Publicado em 26/01/2015 às 17:30:56
Com João Gabriel Batista e Gabriel Vaquer
Para um ator, fazer sucesso fora do Brasil é algo difícil. Requer batalha, persistência e um pouco de sorte. Podemos dizer que Graziella Schmitt conseguiu isso, e com louvor.
A atriz de 33 anos, que começou a carreira como Paquita da apresentadora Xuxa Meneghel e atuou em tramas como "Malhação" (2 temporadas), "Pé na Jaca" e "A Favorita", da Globo, e "Amor & Revolução", do SBT, atingiu uma grande popularidade em Portugal, por ter protagonizado a novela "Belmonte", exibida pela TVI. O folhetim era líder de audiência em sua faixa horária e foi indicada para o Emmy Internacional, como melhor telenovela do mundo.
De volta ao Brasil, Graziella fala nesta entrevista exclusiva ao NaTelinha sobre o momento especial que teve em Portugal e conta seus projetos futuros, que inclui um longa-metragem. Sonhadora, ela também relata com quem gostaria de trabalhar no futuro: "Amaria trabalhar com Pedro Almodòvar e Woody Allen".
NaTelinha - Com praticamente 15 anos como atriz, existe algum papel que deseja fazer, ou um autor e diretor com quem deseja trabalhar? E por quê? Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Golpe anunciado Que luta Feliz Natal! Triângulo Corajosa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do DIa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Globo Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia
Leia a entrevista na íntegra:
NaTelinha - Você passou uma temporada em Portugal, onde estrelou “Belmonte”. Como foi essa experiência, desde o início do convite até as gravações e a repercussão, afinal a trama era líder de audiência no país?
Graziella Schmitt - Foi um momento bastante especial da minha trajetória de vida. Sempre tive vontade de passar um tempo morando na Europa, mas não sabia muito bem como conseguiria conciliar esse desejo com a carreira. Dois meses antes do convite para "Belmonte" surgir, estive na cidade do Porto, em Portugal, com o espetáculo "Bonitinha mas Ordinária" participando do Festival Brasil em Portugal.
Depois das apresentações, segui para Berlim com parte do grupo da peça e para encontrar o Paulo. Enquanto caminhávamos pela cidade e seguíamos nosso roteiro, eu e o Paulinho desejávamos ficar por ali. Estávamos em meados de maio, quando em julho veio o convite para a novela. Durante esse período que morei em Lisboa, além de trabalhar muito - eram cerca de 12 horas de gravação diárias -, aproveitei para viajar bastante por Portugal e Espanha. Um dos meus programas preferidos era pegar o carro e viajar pelo país.
Quando estava trabalhando, era muito intenso! Tive a oportunidade de contracenar com atores de um nível técnico muito bom e entrega absoluta. Durante esses 11 meses de trabalho, formamos uma família. Discutíamos em conjunto, com a presença da equipe de direção de atores, o rumo das personagens e como cada sequência de cenas poderia ser explorada. Foi um deleite trabalhar assim! Estreamos como líderes de audiência e seguimos líderes no Prime Time. Foi lindo quando ganhamos o prêmio de melhor telenovela em Portugal vencendo o remake "Dancin Days", também um sucesso no país. Quando veio a indicação ao Emmy Internacional, foi a glória para toda a equipe.
Graziella Schmitt - A Paula, de "Belmonte", foi uma oportunidade incrível pela personagem que era: uma mulher intensa, sensível, forte e com a vida marcada por grandes tragédias. E conquistamos isso também como a produção mais vista do país! Considero um presente de Deus.
NaTelinha - “Belmonte” concorreu no Emmy de melhor novela, porém foi derrotada por “Joia Rara”. De toda forma, a indicação mostra um amadurecimento da dramaturgia de Portugal. Como você e a equipe enxergaram a indicação? Houve abalo com a derrota?
Graziella Schmitt - É claro que todos queríamos o Emmy e saímos de lá com aquela sensação de "Foi quase!", mas nos sentimos imensamente lisongeados por estarmos indicados. Com relação ao amadurecimento da dramaturgia portuguesa, podem contar que, no que depender deles, virão outras indicações. Eles amam produzir novelas e são muito determinados no que se propõem a fazer. Muitos aqui no Brasil não sabem, mas Portugal já levou pra casa uma estatueta com a novela "Meu Amor", em 2010.
NaTelinha - Quais são as principais diferenças de se gravar uma novela em Portugal e no Brasil, tanto como no dia dia, no tempo dediado ou à estrutura?
Graziella Schmitt - Tem algumas diferenças que são basicamente culturais. Outras que dizem respeito a estrutura da emissora. Aqui no Brasil, trabalhei 12 anos na TV Globo e fiz uma novela no SBT, que são emissoras que produzem suas próprias novelas. Em Portugal, a novela era exibida pela TVI e filmada na Plural, uma grande produtora de novelas do país, em parceria com a Média Capital.
NaTelinha - O ator Ricardo Pereira deixou Portugal e fez várias novelas no Brasil, ainda que tenha voltado para lá. Você tem planos de fazer novas novelas por aqui e um dia voltar ao país ou tem outros planos para a carreira?
Graziella Schmitt - Como atriz, meus planos são simples, ou seja, contar boas histórias e estar envolvida em projetos que me provoquem de alguma maneira. Se voltaria a Portugal para outro projeto? Voltaria, se fizesse sentido pra mim como fez a novela "Belmonte".
Graziella Schmitt - Vários!!! Amaria trabalhar com Pedro Almodòvar e Woody Allen, porque os acho interessantíssimos! Adoro a busca por um trabalho mais autoral, assim como o desenvolvimento de uma linguagem. Também adoraria fazer aquela noiva, interpretada pela Erica Rivas, do último filme que vi e amei, "Relatos Selvagens" dirigido pelo Damian Szífron.
NaTelinha - Quais são os seus planos agora que você está de volta ao Brasil?
Graziella Schmitt - Estou me dedicando a dois projetos pessoais. Um deles é a coprodução, em parceria com a Pontos de Fuga Filmes, do longa-metragem "Limpe antes que manche o carpete", de Jô Bilac, espetáculo que encenamos no Rio, em 2008, com remontagem paulista pela Cia dos Inquietos.