Publicado em 20/09/2017 às 19:21:15
Nesta terça-feira (19), o diretor, roteirista, produtor e ambientalista norte-americano Darren Aronofsky recebeu a imprensa brasileira em uma sala de cinema do Cinemark do Shopping Eldorado, em São Paulo, para falar sobre o filme “Mãe!”. O longa vem gerando opiniões diversas por onde tem sido lançado, assim como suas últimas produções.
Darren Aronofsky chegou ao local e exibiu uma camisa de malha com os dizeres “Todos pela Amazônia”. Participou de uma sessão de fotos e depois falou com os jornalistas.
Ele respondeu a inúmeras perguntas e explicou que "Mãe!" certamente terá diversas interpretações, sejam elas religiosas, políticas e sociais. Cada pessoa que assistir terá uma percepção. Para Darren, este é o projeto mais autoral que já realizou. O cineasta escreveu o primeiro esboço do roteiro em apenas cinco dias.
O que todos queriam saber era um tal segredo ou uma metáfora que o filme deixa no ar, e que o público só saberá quando assistir, mas Darren deixou claro que este assunto será um mistério que levará para o túmulo. Mas deu uma pista, principalmente para os que não entenderam a proposta do roteiro, de que uma das passagens interessantes do longa, com os personagens de Ed Harris e Michelle Pfeiffer, remetem à simbologia do início de tudo, ao casal Adão e Eva.
- Estreia de “Mãe!” nos Estados Unidos não teve a repercussão esperada
Ao ser questionado pela escolha da personagem central, interpretada pela vencedora de um Oscar, Jennifer Lawrence, Darren foi só elogios à atriz. Aliás, a admiração mútua levou os dois a se apaixonaram e engatarem um romance, ainda durante as filmagens do longa.
“Jennifer se envolveu bastante na construção da personagem e no set. Era algo diferente do que ela já havia feito, mas ela entendeu o espírito do filme. Assim como Javier Bardem”, explicou ele.
Aronofsky não se furtou e respondeu sobre as polêmicas que o filme "Mãe!" gerou no Festival de Veneza, na Itália. “O filme tem como mensagem que todos nós temos que cuidar do nosso planeta, aliás, é desta forma que está escrito nas escrituras sagradas, na Bíblia. Até o Papa Francisco tem falado sobre isso. Nunca podemos esquecer da mãe natureza”, esclareceu.
Sobre o orçamento do longa, ele disse que acredita que a melhor maneira de se trabalhar com um estúdio é ter o orçamento certo para o elenco certo. E esclareceu que o fato do filme não ter um gênero definido tornou difícil sua distribuição. “Esse é um filme bem difícil de ser vendido porque não é verdadeiramente um filme de gênero, digo, o trailler deveria dizer ‘Esse não é um filme de terror, não é um suspense, mas vai ferrar sua mente’”.
Questionado sobre seus filmes que sempre têm um tom diferenciado e geram polêmicas, ele afirmou que sempre coloca sua bagagem pessoal e cultural em cada personagem. “Eu sempre me coloco em todos os filmes que faço. Eu era a bailarina em 'Cisne Negro', eu era o lutador em 'O Lutador', eu era o conquistador em 'Fonte da Vida', eu era o mago da matemática em 'Pi', mas nunca era eu. É sempre uma parte sua, que você pega algo verdadeiro de si, estica e puxa até que se torne, você sabe, até que se torne uma personagem para contar a história. Então, para mim, eu acho que estou mais conectado com a história de Jennifer, foi lá que coloquei minha emoção, mas existem elementos que coloquei na personagem de Javier Bardem, também”, pontua.
Darren Aronofsky, que também é ambientalista, esclareceu uma das mensagens do filme: “Acho que o sentimento por trás dessa obra é a esperança, eu creio que ao mostrar a tragédia você pode efetivamente revelar a luz”.
"Mãe!" chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (21), com distribuição da Paramount Pictures.
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