"O Silvio pode mexer sempre que julgar necessário", diz Richard Rasmussen

Em entrevista exclusiva, Richard Rasmussen fala sobre o seu "Aventura Selvagem" e muito mais

Foto: Tales Copolla/NaTelinha
Por Redação NT

Publicado em 13/04/2011 às 12:44:52

"O Silvio pode mexer sempre que julgar necessário. Afinal, quem manda é ele"

Richard Rasmussen é o apresentador do programa ”Aventura Selvagem”, exibido aos sábados, no SBT. Aos 41 anos, este paulistano ensina e desvenda curiosidades do reino animal e mostra as maravilhas que a natureza nos oferece.

Em entrevista exclusiva concedida a Carla Soltanovitch, do NaTelinha, durante coquetel de lançamento de "Amor e Revolução", Richard falou sobre a paixão pelos animais, sobre Record, sua ida para o SBT e família. Confira:
 

NaTelinha: Quando surgiu seu interesse pelos animais?

Richard Rasmussen:
É difícil precisar quando começou esta paixão. Os animais sempre estiveram presentes na minha vida. Tive um intenso contato com eles na minha infância, quando morei no interior de São Paulo. E durante a adolescência viajei muito com meu avô pelo Pantanal, pela Amazônia... acho que foi nesta época que comecei a ter uma intimidade maior com a vida selvagem.


NT: Você foi o pioneiro na televisão brasileira com este tipo de programa. É a realização de um sonho?

R.R.:
Eu não tinha a menor ideia de que as coisas iriam caminhar desta forma. Eu nunca tive pretensões de fazer qualquer programa de televisão. Na verdade, o meu sonho sempre foi a construção de um criadouro conservacionista, um local onde as pessoas pudessem ter contato com os bichos de uma forma diferenciada.  Mas, o que estou vivendo agora também é maravilhoso. É a possibilidade de trabalhar com algo pelo qual sou completamente apaixonado, pelo qual dedico todo o meu tempo a ponto de já não saber se o que estou fazendo é trabalho ou lazer. É simplesmente não ‘desligar’. E claro, ver a receptividade deste trabalho nos telespectadores.
 
 
NT: Você não tem medo de morrer quando se vê diante de um animal perigoso?

R.R.:
A única vez que realmente isso aconteceu foi na Costa Rica quando fiquei cara a cara com um crocodilo. Meus pés atolaram, eu não podia correr, e caso aquele bicho enorme resolvesse vir para cima de mim, certamente não sobraria nada do Richard. Eu achei que iria morrer naquele dia...

 
NT: Você começou na Record e agora está no SBT. Como é trabalhar na emissora de Silvio Santos?

R.R.:
Só posso dizer que tenho total liberdade para gravar e o Silvio está honrando todos os compromissos firmados comigo. Portanto está ótimo. São 52 programas por ano. Na Record eu tinha apenas um quadro de 15 minutos e agora consigo ficar uma hora no ar. Quanto aos dias e horários de exibição, o Silvio pode mexer sempre que julgar necessário. Afinal, quem manda é ele... (risos).


NT: Você é casado e tem filhos. Como a sua família reage ao seu ímpeto de aventuras?

R.R.:
Minha esposa trabalha na equipe e não poderia ser diferente para poder dar certo. Eu passo muito tempo fora e dedico muito tempo ao meu trabalho. Por sorte, a mãe de meus filhos não é a atual esposa... digo sorte, naturalmente pelos meus filhos. Ela é uma excelente mãe e está sempre presente na vida deles, o que me deixa mais livre. Eles, por sua vez, entendem o trabalho do papai, cresceram no meio de um zoológico entre onças e serpentes. Quando estou em casa passam bastante tempo comigo. Estou ainda aprendendo a desligar do trabalho e dedicar mais tempo qualitativo a eles.
 

NT: Você já pensou em se tornar político e lutar em prol dos animais?

R.R.:
Não daria certo. Eu não concordo com muita coisa e não gosto de política. Prefiro não me envolver nisso.
 

NT: Você é muito emotivo. Já chegou a chorar durante alguma gravação?

R.R.:
Algumas vezes. Em Santa Catarina, quando fiquei muito próximo de baleias francas. No Peru, ao visitar um santuário de macacos órfãos. Mas, o momento mais difícil, mais forte para mim, foi gravar no Acre com um macaco barrigudo chamado Chico. Ele foi brutalmente torturado por quem o retirou da natureza, teve seus dentes arrancados, e mesmo assim rastejava pedindo carinho. Outra coisa que me matou foi ver o transporte pelos rios da Amazônia de toras de madeira nobre.


NT: Qual é o castigo que você particularmente daria a um contrabandista de animais silvestres?

R.R.:
Na cadeia de contrabando você tem vários personagens. Desde o ignorante que tira o bicho do ninho, passando por aquele que transporta os animais amontoados, até os compradores finais, além dos que fiscalizam as atividades ilegais do tráfico.

Os que mais me enojam são aqueles que realizam o transporte a qualquer preço, pagando até com a vida dos animais, quebrando ossos dos mesmos para que não cantem ou entulhando-os em espaços minúsculos durante dias. Os outros que me enojam são os que supostamente deveriam ser os guardiões dos animais, inibidores deste tipo de atividade, mas que estão dentro da máquina, facilitando e ganhando com a atividade... Eu acredito que o castigo indicado a estas pessoas seria trabalho voluntário não remunerado em instituições que recebem estes animais, limpando “merda” de recintos e tanques, de milhares de animais vítimas do comércio ilegal (de preferência com as mãos...).
 

NT: Qual animal você mais teme no mundo?

R.R.:
Sem dúvida nenhuma, o ser humano!

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