Publicado em 17/04/2012 às 17:37:10
Quase um mês após a morte de Chico Anysio, Malga di Paula resolveu falar mais abertamente sobre como se sente após a morte do marido, no dia 23 de março.
Desde 2010, o humorista passou vários meses internado, sempre acompanhado pela esposa, que demonstrava dedicação e grande amor a ele.
Neste último final de semana, a empresária usou o Facebook para escrever uma grande carta de agradecimento. "Desde o último 23 de março, recebi tantas manifestações de carinho, através dos mais variados meios de comunicação, que eu jamais terei palavras para agradecer, mesmo que eu aprendesse a dizer ’OBRIGADA’, em todos os idiomas falados no planeta ou no mundo celestial", escreveu ela.
Malga também explicou o seu silêncio durante esse tempo: "Me permiti durante este tempo permanecer na intimidade do meu lar com os amigos mais próximos e a família, velando as cinzas de meu marido".
Ela ainda fez mais uma declaração de amor a Chico Anysio: "Não perdi apenas o homem que eu amava, mas um homem muito amado e posso sentir isso em todos os abraços, palavras, gestos ou apenas olhares de pesar".
Leia a carta na íntegra:
"Caros Amigos,
Desde o último 23 de março, recebi tantas manifestações de carinho, através dos mais variados meios de comunicação, que eu jamais terei palavras para agradecer, mesmo que eu aprendesse a dizer “OBRIGADA”, em todos os idiomas falados no planeta ou no mundo celestial. Chegam, às dezenas, mensagens de pessoas preocupadas com meu bem-estar. Desculpem o meu silêncio.
Me permiti durante este tempo, permanecer na intimidade do meu lar com os amigos mais próximos e a família, velando as cinzas de meu marido.
O Velório do Chico, para mim, durou 20 dias. Momento longo, dolorido e profundamente reflexivo... Não perdi apenas o homem que eu amava, mas um homem muito amado e posso sentir isso em todos os abraços, palavras, gestos ou apenas olhares de pesar.
Ao voltar do Ceará para minha casa, senti um duro golpe de realidade... A cadeira vazia no escritório, o computador desligado, as correspondências fechadas, enfim... O silêncio que eu tanto temia.
Não tenho uma opinião formada sobre a pós-morte. Respeito crenças religiosas e filosóficas de todos, mas penso que ninguém é o dono da verdade. Acredito apenas que a resposta para cada um, seja uma profunda questão de fé e que a fé é o verdadeiro conforto da alma.
Minha fé inabalável na cura do Chico, se esvaiu no momento da sua “partida”, mas foi substituída por uma fé ainda maior, na certeza de que a sua continuidade já é absolutamente gloriosa.
Choro muito, mas agora, consegui me concentrar e escrever esta pequena nota para lhes dizer que apesar da profunda dor que sinto, sei que ficarei bem, porque a presença do Chico no meu coração é a grande razão para eu continuar vivendo.
Prometi que eu faria por ele tudo o que eu pudesse e fiz o melhor que pude.
A partir de agora, meu compromisso é com a memória do Chico e a realização de projetos que tínhamos para fazermos juntos, pois, tenho certeza absoluta de que ele jamais me deixará sozinha.
Obrigada ao Brasil (vocês) pelo carinho, orações e respeito;
Obrigada a São Jorge meu protetor e amigo;
Obrigada a São Francisco pelo exemplo de vida;
Obrigada a Jesus e a todos os profetas pelas mensagens de amor;
Obrigada a “Nossa Senhora” pelo amparo maternal;
Obrigada à minha família maravilhosa por me permitir fazer parte dela;
OBRIGADA CHICO POR TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO..."
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