Publicado em 09/04/2014 às 14:05:16
No fim da tarde desta terça (08), a RedeTV! recebeu o apóstolo Valdemiro Santiago para uma polêmica entrevista no "Luciana by Nigth", de Luciana Gimenez.
No bate-papo, Valdemiro relembrou a infância pobre no interior de Minas Gerais, contou do trabalho na roça e se emocionou ao falar da morte da mãe, quando ele tinha 12 anos - incidente que o levou a tentar o suicídio. “Minha mãe tinha 35 anos, era muito nova. E ela era uma espécie de pai e mãe, era muito inteligente. Quando ela morreu, a gente se perdeu. Eu tentei suicídio, tentei me matar, porque eu achava que sem ela eu não conseguiria sobreviver. Ela era a sobrevivência mesmo”.
Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, o apóstolo contou que dorme apenas quatro horas por dia, acorda às 3h da manhã para orar, não tira férias há mais de 30 anos e tem dias que fala por cerca de 15, 18 horas.
Sobre a diversidade das igrejas atualmente, ele afirma não existir diferenças entre elas. “As igreja são iguais, Deus é que faz a diferença na vida da gente. Deus não está preocupado com o nome de igreja ou a religião. Ele está preocupado conosco. O deus que me ama, ama você do mesmo jeito. Essa história de religião, de placa de igreja, não existe. Reino de Deus não tem um cantinho pra essa ou pra aquela igreja, não. Me perguntam qual a religião que eu indico, ‘a sua religião’? Eu falo ‘não, porque eu não tenho religião’. A religião deve ser essa: amar a Deus, temer a Deus e amar o próximo como a ti mesmo”.
E se isenta: “Na verdade, eu nem comparo, porque eu prego a palavra e as coisas que acontecem na igreja não saem dos meus recursos próprios. Como é Deus que produz aquilo, que faz tudo, eu não poderia nem comparar. Deus é quem decide em qual igreja ele vai operar e qual maneira vai operar. De uma igreja pra outra acontecem coisas diferentes, tem um grau de dificuldade mais elevado, milagres. Só que aí não sou eu, não é responsabilidade minha, não é por causa do Valdemiro. Se fosse eu, não tinha passado pelo que passei. Eu teria resolvido os meus problemas. A igreja não tem diferença, a diferença é a obra que Deus faz que atrai multidões, porque as pessoas sentem na pele”.
Quando questionado se acredita em macumba, se macumba “pega”, o apóstolo foi direto: “Ah pega. Em mim não pega, não. Eu carregava um patuá na época (infância na roça). Uma macumbeira colocou um patuá, disse que era pra me proteger e eu fiquei rebelde com todo mundo. Então pegou (macumba), porque eu fiquei amigo dela e inimigo de todo mundo. O mal existe e é isso que eu quero dizer. Não é que a macumba pega, é que existe o mal assim como existe o bem”.
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Questionado por Luciana Gimenez se é verdade que ele faz milagres, Valdemiro disse: “É verdade nada. Não é verdade. Quem faz milagre é Deus, é Jesus Cristo. O milagre é pela fé. Às vezes a pessoa acredita ou às vezes você acredita por ela, porque ela não está em condições de acreditar. Tem milagre sim, tem muitos milagres. Teve gente que chegou leprosa, desenganada. Um homem leproso estava ferido da cabeça aos pés, eu o abracei e ficou tudo na minha roupa. Ele ficou purificado. Se eu não tiver coragem de fazer, quem vai fazer? Deus me chamou pra isso”.
Ainda na entrevista, o apóstolo descreveu o naufrágio do qual foi vítima em 1996, em Moçambique, e afirmou que o episódio foi uma sabotagem.
“Eu estava na África, eu e a bispa fomos missionários lá na época da guerra e a vida inteira eu gostei de sair pro mar, pescar. Eu saí com mais três pastores em alto mar e o barco começou a afundar. Sabotaram o barco, começou a entrar água e nós estávamos muito longe da terra. Eu falei: ‘Fiquem nessa boia que eu vou buscar socorro’. Saí nadando, desesperado. Deus quer de nós atitude. Eu pesava 153 quilos, nadava mais ou menos e mesmo bons nadadores não teriam saído. Fui levado em direção a uma ilha deserta, nadei das 9h30 da manha até às 5h da tarde. Dos que ficaram no barco, dois foram atrás de mim e desapareceram, nunca mais se ouviu falar. Lá tem muito ninho de tubarões, tigres e brancos. Em terra, minha esposa ouviu a notícia de que eu tinha morrido. Porque isso foi preparado na maior cara de pau. Humanamente, era impossível sair. Eu tinha câimbra nos braços e nas pernas. O sal queimou meus olhos e eu fiquei cego, com apenas 15% da visão. Meus olhos sangravam por causa da concentração salina, eu orava muito, chorava e gritava. Os tubarões vinham na minha direção e tiveram momentos que eu tive certeza que eu iria morrer. Aí eu dei um grito, chorei, perguntei para Deus: ‘Será que eu vou morrer mesmo?’. Foi quando veio a resposta de Deus. Apareceram dois homens na ilha. Não tem ninguém na ilha até hoje, faz dezoito anos. Fui achado por Deus e ninguém tira isso de mim. Porque não tem jeito, eu fui resgatado literalmente”, conclui.
A entrevista completa vai ao ar no "Luciana by Night" da próxima terça (15), às 23h, na RedeTV!.