Publicado em 30/11/2015 às 11:34:29
Uma pesquisa feita em 2011 pela Fundação Cásper Líbero com jovens jornalistas e estudantes da área na época, apontou que cerca de 62% tinham como desejo máximo na profissão ser correspondente internacional.
Os motivos apontados por eles foram os bons salários e a experiência de morar em outro país, com uma cultura totalmente diferente da nossa. É fato que ser correspondente é uma meta, mas trabalhar como um está bem longe do glamour que o cerca, muito pelo contrário.
Durante a cobertura dos atentados em Paris, há três semanas, Ilze Scamparini, jornalista experiente e que está na Europa fazendo reportagens para a Globo sobre o Vaticano desde 1999, acabou reclamando no ar do cansaço. Isso expôs uma situação até dura dos correspondentes. A maioria destes profissionais acaba atuando em função dupla. Como tem, geralmente, apenas um produtor por trás, os jornalistas acabam se ajudando e também atuam como produtores para a melhor apuração da pauta em questão - orientados pela chefia, que na maioria dos casos fica diretamente da redação no Brasil.
No entanto, alguns jornalistas se desdobram e atuam até em função tripla. Além de produzirem suas próprias reportagens e atuarem como repórteres, eles também filmam suas matérias e enviam o material para o Brasil pela internet, onde a reportagem é editada. Esse expediente é comum, principalmente, em canais esportivos, como ESPN, SporTV e Esporte Interativo.
Na ESPN, o correspondente de Londres, João Castelo Branco, chega até a também editar algumas de suas próprias matérias. Com experiência e o desafio cumpridos, os ex-correspondentes de canais esportivos normalmente voltam com prestígio e espaço.
O caso mais notório é o de Domitila Becker. Ela foi correspondente do SporTV por um ano, em Barcelona, onde filmava, produzia e reportava. Quando voltou, acabou ganhando espaço como apresentadora e hoje é ancora do programa "É Gol", exibido na hora do almoço pelo canal.
Quatro jornalistas deixarão seus postos em Nova York, Lisboa e Londres, e todos medalhões do jornalismo global: Helter Duarte, André Luiz Azevedo, Renato Machado e Roberto Kovalick. Helter será substituído por Sandra Coutinho, que era da Globo News. Já Kovalick dará lugar a Pedro Vedova, que se muda de Berlim para Londres. Machado, o mais velho de todos, terá suas funções acumuladas por Cecília Malan. André Luiz ainda não teve seu substituto anunciado pela Globo.
Calmo e sereno, entrevistou várias pessoas que estavam horrorizadas com o fato, o que lhe deu os maiores elogios nas redes sociais. Marcos, porém, não trabalha mais no canal paulista. Como ganhava em reais, o dinheiro que lhe era pago não era o suficiente para se manter quando convertido em moeda local. Acabou pedindo para sair. No seu lugar, a RedeTV! enviou, com urgência, o correspondente de Los Angeles, Fábio Borges, enquanto o verdadeiro substituto de Marcos, o jornalista Luciano Júnior, que trabalha no Brasil ainda, prepara sua mudança. Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Que luta Feliz Natal! Triângulo Corajosa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do DIa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Globo Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia
Perrengues
A maioria dos correspondentes sempre passa por perrengues, tanto quando vão produzir como quando chega a hora do pagamento. Em tempos de crise, os canais de TV do Brasil estão em contenção de gastos, e manter um correspondente fora do Brasil é relativamente caro.
Muitos ganham em dólar, que é convertido para a moeda local. É assim, por exemplo, que a Globo paga seus correspondentes em todo o mundo. Com a crise econômica no Brasil e o dólar em alta, a rede carioca tem previsto algumas mudanças para janeiro de 2016.
Porém, um fato é que todos os substitutos ganham salários menores que os medalhões - cerca de 30% dos antigos jornalistas -, o que ajuda muito em economia, numa época de dólar perto dos 4 reais.
Correspondentes de emissoras menores passam por mais perrengues do que os globais. É o caso de Marcos Clementino, até bem pouco tempo correspondente da RedeTV! em Paris. Marcos foi o principal destaque da cobertura da emissora dos atentados de Paris, quando foi o primeiro jornalista brasileiro a entrar em link diretamente da porta do Stad de France, onde aconteceu uma das explosões.
O fato é que ser correspondente é a prova máxima do jornalismo: a estrutura não é tão grande e o trabalho é praticamente quadruplicado. Existem seus bônus, mas os ônus precisam ser levados em consideração.