente nos telejornais indicam a participação do próprio Temer, da alta cúpula do PMDB e dos principais caciques de quase todos os partidos no esquema de propinas. Promessa de mais desdobramentos e, consequente, cobertura das emissoras de TV em 2017.
O mundo esportivo no Brasil
Agosto e setembro foram meses de celebração esportiva no Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa, em meio à instabilidade política do país, a crise econômica do estado e os problemas de segurança pública, realizou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o primeiro na América do Sul.
Como não poderia deixar de ser, o evento recebeu ampla cobertura na programação televisiva. Destaque para o SporTV, que contou com 16 canais dedicados ao evento, sendo um deles com programação ao vivo 24 horas. A emissora teve a concorrência dos canais ESPN, Fox Sports e Band Sports na cobertura da TV por assinatura.
Já na TV aberta, a Globo se destacou ao realizar sua maior cobertura olímpica com um imponente estúdio localizado dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca. O destaque negativo ficou com a Record, que em Londres 2012 levou ao ar uma cobertura bem mais extensa, e com a Band, que, em crise, fez uma de suas piores transmissões olímpicas, uma decepção para um canal que sempre se destacou em eventos como este.
Já o Jogos Paralímpicos foram transmitidos ao vivo pelo SporTV e pela TV Brasil, que compartilhou sua transmissão com a TV Cultura.
A delegação brasileira não fez feio em ambos os eventos. Apesar de não alcançar a meta estabelecida pelos comitês olímpico e paralímpico brasileiro, registrou resultados expressivos.
Nas Olimpíadas, foram 19 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze, melhor resultado brasileiro.
Já na Paralimpíadas, foram 72 medalhas ao todo, melhor marca, no entanto, o número de ouros, 14, foi menor em comparação à Londres, quando a delegação brasileira subiu ao lugar mais alto do pódio em 21 ocasiões.
Tragédia da Chape
No ano em que o Brasil celebrou a maior festa esportiva do planeta, ninguém imaginaria àquela altura que fecharíamos o ano com a maior tragédia aérea envolvendo delegações desportivas. O dia 28 de novembro entraria para a história da cidade de Chapecó (SC).
Em seu auge, o time da cidade, a Chapecoense, viajava para Medellín, na Colômbia, para enfrentar o Atlético Nacional na primeira partida da final da Copa Sul-Americana.
Dos 77 passageiros, apenas seis sobreviveram: dois integrantes da tripulação, o lateral Alan Ruschel, o zagueiro Neto, o goleiro Jackson Follmann, e o jornalista Rafael Henzel, todos em fase de recuperação. Asinvestigações apontaram que a causa da queda foi ausência de combustível.
A notícia chocou e o clube catarinense ganhou homenagens calorosas do povo colombiano e de todo o mundo. Seu adversário na final, o Atlético Nacional, promoveu uma bonita homenagem no estádio Atanásio Girardot na hora em que o jogo seria realizado e solicitou à Conmebol que o clube brasileiro fosse declarado campeão da competição, o que foi atendido. Enquanto isso, a Arena Condá se preparava para as homenagens e o velório coletivo.
O noticiário no período foi dominado pela cobertura da tragédia, onde a imprensa precisou lidar também com a morte de 20 jornalistas que estavam no vôo, dentre eles, profissionais de Chapecó, da TV Globo, da afiliada RBS e do canal Fox Sports. Faleceram na queda, profissionais conhecidos nacionalmente, como o narrador Deva Pascovicci, os comentaristas Mário Sérgio e Paulo Júlio Clement, e os repórteres Victorino Chermont e Guilherme Marques.
Adeus!
2016 foi um ano de várias perdas no cenário da TV, da música, do cinema e dos esportes. Além da tragédia da Chapecoense, que vitimou jogadores, dirigentes e jornalistas, perdemos em 2016 um dos maiores nomes da música nacional: Cauby Peixoto. A voz de clássicos como "Conceição", "Serenata e "Tarde Fria" se silenciou em maio. O músico, de 85 anos, estava internado em São Paulo para tratar de uma pneumonia, mas acabou não resistindo. Sua última apresentação nos palcos ocorreu no dia 3 de maio, ao lado da amiga Ângela Maria no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
TV NaTelinha relembra as mortes que marcaram o ano
Além dele, nos despedimos de várias figuras marcantes como Shaolin, David Bowie, Ettore Scola, Paul Bley, Paul Kantner, Umberto Eco, Harper Lee, Naná Vasconcellos, Johan Cruyff, Severino Filho, José Carlos Avellar, Flávio Guarnieri, Tereza Rachel, Douglas Wilmer, Fernando Faro, Umberto Magnani, Billy Paul,Phedra de Córdoba, Mário Sérgio (cantor), Ivan Cândido, César Macedo, Guy Clark, Renan Ribeiro, Manoel Ferreira, Muhammad Ali, Prince, Ventura Ramirez, Bárbara Rosa, Tunga, Mihaly ‘Michu’ Meeszaros, Rubén Aguirre, Hector Babenco, Eliakim Araújo, Guilherme Karan, Lidoka, Silvio Navas, Ivo Pitangui, Geneton Moraes Neto, Elke Maravilha, João Havelange, Gene Wilder, Luiz Antônio Novaes, Goulart de Andrade, Domingos Montagner, Chica Lopes, Maestro Nunes, Duda Ribeiro, Carmen Silva, Paulo Humberto Pizziali (Peninha), Alexis Arquette, Carlos Alberto Torres, OrivalPessini, Carl Schumacher, Sharon Jones, Leon Russell, Lisa Masters, Paulo Evaristo Arns, Ferreira Gullar, Villas-Bôas Correa, ZsaZsa Gabor e George Michael.
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