Publicado em 23/07/2015 às 11:01:01
Richard Rasmussen é do tipo aventureiro, que gosta e tem prazer no que faz. Viaja o mundo mostrando os mais incríveis animais, com um propósito sempre nobre.
Nesta quinta-feira (23), mais uma etapa da sua vida vai ao ar: a segunda temporada do programa "Mundo Selvagem" estreia às 22h30 no canal Nat Geo. Nesta nova edição, composta por seis episódios, Richard foi até a África e mostrou incríveis histórias sobre o povo local e também animais que estão entrando em extinção por conta da caça sem controle.
O NaTelinha, numa sessão para convidados no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo, assistiu ao primeiro episódio que chama a atenção pela qualidade e por misturar extremamente bem entretenimento com conhecimento.
Nesta entrevista exclusiva, realizada na mesma ocasião, Richard Rasmussen fala sobre a nova temporada do programa, também comenta sobre o "Sábado Animal", que comanda nas tardes de sábado na Band e conta o que aprendeu na TV nestes 11 anos: "Se teve uma coisa que aprendi nestes 11 anos, é que a TV aberta só dá o que o povo quer".
Confira a entrevista na íntegra:
NaTelinha - Richard, qual o conceito dessa segunda temporada? O que você pretende?
Richard Rasmussen - Essa temporada espero que seja um fio condutor das próximas que a gente fizer no NatGeo. O mais difícil de montar uma série é dar a ela um sentido. Não no roteiro de cada um dos problemas, de dar um sentido para a série. E nós encontramos um sentido que agora fica fácil a gente pular de continente para continente. Buscar os animais ameaçados nos continentes, o que está sendo feito para proteger, quais as ameaças, e associar essa cultura local que esteja desaparecendo por conta homogeinização do ser humano.
NaTelinha - Muitos dizem que o Nat Geo educa. Você tem essa pretensão?
NaTelinha - Você também está na Band aos sábados à tarde, no "Sábado Animal", e não tem conteúdo seu. Há essa possibilidade de ter? Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Golpe anunciado Que luta Feliz Natal! Triângulo Corajosa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do DIa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Globo Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia
Richard Rasmussen - Não. Televisão é entretenimento. Eu não acho que as pessoas que queiram buscar educação formal vão até a televisão, até porque o "Telecurso" não existe mais. Eu acho que as pessoas vão à televisão para buscar entretenimento. Mas isso não significa que você não possa ganhar conhecimento. Não temos a pretensão de ser uma BBC, não é isso que a maioria procura na TV, mas queremos dar um bom conteúdo que seja inteligente.
NaTelinha - Você está num canal que é mundialmente conhecido por essa ligação com a África. Como é o sentimento de estar num canal que valoriza tanto essa cultura com os animais, protege, educa e ainda entretém?
Richard Rasmussen - É mais fácil. Eles já têm esse DNA. Fazer TV não é fácil, principalmente aberta, porque existe uma cobrança de ser o mais sensacionalista possível, por quê? Porque isso é o que dá audiência. E nós somos os culpados, que assistimos. Não a emissora, a emissora entrega o que a gente quer. Nós que procuramos assistir a esses programas que não prestam, e depois falam que a TV só passa porcaria. A gente assiste a essa porcaria.
Eu acho que no canal fechado, no Nat Geo, entendem um teor mais clássico. Tem um momento descontraído, mas é um assunto muito sério. Faz parte da televisão.
NaTelinha - Qual foi a história mais sensacional nessa viagem na segunda temporada?
Richard Rasmussen - Foi percorrer o centro da África de carro. Estávamos com US$ 300 mil de equipamento passando por lugares que não são turísticos onde eu era o único branco. Tem gente do mundo inteiro, mas quando você vai em lugar que turista não vai, está exposto. Apesar de ser receptivos, a pobreza é muito grande. Foi o maior choque pra gente.
Richard Rasmussen - Tem. Estamos chamando de temporada a partir do segundo módulo, e nosso conteúdo é caro. Você pode passar ele às 19h, 20h, se passar às 7h de domingo igual no SBT, o custo é o mesmo. Mas a receita é diferente. Para fugir disso é um projeto de sociedade com a emissora onde a gente traz a parte comercial, ajuda pagar conta e conseguimos então entrar na Band.
Não tínhamos ainda, já que só se consegue vender o programa quando ele está no ar. Entramos com alguns patrocinadores e a conta começou a ser paga e começamos a ter mais credibilidade.
A partir de setembro, vamos tirar o conteúdo de lá e colocar o nosso, exclusivo. Não vai ser aquele "Aventura Selvagem" de uma hora, vamos deixar isso para o NatGeo. Vai ser uma coisa mais dinâmica com diversos apresentadores, inclusive.
NaTelinha - Você se preocupa com audiência em TV aberta?
Richard Rasmussen - Me preocupo porque paga conta. Tem que dar audiência em qualquer TV. Você acha que a NatGeo não cobra audiência? Só estou na segunda temporada porque a primeira foi bem, e essa vai ser e iremos para uma terceira. Audiência atrai patrocinador, atrai interesse de quem vai investir no programa também. É uma roda. Está tudo ligado.
Na Bandeirantes triplicamos a audiência mesmo com um programa longe do ideal, mas que vamos chegar lá. É passo atrás de passo. E vai manter. É importante estar na TV aberta, porque entregamos um conteúdo para quem não tem condições de estar na TV fechada.